Sakura, a garota mais popular do colégio, tinha seu boletim tão impecável quanto sua fama na escola. Porém, após a repentina queda nas suas notas perfeitas, seu professor recorreu ao seu aluno predileto para fornece-las aulas de reforço.
Sasuke Uchi...
O que estava fazendo ali? Se perguntava constantemente a cada remexida de quadril que as líderes de torcidas faziam à sua frente.
A resposta era sempre a mesma, embora fosse difícil de acreditar. Todos os anos presentes naquele colégio, nunca, nenhuma vez sequer, ele teve a ousadia de conversar com a menina mais popular da instituição.
Pisar no mesmo lugar sagrado que aquela deusa ensaiava era, no mínimo, inacreditável. Mas lá estava ele, sentado na arquibancada sendo castigado pelo sol escaldante, seus óculos escorregavam do nariz fino e arrebitado ao mesmo tempo que as orbes negras observavam a quadra e as meninas espalhadas por ela. Sentia o tédio consumir seu corpo, porque nenhuma chamava sua atenção.
Nenhuma ali tinha cabelos cor de rosa e incríveis olhos de esmeraldas.
Elas não eram Sakura Haruno.
Suspirou mais uma vez, odiando o calor queimando suas costas. Preferia ter esperado do lado de fora, perto das árvores e o vento fresco. Mas quando ela sorriu para ele e pediu para que a esperasse na quadra, não soube como dizer não.
E, por um tempo, ele se iludiu com a ideia de vê-la ensaiando. Mas suas esperanças foram embora quando ela apenas entrou no vestiário. E, até agora, não saiu.
Só houve uma única vez, em que ele pôde vislumbrar seu talento fora dos campeonatos. Estava escondido atrás da arquibancada, seus olhos presos na agilidade, flexibilidade e delicadeza que continha em cada movimento ousado que a rosada fazia. Parecia uma dança sensual, a maneira como ela abria as pernas... O quadril balançando no ritmo da música, os cabelos grudando na face e a bunda redondinha empinada bem em sua direção.
Sasuke teve sonhos ardentes por dias, almejando que fossem tão reais quanto as ereções pelas manhãs.
Bufou com a ansiedade preenchendo seu estômago, o tic-tac do seu relógio de pulso o irritando. Queria ir para sua casa o quanto antes, poder memorizar cada traço daquela princesa por minutos a fim. Só para ter um portfólio maior e mais realista na sua cabeça.
Já que não podia tê-la em suas mãos, pelo menos em sua memória ela seria dele.
Após mais dez minutos, ela finalmente apareceu pela quadra.
