Capítulo 4

8 0 0
                                    

Acordei com algo..... algo que me fazia cócegas.....era macio. Abri os olhos calmamente já tendo uma ideia do que seria e como sabia, bem simples, só havia um ser a morar comigo.

-Bom dia pequena dafne. - assim que encarei os seus grandes olhos verdes ela miou e logo percebi do que se tratava.
A minha pequena estava com fome e pelas horas que eram (pensei ao olhar para o relógio).

Levantei me rapidamente porque já estava atrasada como sempre, mas quando racicionei sentei me na cama mas desta vez com mais calma do que me levantei e percebi.
Hoje era o meu dia de folga, suspirei e levantei me seguindo em direção à cozinha. Todos os dias pensava em como eu puderia ser tão certinha com tudo menos com as horas.

-Aqui está, a comidinha preferida da minha princesa - disse ao despejar na sua taça.

Decidi pôr música enquanto cozinhava,mas estava difícil escolher, pelo simples motivo de gostar de variados estilos. No fim decidi que iria pôr: "Lay All Your Love One Me" - dos Abba, mas acabei por ouvir mais algumas da mesma banda. (música na multimédia)

Comecei a organizar os ingredientes de acordo com uma nova receita que vi, andava e dançava despreocupada pela cozinha, adorava experimentar receitas novas, cresci desenvolvendo uma grande paixão pela culinária através da minha mãe Cecília, já o meu pai era mais virado para a arte, tinha vários desenhos pela parede do seu atelier, era um grande apreciador de poemas que para mim naquela altura não tinham significado algum, talvez por ser nova, mas hoje em dia percebo essa paixão e consigo interpretar tudo o que ele me falava de cada um que lia.

Memória

Andava pelo atelier do meu pai, ia tocando com a ponta dos meus pequenos dedinhos em tudo o que me chamava à atenção, vi algumas fotos da câmera de preto e branco do meu pai, éramos nós os três no parque, outra a montar a árvore de natal, ou quando fazíamos biscoitos... Eram tantas memórias boas.

Vi que o meu pai tinha vários materiais em cima da mesa, entre eles diversas canetas e lápis de carvão, também alguns guaches e bem outras coisas que eu não sabia exatamente o que faziam nem o nome.

Pietro(o pai) aparece e dá-lhe um beijo na testa.

-Está na hora de dormir, vamos.

-Mas eu não tenho sono papa.

-Bem eu ia dizer que ia ler a tua história preferida, mas se não queres.....

-SimSim papi eu quero.

Saiu a correr para se deitar à espera que o seu pai chegasse para ler a tão famosa historia que ela adorava, ela sabia que iria adormecer provavelmente na primeira página que fosse lida mas mesmo assim queria a sua companhia.

Também sabia que durante a noite a minha mãe me vinha ver e dar um beijinho, ela mesmo trabalhando até tarde por ter dois trabalhos, fazia sempre questão de se despedir de mim quando chegava.

(Fim da memória)

Limpei uma lágrima solitária que descia pela minha bochecha e  sorri ao recordar aqueles momentos.

Decidi que iria sair um pouco e aproveitar o dia que estava.
Fui para o quarto e vi e revi o armário todo mas não encontrava nada que me chamasse à atenção, era daquelas pessoas que precisava de sentir potencial na roupa para as usar, então lembrei me de um vestido lindíssimo que comprei com a minha mãe quando ela me veio visitar.
Depois de um tempo à procura finalmente o encontrei, deixei em cima da cama e fui tomar banho, ao sair lá estava a minha gata prestes a deitar-se nele quando a pego no colo e dou lhe montes de beijinhos e depois coloco aos pés da cama para que se possa deitar sem ser nas minhas roupas.
                            

Destinos CruzadosOnde histórias criam vida. Descubra agora