Não diga: Eu Te Amo. Mostre-me. [Degustação]

CAPÍTULO 7: Família

Se tem uma coisa que a família Bird preserva, é a união. Disso ninguém poderá falar o contrário. Eles são extremamente ligados e se preocupam com tudo, em relação aos problemas uns dos outros. Principalmente quando o assunto é saúde.

— Vai ser só por um tempo, eu te prometo.

— Sei, não... Jonas. Eu não queria perder a intimidade que temos em nosso cantinho.

— Eu sei, amor. — Ele se aproxima por trás dela e, abraçando-a, deposita beijos em seu pescoço e ombro.

— Isso é chantagem, sabia? — Ela se contorce e se virando para ele, o beija nos lábios.

— Eu sei! — Ele sorri e continua com os beijos.

Eleonor e seu marido construíram não apenas um grande império na indústria vinícola. Eles formaram uma família forte e unida por laços de amor e responsabilidade. Desse matrimônio eles geraram quatro filhos. O primeiro, concebido antes de se casarem, conduzia os negócios da família, nos Estados Unidos. Era um homem respeitado, um bom pai de família. Um casal de filhos que também se enveredaram pelos negócios da família.

O filho número dois era o enólogo da família. Vivia na Itália, na mansão herdada de seus avós maternos. Seu trabalho era de suma importância. Consistia em dominar a botânica, a climatologia, o processo de fermentação, conhecer todos os tipos de uva, bem como o período de colheita, tempo de maturação, enfim... tudo que estava relacionado ao vinho que sua família produzia. Não se casou e tão pouco teve filhos. Preferiu focar em sua profissão, se dizia ser a peça mais importante na família Bird.

Elenice era a única mulher. E a queridinha do velho Antony. A primeira a dar uma neta a esta família: Janice. Por um tempo considerável ela trabalhou na área administrativa das empresas brasileiras da família, mas assim que se casou com o charmoso advogado e colega de trabalho, ela decidiu se dedicar ao lar. Jonas é o neto caçula e muito mimado por sua avó. Nele, ela investiu sem pensar duas vezes ou contar as moedas.

O caçula da família Bird faleceu quando completou dez anos de idade. Ele contraiu uma meningite bacteriana e nem todo o dinheiro da família foi capaz de reverter sua situação.

Agora eles se unem em todas as ocasiões. E como a matriarca não anda muito bem de saúde, ela precisou passar um tempo no Brasil e Jonas não viu outra alternativa que não fosse atender ao pedido de sua nonna.

Andrea não insistiu, ela não confrontou e tão pouco bateu o pé, o fazendo escolher entre a família dele e ela. No fundo ela temia que ele escolhesse a família e ela acabasse abandonada. Andrea amava seu marido e não se via longe dele.

Instalados na mansão em Vargem Grande, que mais parecia um Jardim Botânico, Andrea ficou temerosa por como se daria o relacionamento delas dali por diante.

Eleonor nunca escondeu suas preferências. Ela não escondeu que desaprovava o relacionamento do neto com uma moça de origem humilde. O velho Antony passaria uma temporada percorrendo as empresas espalhadas pela Europa. Sendo assim, Eleonor não quis ficar só e escolheu justamente a companhia do caçula da família Bird.

— Sono molto contento della tua compagnia, nipote mio.

— Lo sono anch'io, nonna.

De fato ela estava muito contente com a companhia de seu neto, assim como Jonas, de sua avó.

Mas, alguém estava se sentindo muito deslocada. Deixada para escanteio, eles entram abraçados e Andrea aproveitou para observar o interior da casa. Foi a primeira vez que ela colocou os pés naquela residência. Já conhecia a existência, ouvira falar das festas magníficas que aconteceram no passado. Contudo, diante da imponência do lugar, ela sentiu um pouco de medo. Achou que poderia estar perdendo alguma coisa, apenas não sabia o que era.