Poder e romance; Um conto futurista

O inicio de tudo

A crise que anteveio o sistema dos chanceleres se originou de uma serie de fatores, em 2070 houve uma grande e terrível guerra entre Estados Unidos e a Rússia, com a expansão da OTAN iniciada a décadas antes, a tensão chegou ao limite e estourou uma guerra. Toda a questão se resumia ao ponto de vista russo que pensava que a própria integridade territorial russa estava em perigo. O ápice chegou quando a OTAN chegou ate as antigas republicas soviéticas na Ásia central, em especial o Cazaquistão. Depois de uma serie de protestos no país o antigo governo (que era totalmente controlado pela Rússia) caiu e os novos governantes, buscaram aproximação com os países do ocidente. Cansados de vierem sob a influencia de Moscou eles assinaram acordos estreitando laços econômicos e militares com os países da Europa ocidental, e América do norte. É claro que os russos não gostaram nada disso. Alegando que o antigo presidente cazaque foi derrubado por um golpe ilegítimo de movimentos financiados pelo ocidente, os russos invadiram o Cazaquistão, o que eles não esperavam é que os EUA assinaram um tratado com os cazaquistaneses de defesa mutua. Com a Invasão os Estados Unidos tinham o pretexto perfeito para iniciarem uma guerra com a Rússia e assim diminuir sua esfera de influencia. Os protestos contra o fim do antigo regime cazaquistanês sempre foram legítimos, mas obviamente havia algo maior por trás de toda a ajuda que o Cazaquistão vinha recebendo. A Rússia também tinha sua culpa, desde a época do império dos czares até o final da era soviética os russos nunca tinham vivido uma democracia. E seus lideres obviamente não permitiriam que as antigas republicas soviéticas se aproximassem da esfera de influência da União Europeia e da OTAN. Mas apesar dos esforços de Moscou, varias das antigas republicas socialistas buscaram se distanciar cada vez mais de tudo o que lembrasse a antiga URSS. E isso também incluía a Rússia. Depois dos acontecimentos em Moscou depois do fim da URSS, a Rússia buscava reafirmar seu papel entre as nações, isso significava que eles fariam tudo para que a antiga área de influencia do império soviético continuasse orbitando sobre a esfera de Moscou. Diante desse cenário, as republicas tinham que agir. Assim além de adotarem medidas que abriam a economia de seus países ao comercio global elas também entraram como membros nas organizações ocidentais. E o foco principal delas era a OTAN, era obvio que ninguém queria viver em uma ditadura de novo. O ocidente também tinha tinha seus interesses, o leste europeu e a Ásia central eram grandes exportadores de Commodities, principalmente minérios, petroleo e grãos. No meio de tantos interesses era absurdamente claro que cedo ou tarde haveria um conflito. Isso teria repercussão no mundo inteiro, inclusive no Brasil. Era claro que logo o caos chegaria, e seria mais intenso nos países em desenvolvimento. Era necessário que essa guerra terminasse rapidamente. Mas não era isso que aconteceria, obviamente uma guerra com tantos interesses envolvidos não terminaria tão facilmente.
Depois que o conflito iniciou, a guerra teve inúmeras repercussões no mundo todo. O conflito se estendeu por 3 anos e deixou um rastro de destruição pelo mundo. O ocidente trinfou, o governo ditatorial foi deposto. Mas um alto preço foi pago. Terminado o conflito o governo russo foi deposto, opositores do presidente Dimitri Ivanov assumiram o poder e Andrei Vasilieve (membro do parlamento russo e ativista pelas liberdades individuais) assumiu o poder. As repercussões chegaram ao outro lado do Atlântico também. Pressionados pela própria população foram obrigados a adotar mudanças profundas na sua politica externa. E outros países também sofreriam mudanças. No Brasil, a guerra deixou marcas profundas na economia e sociedade brasileiras. Um caos social se instalou no país, em razão da grave crise econômica que se instaurou. Ao ponto da situação se tornar incontrolável. Tropas do exercito tiveram que ser acionadas, até que tudo se acalmasse muito trabalho foi feito, reforçando-se a segurança dos prédios da administração federal, usando os batalhões de choque das policias, resposta rápida da justiça a manifestantes ultraviolentos inflamados pela alta inflação, desemprego, crise de abastecimento, e crescimento da miséria. Com o passar do tempo chegou-se a conclusão de que o caos não desapareceria por completo enquanto medidas profundas não fossem tomadas. Assim que as forças de segurança conseguiram controlar os protestos, todos os poderes da republica se reuniram para discutir o que devia ser feito. Foi constatado que naquela conjuntura, seria impossível administrar o país no modelo de governo estadual, e governo municipal eleitos diretamente, era claro que um novo modelo de democracia deveria ser adotado. Um sistema que abrangeria desde o vereador até o presidente da republica. Depois de muita discussão foi decidido que primeiramente seria organizado um plebiscito. Uma ampla votação em que os 400 milhões de brasileiros deveriam decidir se queriam uma reforma no modelo que vinha sendo adotado desde 1988. A votação foi feita, a população aprovou a proposta. Dada a permissão do povo, o governo criou um um grupo de trabalho com sociólogos, economistas, ativistas, políticos, geógrafos, historiadores, e outros especialistas em diversas áreas das ciências sociais e econômicas. Passaram-se meses, e então o objetivo foi concluído.