Os grupos mais antigos e tradicionais da Fundação Cadmus vinham perdendo força desde a época do Chanceler Alberto, Por anos os funcionários do Cadmus da velha geração, haviam exercido a hegemonia dentro do Cadmus. Mas, com passar dos anos com a entrada de novas ideias advindas da Ásia e da Oceania com conceitos como retorno aos ideais do anos 20 do século XXI, como por exemplo reinvestir em pesquisa tecnológica, mas ao mesmo tempo colocar uma maior participação do homem no processo industrial. O que aconteceu foi o seguinte; A partir dos anos 80 do século XXI o avanço tecnológico atingiu o seu auge. Com o advento da pesquisa de aprimoramento industrial foram criados inúmeras maravilhas tecnológicas como óculos que tinham funções de celular ou até mesmo de câmera fotográfica, também criaram coisas como roupas com tecidos compostos por nanorobôs que avaliavam as condições de saúde e as enviavam diretamente para os médicos das pessoas. Só que o progresso tecnológico cobrou seu preço. Com o avanço cada vez maior da tecnologia, as inteligências artificiais ou auto mecanizadas foram ocupando cargos que anteriormente eram ocupados pelos humanos, ao ponto da maioria dos setores da indústria, da agricultura e do comércio não precisarem mais da mão de obra do homem. Com o passar do tempo o desemprego foi aumentando, a classe média podia pagar cursos para se modernizar, a classe C podia trabalhar em empregos que exigiam uma qualificação menor. Mas ainda assim o numero de miseráveis aumentou muito. E os governos ainda estudavam o que podia ser feito e promoviam cursos de qualificação e programas de redistribuição de renda. Mas a situação era diferente no Brasil, com a ascensão do novo Alto Chanceler Victor Guerra, o país adotou um principio de "progresso a todo curso". Ou seja, o Brasil na ânsia de se colocar entre as grandes nações da terra iniciaria um processo de industrialização auto mecanizada sem precedentes, com altíssimo investimento em inteligência artificial para que se fosse instalado em todos setores econômicos, não importasse o preço que fosse preciso ser pago. Como já explicado anteriormente uma enorme massa de desempregados se formou devido as ações do governo federal que foram lançadas sem nenhum plano que elaborasse soluções para o problemas sociais que estivessem por vir. Com isso o país havia sido entregue ao caos, e o governo ainda estudava o que fazer. Os grupos tradicionais da Fundação Cadmus eram partidários do Alto Chanceler Guerra, que haviam se beneficiado com recursos provenientes de Brasília. Dados pelo Alto Chanceler para recompensar o chanceler Alberto e seus aliados no sudeste principalmente em São Paulo.
Além disso, o grupo conservador tinha um nome muito bem visto dentro do Cadmus: Gustavo Barone. Gustavo Barone era um homem de 30 anos que trabalhava para a Fundação Cadmus desde os 20 anos de idade. Começou como secretario de um dos diretores do Cadmus, e com o passar dos anos foi se mostrando um ótimo funcionário evoluindo de cargo. Até que ele candidatou a posição de membro do conselho estadual pelo estado do Rio de Janeiro, tendo cumprido o mandato de 5 anos. Depois desse período voltou suas aspirações para a Fundação Cadmus. Voltou a ocupar um cargo de chefia e com a morte do antigo chanceler, viu a chance perfeita para ter o prestigio pelo que havia sonhado a vida inteira. Gustavo Barone era um homem bonito, tinha um corpo atlético, era branco em um tom pálido, tinha cabelo preto liso, cortado em um corte social, o tamanho do cabelo era médio. Ele tinha olhos verdes, era magro mas tinha músculos bem distribuídos no abdômen e nos braços, tinha ombros largos e era alto. Com essas características ele atraia a atenção de homens e mulheres e ele sabia disso.
Profissionalmente, Gustavo defendia o total desenvolvimento da "independência" das maquinas em relação ao homem, no entanto compreendia os pontos de Henrique. Gustavo defendia que para resolver o problema do desemprego era necessário investir nas empresas menores, e no campo onde propriedades menores como sítios e chácaras já que esses pequenos minifundiários não teriam condições de comprar um maquinário com tecnologia de ponta auto mecanizada. Além do investimento do governo regional e federal ele defendia também buscar investimentos da América do norte, da Europa e dos nossos vizinhos na América do sul. Henrique concordava com a parte de investir em empresas e propriedades menores mais ele achava que era necessário também investir na capacitação industrial dos menos favorecidos. Ele acreditava que fazer isso era essencial para tirar o país da crise. Também discordava da parte de buscar empréstimos de potencias estrangeiras pois achava que isso tiraria nossa soberania. No entanto defendia uma cooperação maior entre os países da América Latina.
Henrique representava a ala modernista do Cadmus já Gustavo representava a ala conservadora da instituição. Conforme o tempo foi passando os dois foram apresentando suas propostas e eles também se conheceram de um forma muito mais... próxima. Augusto Henrique já conhecia Gustavo há anos e nunca havia visto algo nele além dele ser um alto funcionário de elite da fundação. Até que chegou o dia de discursarem perante a Assembleia do sudeste, Gustavo Barone foi o primeiro a falar:
– Bom dia a todos. Deputados da Assembleia do Sudeste, membros convidados do conselho municipal da cidade de São Paulo, e membros convidados dos conselhos estaduais de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas gerais e Espirito Santo. È uma honra estar com vocês esta noite. Como vocês todos sabem, trabalhei por mais de uma década no Cadmus, conheço a fundo os problemas enfrentados por nossa organização, sei de nossas fragilidades e no período em que atuei como eleito membro do conselho estadual do Rio, busquei a harmonia entre as diferentes vertentes de pensamento que fazem parte da nossa sociedade, sempre acreditei no poder da tecnologia e de como ela podia revolucionar a imagem de nosso país, como conselheiro estadual busquei investimentos para as pequenas e medias industrias do Rio de Janeiro, busquei fiscalizar o governador Lucas Bernardes em relação a importantes obras publicas como a nova universidade de tecnologia do estado do Rio de Janeiro, a UTRJ que conta com cursos como; Segurança de dados, tecnologia aeroespacial, analise de sistemas, engenharia da computação entre muitos outros. Também como conselheiro estadual também fiscalizei obras como a nova sede da Tecnobras na região sudeste. Cuja a sede da estatal na região sudeste foi financiada por recursos conjuntos do governo federal e da Fundação Cadmus. Acredito sim que a imagem de nosso país deve evoluir, deixarmos de sermos vistos pelas nações mas ricas como um país emergente e passarmos a sermos vistos como um polo multicultural e tecnológico. E esse avanço pode começar pelo sudeste! Poderíamos sim alavancar o desenvolvimento tecnoindustrial e tecnocomercial do país, além é claro de ampliarmos a nossa agricultura. O Cadmus pode ser uma ferramenta de transformação no país e na vida das pessoas. É nisso que eu acredito e é para isso que eu trabalho.
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Poder e romance; Um conto futurista
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