The birds have left their trees

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Preparados? Boa leitura!

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Eu estava surtando.

Não havia outro jeito melhor para descrever isso. Eu estava surtando.

Eu, por mais que nunca admitisse, gostava de ir para Hogwarts. Bom, pelo menos mais do que gostava de ficar em casa perto do meu pai e suas crenças ridículas ou da minha mãe que nada podia fazer para protestar contra as atitudes imprudentes do meu pai em relação à mim. Geralmente me sentia mais seguro lá, longe de tudo isso.

Mas, dessa vez, não há Hogwarts que me faça sentir melhor. Nem mais seguro, nem nada.

Lá, no trem à caminho da escola de magia e bruxaria, tudo parecia ainda mais próximo do que nunca, e eu só conseguia pensar...

"Meu pai enlouqueceu?!"

Ele queria que eu me tornasse um comensal. Dá para acreditar?

O homem que, durante muito tempo, eu idolatrei e achei que sabia de tudo, querendo me entregar ao Lorde Das Trevas por poder.

Poder. O que os Malfoy não fazem por poder, poder e mais poder?

Não que eu espere que alguém saiba a resposta.

E, como se já não bastasse, meus amigos, Blaise Zabini e Pansy Parkinson, meus melhores amigos, estavam nisso também.

Eu simplesmente não entendia. Como alguém poderia fazer algo assim com os próprios filhos?

"É por um bem maior. Estamos fazendo isso por nossas famílias."

Não.

Não estavam.

Não por nossas famílias, pelo menos. Estavam fazendo por nossos sobrenomes. Patético.

E, por eles se importarem tanto com nossos sobrenomes, eles ficaram obcecado por poder com o Voldemort e acabaram nos arrastando para isso também.

Nem eu, nem meus amigos, merecíamos isso. Viver por nossos sobrenomes. Devíamos viver por nós mesmos, e viver em uma família tradicional sangue-puro é realmente o contrário disso.

Tentando, falhamente, afastar esses pensamentos não muito positivos sobre nossas vidas terríveis, me dirigi até a cabine onde sabia que Blaise e Pansy estariam.

— Zabini. Parkinson - cumprimentei, de forma falsamente fria, entrando na cabine e me sentando ao lado de Pansy.

Eles sorriram, parecendo tão felizes por me ver quanto eu estava por vê-los, embora negasse até a morte.

Pansy e Blaise eram... incríveis. Meus únicos amigos de verdade, as pessoas que me entendiam, me amavam e me consideravam parte de sua família verdade. Por que é isso que eles eram: família. E eu os amava.

Muito.

— Draco! - guinchou Pansy, praticamente pulando em cima de mim e abraçando-me. Podia até não parecer, mas ela era bem forte a ponto de quase me sufocar.

— Pans! - sorri ao chamá-la daquele apelido e sentir seus braços se apertarem ainda mais em volta de meu pescoço.

— Nossa, valeu por lembrarem que eu ainda estou aqui - disse Blaise, de forma sarcástica, nos encarando com um sorriso que o entregava.

Fui até ele e, ao contrário do que muitos esperariam, o abracei.

Ele pareceu chocado por um momento, mas eu não o soltei e fiquei satisfeito por não tê-lo feito ao sentir seus braços ao meu redor, me cercando de forma acolhedora.

Atlantis - drarry Where stories live. Discover now