Prólogo

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        Eu já estou extremamente tonto e acabei de perceber que perdi a conta de quantos copos eu já tinha bebido essa noite. Não apenas essa noite já que estou enchendo a cara desde antes do entardecer. Realmente nunca é uma boa encher a cara para afogar quaisquer tipos de mágoas, eu preciso parar com esse mal hábito. Pra início de conversa eu nem devia estar aqui nessa festa, tudo que eu preciso mesmo é estar em casa chorando pra caralho no banho sentido a água gelada caindo na minha nuca.

        Perdido em meus pensamentos com mais um copo de bebida na mão, deixo de lado um pouco a festa e vou para os fundos da casa tomar um pouco de ar. O caminho foi um pouco complicado já que eu estava esbarrando em todos os móveis e tropeçando em todos os tapetes possíveis. Chegando no quintal decido terminar de beber todo o meu copo de uma vez e deitar na grama para observar o céu que estava tão sem graça. Uma única estrela sequer era visível, apenas uma leve neblina que com a ajuda de uma grande nuvem tapava toda minha visão da lua.

        Continuo ali observando até notar um corpo parado em pé ao meu lado, era uma pessoa com uma camisa azul marinho com a gola branca, mesmo sendo difícil de olhar o seu rosto era fácil saber quem era. Se tratava de August, ele está sendo um pé no saco desde que eu voltei. Não queria ele e deixei isso claro de todas as formas mais grosseiras possíveis.

        — Aqui está frio e se continuar aqui vai pegar um resfriado — disse me encarando.

        — Não ligo de pegar uma gripe — respondi de forma ríspida.

        Depois de alguns segundos me encarando, August deita ao meu lado e me fita com seus olhos e em seguida tenta acariciar minha bochecha, mas logo dou um tapa em sua mão como resposta.

        — Vamos, Leo, eu sei que você é afim de mim.

        — Não me chame assim, não sou seu amigo. Eu quero mesmo é distância de você — tento me levantar para sair dali, mas falho pela tontura em excesso. Não devia ter virado aqueles copos.

        Numa outra falha tentativa de me levantar, sinto as mãos de August me puxando para ele ainda deitado e tento relutar, mas ele consegue ser mais forte que eu mesmo eu estando sóbrio. Ele joga seu corpo por cima do meu e leva seus lábios até minha orelha, depositando beijos ali. Eu realmente quero vomitar. Começo a dar diversos socos em suas costas e a gritar mesmo sabendo que não vai adiantar nada devido ao som alto da festa. Conforme eu ia dando meus socos nele, ele descia mais seus beijos até quase encostar seus lábios nos meus, entro em desespero e começo a tentar empurrá-lo. Sem efeito. Quando ele ia selar nossos lábios, vejo-o sendo empurrado por outra pessoa e recebendo um soco potente em seu maxilar. A adrenalina que percorria meu corpo fez com que eu institivamente me levantasse do chão e observasse a cena de August parado e caído no chão, junto com Dean massageando sua mão esquerda. Vacilo por um momento e logo me pego encarando os olhos de Dean.

Me odeio por te amarOnde histórias criam vida. Descubra agora