|Victória Stevens|
Ajeito minha postura e olho para os pés do cara alto com cabelo grande, emo Rapunzel. Subo o olhar lentamente analisando cada pedacinho da escultura dos deuses, digo, corpo dele, e enquanto isso, prendo meu cabelo no meu costumeiro coque duplo, fazendo com que dê visão para a minha tatuagem de dado de RPG no lado esquerdo do meu pescoço.
Então, volto a realidade com minha melhor amiga me chamando.-Eu vi isso. Jogando charme no cara do RPG srta. Stevens?-Kate sussurra só para mim.
-Que charme, srta. Romanov?-dou um sorriso maroto ao sussurrar de volta pra minha melhor amiga.
-Ei, você -o Rapunzel versão emo chama minha atenção.-Sim? -olho para o mesmo esperando ele continuar a falar, mas queria mesmo era tacar um beijo nele.
-Pucca. 'Cê parece a Pucca. -solto uma risada genuína ao lembrar de como meu amigo virtual me chama.
-E você a Rapunzel versão emo jogador de RPG.
Então ele riu da minha cara. Céus, que risada, até a risada!
-Garota, tu é criativa ein?! - Sorriu anasalado e ajeitou o cabelo enquanto falava.-Mas vem cá, Pucca, qual é teu nome? - Cada vez que ele fala "Pucca" o Rapunzel coloca ênfase na palavra.
-Victória Stevens. - estendo a mão para cumprimenta-lo e, ao invés de apertar minha mão, delicadamente como um cavalheiro pega e beija a mesma.
-Leonardo Sicchieri. Pode ser só Léo mesmo. - aperto a mão dele e o encaro sem parar.
E então, um silêncio pairou entre ele e eu. Os outros já nem prestavam atenção em nós, estavam conversando entre si.
•°•Quebra de tempo•°•
Já era noite e eu e Kate estamos no quarto, arrumando nossas coisas. As meninas saíram não sei pra onde depois do jantar, e como temos que arrumar as coisas vamos ficar por aqui e dormir logo.
-Kate, será que aqui tem academia? - pergunto a ela e ela ri.
-Já 'tá querendo treinar, ratinha de academia? -Guardou algumas roupas e continuou falando -creio que sim, meu pai falou que aqui tem de tudo, piscina e não sei mais o que. -Sorrio, céus, tomara que tenha!
-Amém meu santo Jashin. Bom, vamos dormir? - Fecho a minha gaveta e olho para Kate, com meu mini pijama em mãos.
-Vamos, que horas são?
-São meia noite e catorze, tá cedo até, mas vamos assim mesmo.- Suspiro e começo a tirar a calça e a blusa, ficando só de calcinha pois estava sem sutiã. Coloco uma blusa o dobro do meu tamanho que roubei do papai e fico assim mesmo.
Kate está apenas de short e sutiã, ela é o meu contrário nisso.E então, assim que subo na beliche a porta é brutalmente aberta. Quatro garotos mascarados com tacos de baseball, dois deles com vendas e cordas, um deles me puxa quase fazendo eu ir de cara com o chão.
Dou um soco no saco dele e ele também cai de dor, mas o babaca logo levanta e me amarra, coloca a venda em mim e me joga nas costas como se eu fosse um saco de batata.-KATE!! Você tá aqui? - grito preocupada com minha amiga. Mas que merda tá acontecendo?! Argh!
-EU TÔ AQUI! - Romanov grita em resposta. Então o cara que me carrega nas costas tapa minha boca para fazer silêncio.
Ué... Essa mão, não me é estranha... Macia, cheia de anéis...
- Sicchieri? É você? -Pergunto e paro de me espernear. Mas o homem não diz nada.
Saco! Que merda! Suspiro e me acalmo pra pensar em alguma solução ou achar o motivo desse alvoroço. Vejo por baixo da venda em meus olhos que estamos chegando no ginásio do colégio, está com pouca luz mas consigo reconhecer.
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A Dama e o Vagabundo
RomansaEles gostavam de se implicar. Katerina Romanov era a definição de perfeição, aos olhos dos outros. Dona de uma personalidade forte, filha de um dos maiores empreendedores do país, por isso era muito cobrada pelo pai a não ser nada menos que perfeita...