Capítulo 1

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- Adeus Wendy.

Essa voz... a voz do Peter, ecoou em minha cabeça enquanto eu lentamente despertava, quando dei por mim, eu já me encontrava sentada em minha cama sem nem dar conta de minhas ações.

- Wendy ? - Meu irmão veio até mim, sua expressão de preocupado era nítida. - O que houve, teve algum pesadelo ?

- Onde ele foi ? - O interrompo.

John encarou meu rosto com seu olhar confuso antes de perguntar: - Quem ?

- Peter Pan.

- Como ? - Jonh faz uma pausa, provavelmente pensando que eu estava louca, mas logo tornando a falar. - Olha Wendy, certeza que está tudo bem ?

Minha cabeça ia a mil por hora. Levantei da cama abruptamente.

- Você é quem não está bem. Não se lembra da Sininho; das sereias; do Gancho; ou...

O garoto me interrompe. - É claro.

O alivio me atingiu: - Oh céus ainda bem, pensei que estava...

- O Michael pede essa história todas as noites pra você.

- Ora, não é isto. Veja, nós estávamos lá, na Terra do nunca, até voamos com pozinho magico da Sininho e...

- Crianças. - Mamãe abre a porta do quarto. Parando quando me viu com os braços abertos simulando asas. - O que está acontecendo ?

- Bom, acho que precisamos de outra história antes de dormir. A Wendy já está começando a ter delírios com ela. - John responde a última parte em sussurros. Como se eu não o estivesse escutando.

- Veja, oque eu vi foi real !

- O que viu querida ? - Mamãe perguntou novamente, enquanto pegava Michael em seus braços.

- Nada. Apenas esqueça mamãe. – Respondi abandando minha mão.

Se Jonh não acreditou em mim, quem dirá mamãe, era melhor esquecer.

- Tudo bem então. Se apressem e desçam para irmos a feira.

Jonh a seguiu, enquanto eu olhei para janela. A imagem do sorriso de Peter veio em minha mente, lembrando do toque quente de sua mão na minha quando a segurou enquanto voamos, até me lembro das batidas de seu peito quando ele me carregou após me salvar do Capitão Gancho. Tudo oque eu senti foi tão real, não poderia ter sido um sonho, poderia ?

- Vamos Wendy. - Mamãe me chama novamente.

Balancei a cabeça, espantando as imagens de minha mente, correndo para continuar meu dia e deixar aquilo guardado com minhas outras fantasias.

O resto do dia se passou o mais normal possível no meu exterior, mas por dentro, tive várias tentativas de convencer a mim mesma de que tudo aquilo fora apenas um sonho, e eu estava quase conseguindo, bom até depois do jantar

Eu lia um livro qualquer. Nem percebi os sons que meu pai fazia com a boca, o mesmo se cansou e bateu sua xicara de chá na mesa, se ele fizesse mais força, provavelmente a teria quebrado.

- Wendy.

- Sim senhor ? --- Respondo, calmamente, mesmo estando em total apreensão. Naquele momento, eu sabia se era melhor saber ou não o rumo que aquele jantar tomaria.

- Desça suas coisas amanhã. Vai sair do quarto dos seus irmãos hoje. - Papai ordenou.

- Querido, certeza de que quer fazer isso ? Veja, ela só tem 12 anos.- Mamãe tentou me ajudar.

- Ela não tem querer. Eu sou o homem desta casa !

- Mas, eu não quero. - Digo rapidamente, se eu falasse mais devagar isso não ia sair da minha garganta.

Wendy Darling - Uma continuação de Peter PanOnde histórias criam vida. Descubra agora