VII. hug me

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"Sometimes you just don't know the answer"

Não foram dias fáceis, pelo contrário foram aterrorizantes e agoniantes. Foram momentos de raiva, triste e mágoa. Momentos repletos de solidão e medo, medo de si, medo do amor, medo do mundo. Um extremo medo de ser visto, não como os outros imaginam, mas como realmente somos. É estranho pensar como fazemos de tudo para sermos aceitos em uma sociedade injusta e preconceituosa. É estranho pensar que como o amor é dolorido e pode lhe trazer mágoas e dores.

É como pensar na primavera, as flores nascem e ficam lindas. Mas nem todas ficam lindas, ou se quer nascem.

Vê um amor indo embora porque você nunca está pronto é horrível. Sentir o sentimento de desespero por pensar e saber que aquela pessoa não te ama é doloroso, o amor é doloroso. Sirius não soube o que fazer quando viu Remus quebrando aquele Dom Pérignon e o olhando amargamente. Aquilo doía, todos os dias Sirius pensava em suas palavras, amargas e tristes.

Sirius amava Remus infinitamente, talvez ele fosse sua alma gêmea, ele queria passar todo o resto de sua vida ao seu lado... Mas ele não estava pronto.

Sirius acordou antes do sol nascer por causa da insônia, a qual tem o perseguido constantemente, ele não queria ficar na cama então se levantou e vestiu um roupão. Depois foi para a sala comunal, estava vazia e silenciosa. Ele sentiu algo bicar seu ombro esquerdo, ele se virou e viu sua coruja com os olhos bem abertos. Sirius pegou a carta presa da patinha da coruja, e depois de bicar mais uma vez o ombro do dono ela saiu voando para o corujal, o dia logo amanheceria e ela precisava dormir, para se recompor das viagens cansativas.

Sirius abriu a carta com muito cuidado, o envelope era amarronzado e uma caligrafia muitíssimo bem escrita. Ele abriu e leu o que estava escrito.

"Remus Lupin"

-Por que Remus iria me mandar uma carta se ele está aqui?- Sirius pergunta para si mesmo confuso. Mas apenas dá de ombros e continua lendo.

29 de outubro de 1978

Tenho passado muito tempo pensado, de como as coisas antes pareciam mais fáceis... Parece que ainda era ontem quando estávamos matando aula da estufa de Herbologia, quando você arranjou uma briga com Snape por minha causa, quando fizemos aquele piquenique, quando demos nosso primeiro beijo... São tantas memórias, eu sou covarde demais para dizer a verdade, então sempre deposito meus problemas em champanhe. Os dias têm sido lentos, tristes e cinzas, logo será novembro e eu voltarei para o dormitório. Sinto falta das partidas de jogos na comunal, de Prongs nos acordando cedo para ele falar sobre Quadribol... Tudo faz falta, tudo é tão vazio comigo. Queria que fosse mais fácil, queria que eu pudesse apenas ter o controle das minhas coisas, dos meus sentimentos mas sou tão explosivo e as vezes você nem tem culpa. Mas acabo te culpando de muitas coisas. Gostaria apenas de me entregar ao amor, será que algum dia? Será que algum dia eu saberei amar você? Se lembra da primeira vez que nos vimos? Nós estávamos no primeiro ano, na aula de Herbologia, e ali perto onde estavam os alunos haviam muitas margaridas eram lindas e invejáveis. Você me deu uma margarida, eu sempre fui solitário e você disse para mim naquele dia que também se sentia solitário então me deu aquela margarida, depois saiu correndo como uma criança louca. Você foi tão gentil e fofo comigo naquele dia, foi a primeira criança que não se importou ou perguntou sobre minhas cicatrizes. Você nunca me deixou desconfortável como as outras pessoas.

Sirius leu a carta calmamente, ele se recordava de todas as lembranças, ele nunca esqueceu de Remus, nem Remus nunca esqueceu Sirius. Algumas lágrimas caírem sobre seu rosto, enquanto lia sobre as margaridas, Remus era igual as margaridas; delicado, sutil e frágil mas sempre resolvia tudo sozinho, mas ao mesmo tempo ele tinha uma certa pureza e sensibilidade. Sirius dizia que o sorriso de Remus o trazia paz, como as margaridas. Que eram afetuosas e lindas, Remus podia ter muitas vezes um temperamento forte e querer lidar com tudo sozinho, mas ele ainda era puro e belo como as margaridas.

Sirius esboçou um sorriso sincero, se levantou e foi silencioso, nas pontas dos pés até o jardim da estufa de Herbologia, ali tinham várias margaridas, iguais as de cinco anos atrás. Sirius com um feitiço pegou dezessete margaridas, igual o número da idade de Remus. Depois de pegar as margaridas subiu para o dormitório e bateu na porta do quarto de Remus, as luzes dos corredores estavam apagadas e quase não tinha luz, Sirius torceu para ser o quarto certo.

Ele ouviu alguns passos até a porta então escondeu as margaridas atrás dele, e em instantes a porta se abriu. Remus vestia um cardigã bege, ainda a calça do pijama e os pés apenas calçados com meias, Sirius olhou Remus por mais um tempo ele, como ele conseguia ser tão lindo até antes do sol nascer.

- Eu recebi sua carta... Também está com insônia?- Sirius diz meio rouco, depois de quase babar vendo Remus ainda ems eu estado matinal.

- Bom dia, sim. Quando perco o sono eu escrevo - Remus indaga com as bochechas levemente rosadas.

- Eu sei, é um hábito...- Sirius o conhecia muito bem, até seus vícios e hábitos.

- Entra!- Remus o chama para dentro depois fechando a porta.

- Pra você! Soube por uma coruja branca que seus dias têm sido lentos, tristes e cinzas.- Ele esticou seu braço com as margaridas.

Remus as olhos com os olhos brilhando, ele pegou as margaridas com um lindo sorriso, Sirius sentiu um cheiro doce das margaridas que Remus inalou o cheiro de frescor e paz, como seu sorriso.

- Obrigada, são lindas e coloridas. Trarão cores para os próximos dias!- Remus pôs as flores encima da sua mesinha para depois colocá-las em uma jarra com água.

- Deixe elas no sol!- Sirius sorriu vendo Remus ficar feliz com aquele simples presente.

Mas apesar de simples, havia amor em seu ato e isso era apenas o que verdadeiramente importava.

Sirius se aproximou de Remus quando ele tirou os olhos das margaridas, ele olhou fixamente nos olhos de castanhas escuras, depois em seus cabelos caramelos, em seu nariz com algumas cicatrizes que para Sirius eram como marcas de sue amor, ele analisou cada detalhe mínino de seu rosto. Depois olhou seis lábios, um pouco pálidos, mas ainda sim irritantemente perfeitos! Remus já sentia a próprias respiração descompassada, seus lábios estavam entre abertos.

Sirius se aproximou mais um pouco sentindo a respiração de Remus cada vez mais perto de seu rosto, Remus também não estava gostando da grande distância entre eles, Remus finalmente juntos seus corpos um colado no outro, ambos podiam sentir a pulsação deles mesmos, e suas respirações ansiosas e impassivas. Eles necessitavam do toque um do outro, depois de tanto tempo separados por uma grande distância, eles precisavam daquilo.

Remus pegou suas mãos e depositou ambas na nuca de Sirius, trazendo sutilmente seu rosto cada vez mais perto de seu rosto, sentindo o calor em seu corpo cada vez mais forte e necessitado. Remus finalmente juntou seus lábios cautelosamente com os lábios macios e doces de Sirius, que por sua vez se entregou completamente para ele.

Sirius abraçou docimente o corpo de Remus, aprofundando mais seu beijo. Havia tanta saudade, amor e necessidade em seus toques que se tornava impossível de querer sair dali. Ambos se entregaram aos seus beijos e abraços. Remus sentia os lábios presunçosos de Sirius contra o seu, que se aventuravam em completa harmônia. Era como se finalmente estivessem se encaixado as peças que faltavam entre os dois. A distância, era a única coisa que os matava por dentro. Remus e Sirius se separaram pela falta de ar entre os dois senão ficariam para sempre ali.

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FINALMENTE!!! Gente finalmente saiu o beijo, a segundo parte do capítulo eu posto depois. Deixem um voto por favor!😩

Não é fácil ser escritora de Wolfstar""

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