Cansado e com medo

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PORCHAY

Faz 1 semana desde de que conversei com Kim e,mesmo que não tenhamos nos resolvidos, eu me sinto muito melhor em relação aos meus sentimentos e até mais disposto. Mas não posso dizer que estou pronto para encarar ele de novo e escutar o que ele tem a falar.

Tenho medo de me entregar e ter o coração partido de novo, tenho medo de que o que ele sente seja apenas culpa, de as coisas que ele fala sejam apenas para aliviar a consciência e depois que se livrar desse peso ele se afaste mim novamente, me deixando mais um vez quebrado.

Mas ao mesmo tempo que tenho medo, quero arriscar, afinal não tem como saber se daria certo se eu não tentar.

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-Chay, acorda

Nem percebi que tinha dormido, durante a aula de história da música, quando sou despertado pelo Kai, um colega de faculdade que tem tentado me ajudar a socializar, já que entrei na faculdade um pouco depois dos outros estudantes.

- Ah, oi acho que acabei dormindo sem querer.

-Tudo bem, eu te entendo, essa aula não é das mais animadas. Enfim, vamos?

-Pra onde?

- Pra cafeteria, não lembra que combinamos de ir lá para fazer o trabalho que o professor passou semana passada?

- Ah sim, eu tinha esquecido, vou só avisar para o meu irmão e nós já vamos.

Me afastei um pouco para ligar para o Porsche, o telefone tocou diversas vezes e quando eu estava quase desistindo ele atende.

-Chay, tá tudo bem com você?

- Sim Hia, só liguei pra avisar que vou sair com um colega para fazer um trabalho da faculdade, não precisa mandar ninguém para me buscar, de lá eu vou direto para casa.

-Tem certeza? Posso mandar alguém pra te buscar quando terminar ou pra te acompanhar.

- Sim, tenho certeza, sabe que eu me sinto desconfortável com a sensação de alguém me vigiando e eu prometo que assim que acabar vou logo pra casa.

-Ok toma cuidado, te amo.

- Eu também te amo, tchau.

Desligo a ligação e vou direção ao Kai, para irmos fazer o trabalho.

- Pronto, podemos ir agora.

- Tá bom, finalmente consegui convencer você a sair comigo, achei que nunca aceitaria.

- Dessa vez é diferente, não estamos indo a um encontro, estamos saindo como colegas para fazer um trabalho da faculdade, na verdade eu ainda acho que deveríamos ir para a biblioteca.

- não, não, tudo bem eu aceito sairmos como colegas, por enquanto.

- Não tem por enquanto Kai, eu entendo que esteja interessado em mim, mas não é recíproco, sinto muito.

- É o que veremos, smurf - ele me responde com um meio sorriso, fiquei sem entender o motivo do apelido, mas deixei para lá.

Quando estamos quase na saída uma figura um pouco menor que eu vem correndo na minha direção e me abraça pelo pescoço, dando um beijo no meu rosto logo em seguida.

- Cau você poderia parar com essa mania de me abraçar do nada, ainda mais estando todo suado?- pergunto enquanto tento me soltar desse indivíduo grudento.

- Me desculpe, amor, eu estava com saudades do meu bebê, faz tempo que não nos vemos.

- Fazem dois dias, fora que você manda mensagem a cada 5 minutos por absolutamente nenhum motivo.

- Essa é a minha forma de demonstrar meu amor por você baby Angel- Cau responde me provocando e me apertando mais uma vez, ele sabe que era assim que o pro dele me chamava.

- Até mais Cacau, eu tenho que ir fazer um trabalho - devolvo a provocação.

- Vai com ele? - ele olha para o Kai de cima baixo com um olhar sugestivo.

- Sim, nós vamos juntos, poderia nos deixar sair agora?- Kai responde por mim com um leve tom de impaciência na voz.

- Claro Porchay, não vou mais atrasar você - Macau se despede de mim com um abraço e antes de sair sussurra no meu ouvido- toma cuidado com ele amor, seu cão de estimação tá rodando pela faculdade e não vai gostar muito da ousadia dele.

- Isso não é da conta dele - sussurro de volta e dou um beijo rosto dele me despedindo.

Eu e a Kai seguimos a caminho da cafeteria que era a duas quadras da faculdade, então fomos andando mesmo.

A todo momento ele tentava puxar conversa comigo e eu apenas respondia de forma vaga, tentando não revelar muito sobre a minha vida.

Sinto falta de poder conversar livremente sem medo de revelar alguma coisa sobre a família mafiosa do meu cunhado, da qual eu descobri recentemente que também faço parte.

É difícil estar a todo momento com medo de revelar algo que não posso, ter pessoas perto de mim e elas acabarem sendo afetadas pela minha vida, viver temendo ser sequestrado a todo momento e do meu irmão não voltar vivo pra casa, quando minha única preocupação era jogar videogame, estudar e se o Porsche ia conseguir chegar em casa depois de tanto beber.

Não demorou muito a chegarmos e irmos direto para uma mesa no fundo do estabelecimento, onde era mais reservado.

Sentamos um em frente ao outro e começamos a fazer o trabalho em silêncio, conversando apenas o necessário sobre o trabalho, ou pelo era isso que eu estava tentando fazer.

- Sabe Chay, eu acho muito bonita a relação que você tem com seu irmão, eu percebi o carinho que você tem por ele enquanto fazia ligação, sempre foi só vocês dois?

- Sim, desde sempre o Hia cuida de mim, ele é a pessoa mais importante na minha vida.

- Entendo, e os seus pais? Você nunca fala deles.

- Vamos focar no trabalho, já está escurecendo e eu não quero chegar muito tarde em casa- tentei desviar do assunto por não me sentir confortável e nem saber até onde posso falar sem complicar as coisas, nem eu mesmo sei direito a história do que aconteceu.

-Ok eu já entendi, vou dar um tempo por enquanto- o mais baixo me responde com um sorriso e dando um leve aperto na minha perna, na mesma hora eu me afasto e volto a me concentrar em terminar a minha parte.

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- Ah, finalmente terminamos- Kai faltou enquanto esticava- o trabalho pode ficar com você? Você é mais organizado que eu tem menos chances de faltar.

- Posso sim, eu vou indo agora- começo a guardar meus materiais e pego o trabalho para colocar dentro da pasta.

- Espera um pouco, por que você não janta comigo? Vou me sentir mal por você ter passado a tarde aqui comigo e não comeu nada até agora.

- Não precisa se preocupar com isso, eu já vou indo - tenho evitado comer algo fora de casa por medo de tentarem me envenenar.

- Vamos Chay, por favor eu te deixo em casa depois- ele me barra de seguir a caminho do ponto de táxi, enquanto olha em direção a rua como se estivesse a procura de algo.

- Sério Kai, eu só quero ir para casa e descansar, eu já tinha deixado bem claro que só iríamos fazer o trabalho- tento não ser ignorante, mas tá difícil.

- Então eu espero junto com você enquanto esperamos o táxi.

-Não precisa, ele vai voltar pra casa comigo!

Uma voz masculina surge atrás de mim me assustando e percebo o rosto de Kai mudando para uma expressão de espanto.





Boa tarde estrelinhas!!
Desculpa a demora para atualizar a história, eu estou cheia de trabalhos e provas para fazer, esse fim de ano tá uma loucura. Vou tentar atualizar com mais frequência.
Me digam o que estão achando da fic, bjs e até o próximo cap.

After allOnde histórias criam vida. Descubra agora