Lágrimas de Diamante

A selvagem Elizabete Reiner

 "De todas as mulheres que conheci, Elizabete Reiner foi a mais interessante. Ela sempre carregava em seu rosto uma expressão nervosa, mas se você não a julgasse por isso e desse uma chance, você ia ver que por debaixo de todo esse nervosismo, existia uma mulher doce e com um bom coração! 

Elizabete Reiner teve um passado obscuro, ela nasceu no continente de Amafir, um continente que esteve em guerra desde os primórdios da criação de Solrik-Dal. Elizabete cresceu em uma família pobre de uma vila qualquer, sua mãe morreu no parto dando a luz a ela, e portanto ela era a única mulher da casa, dividindo o teto com seu pai, e seus outros três irmãos. Seu pai era um veterano de guerra, mas independente disso o seu serviço prestado não lhe gerou grandes recompensas após sua aposentadoria. Quando a mãe de Elizabete morreu, seu pai passou a ver sua filha como um símbolo de má sorte, e a culpava pela morte da mãe. 

Dentre seus irmãos, existia o mais velho deles e o mais responsável, Lancelot. Lancelot trabalhava para o exercito real de uma das facções que estavam em guerra, portanto na maioria das vezes ele sempre estava fora de casa lutando para os nórdicos. Mas sempre que Lancelot voltava para sua pequena casa, ele trazia dinheiro e presente para seus irmãos. Mas Lancelot tinha um carinho especial pela sua irmã mais nova, então sempre que ele a via, ele realizava um pequeno ritual. 

-Elizabete, venha ver o seu irmão...

Elizabete então corria alegremente até a cozinha onde Lancelot estava, o abraçava e então diziam:

Lancelot: De longe voltei

Elizabete: Muito tempo esperei

Elizabete e Lancelot: Mas juntos aqui, estamos outra vez...

Lancelot e Elizabete então gargalhavam, era possível ver pelo olhar de Elizabete o quão aliviada ela ficava, ao saber que seu irmão tinha voltado ileso, depois disso seu irmão finalmente lhe entregava o seu presente. E então eles ficava juntos até que Lancelot fosse convocado de novo, o que era uma verdadeira tristeza para Elizabete. Acontece que quando Lancelot não estava em casa, a vida de Elizabete era um verdadeiro inferno, ela era odiada pelo seu pai, seu irmão mais novo implicava com ela, enquanto o do meio não falava muito, mas Elizabete temia o seu olhar e sentia nojo dele. 

O que acontece a seguir na vida de Elizabete é um verdadeiro inferno portanto não irei falar mais sobre sua infância, na verdade acho que já chega dessa historia por hoje..."

Thoring guardou seu livro onde escrevia suas anotações, o colocou na parte mais alta de sua estante, até que Gamdriel interrompe o velho bardo...

-Espera ai, velhote! Liester e eu concordamos que já estamos velhos demais para falar sobre violência e temas pesados

-Na verdade, Gamdriel! Não foi bem isso que combinamos, nos combinamos que eu posso ouvir sobre isso enquanto te faço um resumo adaptado para a sua idade...

-Cala a boca seu elfo chato...eu ja tenho maturidade o suficiente para falar sobre isso

-Seu idiota, você nem ao menos sabe como são feito os bebês

-EU SEI SIM, É ATRAVÉS DO BEIJO "Gamdriel disse com raiva, tendo convicção de que sua resposta estava correta"

Liester então disparou a rir de seu irmão adotivo, e pouco tempo depois os dois estavam brigando pelo chão da sala de estar de Thoring

-CHEGA! "Thoring gritou"

Era possível ver em seu rosto uma expressão combinada de raiva e tristeza

-Vão dormir, eu conto essa historia outro dia

Thoring colocou os dois elfos na cama, e então sentou em sua poltrona enquanto refletia sobre o ocorrido