E lá estava o Sol a se pôr. O céu escurecia em variados tons de azul, algo me despertava curiosidade, por que o céu sempre fica azul e não totalmente preto quando se está se deitando?
─ Satori, vamos logo, já está anoitecendo! ─ Gritava minha mãe, que logo a respondi com um "já vai, apenas preciso de um tempo só". Com hesitação, fui adentrando a floresta, a cada passo que eu dava, o céu anil se tornava negro.
As vezes, me batia contra galhos e árvores no caminho, porém, durante o trajeto, deparei-me com um tipo de claro branco, como se fosse o brilho da lua. Logo após, comecei a escutar finos e doces soluços, como se fosse uma criancinha chorando; quando olhei mais de perto, percebi que era uma bela moça, trajando um vestido branco e longo, e havia flores e vinhas ao seu redor, complementando com sua pele pálida, se escorriam lágrimas, e mais lágrimas de seus olhos.
Arrisquei-me de falar com ela, levantei e dobrei minhas calças até a altura de meus joelhos, retirei meus sapatos e meu casaco, e fui andando pelo pequeno riacho, até alcançar a rocha em que ela estava sentada.
─ Ei moça, o que houve? ─ Perguntei a ela, que, ao me encarar, parou de lacrimejar por um certo momento. A encarei entristecido, já que para mim, é ruim ver pessoas tristes
─ Eles me deixaram aqui, meus amigos... me abandonaram. ─ Ditava ela, com seus olhos tristes e marejados, que logo se pôs a lamentar novamente.
─ Ei, ei, ei, não chore! Pare 'pra pensar, você pode ter um novo amigo. ─ Disse a garota, que apoiava o rosto nos joelhos.
─ Não adianta, todo amigo que eu tenho, me deixa sozinha de novo, e de novo. ─ Indagava a mulher dos cabelos dourados como ouro. Deve ter sido muito difícil para ela ter que aguentar todo esse abandono constante.
─ Mas então, ah, qual é seu nome?
─ Meu nome de verdade mesmo é Tearss, mas muitos me conhecem como Bizet. ─ Falou a deusa dos olhos cor-de-rosa, que me olhava cabisbaixa.
─ Seu nome é muito bonito, o meu é Satori! ─ Confabulei feliz, ela me encarava surpresa por alguém falar tão animadamente, parece que ela vivia em melancolia constante. Continuava a tagarelar sobre variados assuntos, e a loira escutava atentamente com um leve sorriso em seus lábios rosados. Repentinamente, fui envolvido em um abraço morno e confortante.
─ Obrigado por me consolar. Agora, eu carrego um pedaço de ti em meu coração.
Por um breve momento, o céu se clareou, e de repente, as nuvens, de antes coloração azul, se tornaram rosadas.
Tearss era a deusa dos rios e das lágrimas.
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─ Mas vó, como a senhora sabe disso? ─ perguntava meu neto, com um olhar ingênuo de curiosidade.
─ Ah meu fi, vovó já tem 72 anos, sei de muita coisa nesse mundo. ─ disse a ele, sorrindo calmamente.
─ E agora que eu parei para perceber, você se parece com a "bizéte"!
─ É Bizet, meu filho. ─ Respondeu a mãe da criança, que logo começamos a rir como loucos.
Queria que você estivesse aqui, Tendou.
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to dedicando essa fic pra algumas pessoinhas mto legais!!
adoro todos vcs!!
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O VALE DE LÁGRIMAS; Satori Tendou.
Fiksi Penggemar"Porque, quando a tarde chega, o céu fica com nuvens rosas, vovó?" Reza uma lenda, que se diziam que uma deusa azul e um humano vermelho colaboraram com o espaço, meu fi. Sente, e irei lhe contar uma história de muitos, e muitos anos...