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Maitê

Me sento ao lado da lápide da Maya, permitindo que as lagrimas incessantes rolassem meu rosto

Uma dor inconsolável, perder uma pessoa distante doi, mais perder uma amigo de convivência doi ainda mais

Maitê: oi meu amor, já se passaram 1 mês desde que te tiraram de nós, a vida não anda fácil, eu e a minha mãe fomos ver o seu pai, a sua casa anda silenciosa, o teu quarto tá do jeitinho que você deixou, seu pai não deixa nem os empregados pisarem lá,ele nos disse que te perder, foi perder a si mesmo, o Lorenzo mal fala com a gente, mal come mal dorme e de uns tempos pra cá, ele vem se drogando demais pra conseguir lidar com a dor da perda e da culpa que ele sente por não ter acreditado em você, sabe eu ando me sentindo tão sozinha, não tinha ninguém nesse mundo em que eu confiava mais que você, no dia que fomos na casa do seu pai, ele nos disse que você realmente nunca soube de nada que a sua mãe planejava, e que nas últimas semanas vocês mal se falavam, aliás, você só queria saber de vir pro morro

As lagrimas incessantes não paravam nunca de rolar sobre os meus olhos, um peso terrível encontrou abrigo no meu peito

Maitê: o Lorenzo só fica naquela laje, outras horas na boca, e lá em casa ele só vai pra tomar banho e olhe lá, sabe aquela alegria que tinha? Pois é, não existe mais, o Arthur ficou bem abalado quando descobriu de toda historia, quando descobriu que era seu tio então ficou bem triste e chateado pelo fato de todos ter escondido dele, chegou até a brigar com a tia Isabela e com o tio Grego...

E ali se foi algumas horas da minha vida, por mais que ela não estivesse frente a frente comigo, eu sentia que ela me escutava e que me compreendia

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Eduarda: cade o Lorenzo?_pergunta pro meu pai assim que ele passa pela porta_

Talibã: se drogando como sempre, ta lá na boca

Maitê: eu vou ir falar com ele

Talibã: melhor não Maitê, do jeito que ele tá lá e capaz de ser ignorante contigo

Eduarda: oque tá acontecendo com o meu filho

Me levanto saindo de casa, subo o morro abraçando meu corpo com os braços pra que amenizasse o frio

Quando eu chego na entrada da boca, o Caleb e mais outros 6 caras estavam em pé, todos armados

Maitê: o Lorenzo? Ta ai?

Caleb: tá, acho melhor cê não entrar não, ele tá numa bruxa feia ai, o patrão bateu o radinho, disse que não era pra deixar você passar

Maitê: eu vim aqui atoa? Caralho hein

Caleb: eu te levo, ta frio e bom que eu já vou pra casa, to partindo_ fala com os caras se despedindo em um toque_

Ele sobe na moto ajeitando o fuzil em frente ao corpo e eu subo logo em seguida

Maitê: eu não quero ir pra casa

Caleb: jaé, vamo pra minha goma

Ele dá partida e em alguns minutos para em frente a casa dele, o Caleb já morava sozinho, sempre gostou e sempre foi muito independente

Ele estaciona a moto e eu desço, entramos logo em seguida

A casa era pequena, dois quartos, sala, cozinha, banheiro e quintal mais era limpa e aconchegante, tudo bem organizado

Caleb: ta chateada?

Maitê: triste e pensativa, o Lorenzo não para de se drogar e os meus pais não param de brigar por isso, lá em casa ta o maior auê

Caleb: o Lorenzo só queria amenizar a dor, encontrou o consolo nas drogas

Maitê: o problema e que ele tá acabando com ele e com a nossa família também

Caleb: deixa o cara, e um momento difícil pra ele_ se senta no sofá ao meu lado_ quer um abraço?

Assinto e ele me abraça logo em seguida, me aconchego nos teus braços fechando meus olhos, acabo pegando no sono, devido ao cansaço e exaustão dos dias mal dormidos

Morro Da Maré Onde histórias criam vida. Descubra agora