Unilateral (Interativo)

Pirulito

opa galera! queria muito0 escrever um negócio diferenciado então escrevi isso quando o luis falou que o chico é hétero. começou com uma piada, mas depois que o meu namorado me deu umas ideias aqui e ali, decidi fazer uma história onde você pode escolher o final, perfeito para os shippers e anti shippers de chicolírio!!! KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

espero que gostem!

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     Olhou no espelho uma última vez antes de sair do banheiro. Seu cabelo loiro estava perfeitamente arrumado, sua mecha laranja caindo sobre sua testa. Nem pensou em usar os equipamentos, havia os deixado na van, até porque era desconfortável, e naquele posto afastado, não tinha nenhum sinal de atividade alheia. Respirou fundo antes de sair do banheiro, encontrando Chico, sentado sobre uma das camas do quarto que haviam rachado. Era um quarto de família, com 3 camas de solteiro e uma de casal. Xande e Guizo, lombrados com alguma coisa que Lírio jurava ser infernal, aceitaram dormir na cama.

Sentiu o ar frio da noite quando pisou para fora do banheiro, aquela sensação boa que parecia envolver seu corpo quente com uma temperatura mais confortável. Sorriu. Viu Guizo na varanda, olhando para a câmera.

- Ô, Chiquinho, já liberei aqui pra você, a água do chuveiro tá ótima, a pressão daqui é muito boa - Disse, já colocando a camiseta do Voytek.

Chico estava lendo algum documento quando fez que sim com sua cabeça, sem nem olhar para cima. Lírio queria que ele olhasse para si.

- Eu já vou, então... - O baixinho disse, pulando da cama e indo direto para o banheiro. Ficou parado até ouvir o barulho da água. Andou rápido até Guizo.

- Ô, Guizo! - Chamou a atenção dele.

- Opa, tudo... bem? - Olhou para a expressão conflitada do grandalhão.

- Nem um pouco, eu acho que o Chiquinho tá bravo comigo!

- Bravo com você? - Perguntou, abaixando a câmera. O mais alto se sentou ao lado, em outra cadeira de plástico.

- É, eu falei pra ele que o chuveiro e a pressão daqui era muito da boa e ele só ignorou! Nem olhou pra mim...

- Ah, Lírio, ele teve um dia longo! Vamo esperar enquanto o Xande e a Dara vão pegar comida pra gente... E depois vocês conversam.

- Será que ele já tem outra pessoa?

- Hm?

- Melhor amigo! Será que ele já tem um melhor amigo?? - Se corrigiu, ainda com a ausência do sorriso em sua face. Encostou seu cotovelo no parapeito, olhando para os pequenos Xande e Dara, que andavam para fora da lojinha de conveniência. Xande ria pra Dara, que sorria, falando alguma coisa.

- Tipo... olha eles que amigos!

Guizo o olhou, surpreso.

- O Xande gosta dela...

- Viu? Amizade.

- Não assim... - Antes que Guizo pudesse terminar de falar, ouviram a dupla lá embaixo gritar o nome dele, alto - Calma, eu preciso ir...

- Não! O quê 'cê ia dizer?

- Depois eu falo, já volto - Se levantou e começou a andar até a porta. O quarto não era grande.

- Espera!

E antes de ouvir o barulho da porta fechando, viu o rosto dele se espreitando em uma fresta:

- Eu vou demorar - Disse, e a porta se fechou com força, não dando a ele nem um segundo de indulgência.

Sentou-se em silêncio por alguns segundos. Sua mente se esvaia para a conversa quando começou a ouvir uns murmuros vindo de dentro do banheiro. Chico Albuquerque estava cantando no banho. E antes que pudesse sequer pensar em achar aquilo fofo, colocou sua mente no lugar; Não podia passar mais tempo na fase de negação, tinha de se encontrar e pular direto pra barganha! Podia até tentar se enganar, enganar Guizo, enganar Chico, e, uma vez, enganar a Voytek. Mas não há um jeito específico de fugir, e os que existem, são completamente idiotas, baseados em coisas que Lírio sabe que não funcionam assim.

Lírio, crescendo, se viu em uma disputa silenciosa. Se Deus ama a todos, então não há sentido em não amar todos. Deus criou Adão e Eva, então por qual motivo ele não podia simplesmente... beijar os dois??

É fato que Lírio sempre viu Chico de forma diferente; A inteligência dele a outro nível, suas estratégias, tudo era demais. Vindo da roça, nunca ele conheceria alguém tão interessante, parado no mesmo lugar. Esse foi um dos motivos de querer juntar Os Cinco. E Chico tentava o entender, acreditava no seu potencial e tinha olhos muito, muito brilhantes e bonitos. E os cachinhos do cabelo dele, a jóia na sobrancelha dele. Era demais.

Quando vira, já estava com os punhos cerrados, bufando no ar frio daquela noite, naquela sacada daquele quarto de hotel de beira de estrada.

- Lírio? - Ouviu a voz dele, segurou seus pulsos contra sua cabeça e a abaixou - Lírio, tá tudo bem? - Ele não aguentava, sentia seus olhos marejarem - Você tá chorando?

Chico se sentou na outra cadeira, colocou sua mão em cima do ombro do grandão, que começou a relaxar sua respiração. Pegou em seu bolso dois pirulitos, colocou um deles contra a coxa dele, e sorriu. Lírio levantou seu olhar com cautela, olhou para o doce e para o homem ao seu lado.

- Hm?

- Pega, vai te ajudar a acalmar - Já colocava o seu na boca - Quer falar sobre isso?

E ele tirou o plástico e colocou na boca, sentindo uma sensação estranha de amortecimento chegando até seu cérebro bobo e cheio de problemas. Chico riu, vendo a reação dele dissipar. Limpou suas lágrimas em sua camiseta, mas ainda não esboçava um sorriso.

- Eu achei que você tava bravo comigo e... aí o Guizo desceu e... E aí, eu...

- Calma, por partes. Por que cê' achou que eu estava bravo com você?

- Você nem olhou na minha cara desde que a gente chegou nesse quarto...

- Não é bem assim, também... Eu tô olhando pra você, agora.

- Mas... não... do jeito que... Sei lá, Chiquinho, às vezes eu falo uns 'negóço' que nem eu entendo e fica tudo confuso!! Mas eu sei porque eu tô assim, só que explicar é ruim... Principalmente pra você, Chiquinho!

- Por que explicar pra mim é ruim?

- É sua culpa. E é culpa do Voytek... Culpa daquele moço que minha mãe empregou, que cuidava das vaca... - Segurou o colar com força.

- Que? - Perguntou, tirando o pirulito da boca.

- Eu 'num' deveria me sentir dessa maneira, Chiquinho, eu ia ter uma vida boa. Ia me casar com uma mulher muito bonita, ia ter um monte de paredinhas e aí... e aí ia ficar tudo bem. E a única coisa que me impede de fazer isso é que eu não quero deixar vocês pra trás, eu não quero deixar 'ocê, Chico.

Chico ficou quieto, olhando para as estrelas acima. Era cuidadoso em relação a coisas delicadas que não entendia direito.

- Ah... Lírio... - Suspirou.

- Desculpa, eu não sei o que esse negócio fez com a minha cabeça, Chiquinho... - Mordeu o pirulito, viu Chico abaixar a cabeça - O quê tem dentro desses negócio?

- Você sabe que tem droga dentro...

- Você sabe que essas coisa são do diabo...! Você sabe que...

- Você também não é santo. - O interrompeu e afirmou, com tanta convicção e com a voz tão séria, que fez Lírio se encolher.

- Me Desculpe...

Chico olhou para ele, pensando no que dizer:

"Você sabe que eu não gosto de...

homem... assim, né?"

Lado A

"Tudo bem, eu só...

Eu não esperava isso de você, mas tá tudo bem..."

Lado B

Escolha o destino dessa história!