Capítulo 4

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As pequenas mãos de Theo seguravam com força sua camiseta gasta de trabalho, seus dedos que já perdiam a cor mostrava o quanto o garoto tentava se concentrar em não demonstrar nervosismo na frente do chefe.

Assim que o senhor a sua frente desligou o telefone os olhos obscuros do mesmo se voltaram para Theo encarando-o de cima abaixo.

- Theodore.

O senhor a sua frente voltou os olhos para o papel em cima da mesa que parecia ser o currículo de Theo.

- 18 anos e uma fixa extensa de trabalhos. Aqui diz que trabalha desde os 14 anos, tenho certeza que isso é crime.

Theo abriu a boca para falar mas desistiu quando percebeu que talvez o homem a sua frente tivesse razão.

- O senhor Carlos pediu para que eu verificasse pessoalmente sua fixa criminal.

Theo arregalou os olhos e abaixou a cabeça encarando seus pes. 

- Você tem uma passagem pela penitenciaria juvenil por roubo. Sinceramente não entendo porque não vimos isso antes de fazer sua contratação, fora que deu um banho no dono da empresa. Essa era a primeira vez que ele visitava a empresa pessoalmente, como quer que eu lide com isso Theodore?

- Foi um acidente senhor Silva.

- Acidentes assim não podem acontecer  Theodore. O lema da nossa empresa é excelência, sabe o que isso significa? Com certeza não, você não terminou nem o ensino primário direito.

- Esta demitido Theodore, só quero que me explique. O que roubou?

Theodore levantou a cabeça e encarou o senhor Silva nos olhos, com raiva. Ele sabia o que tinha feito era errado, mas ele jamais se arrependeria.

- Se ja estou demitido senhor Silva, isso não te diz o respeito. Com licença que vou passar no RH para acertar o restante dos meus dias.



Quando Theodore saiu da empresa uma chuva fina caia no céu. Ele estava triste, perdeu o emprego que tinha a anos por um erro bobo. Embora sofria constantes humilhações dentro do seu trabalho, era o que pagava o sustento de seus irmãos e achar outro emprego que daria a segurança que esse lhe dava com certeza não seria uma tarefa simples.


Theo não quis voltar de ônibus nesse dia, mesmo tendo algum dinheiro em mãos. Ele não sabia quando o teria novamente, precisava guardar para urgências. Por sorte do destino, ele teria 15 dias para achar algo para fazer antes que seus irmãos voltassem do acampamento.

RocinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora