under pressure

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Todos os Baixa estão reunidos no auditório de uma antiga escola, - agora em ruínas - diante de Anne Styles, em pé sobre o palco no centro do mesmo.

-Olá grandes cidadãos. - falou com um tom de voz sereno, mas forte, e um pequeno sorriso.

Todos os presentes responderam um uníssono, o som ecoou pelo local amplo e fechado.

Anne eventualmente faz esse tipo de reunião com a população Baixa, com o propósito de encoraja-los, porque são a minoria e se sentem inferiores. Eles acabam perdendo a esperança.

-Às famílias novas que estão aqui para ajudar-nos a mudar nossa cidade, sejam muito bem-vindos - todos aplaudiram, inclusive Anne, que estava com um sorriso maior. - Fico muito feliz por ver que todos nós, estamos lutando por essa causa juntos.

Anne observou os rostos das pessoas à sua volta, nas grandes arquibancadas em que estava cercada, e enrijeceu sua postura.

-Como todos sabem, - pigarreou - meu marido, Des, morreu à duas semanas. - sorriu de leve, mas com uma expressão de tristeza em seus olhos - Eu tenho um anúncio a fazer.

Todos os presentes se entreolhavam, com confusão e curiosidade.

-Meu filho, Harry Edward Styles, será o novo vice-representante dos Baixa. - olhou Harry caminhando em direção ao palco para fazer seu discurso.

-O-olá a todos - disse com um sorriso mostrando as covinhas.

"Harry, relaxe, passe uma boa impressão para seus cidadãos" disse Anne para o filho antes da reunião. "Tudo bem mãe, você vai ficar orgulhosa de mim" respondeu com determinação.

-Como vice-representante, eu irei contribuir em questões políticas, além de participar de debates com o Conselho sobre algumas melhorias de infraestrutura. - sua expressão era confusa. Estava feliz por ter um cargo importante, mas ao mesmo triste pela causa de estar nele: a morte de seu pai. - Espero ter o apoio de vocês, quero solucionar o máximo de problemas possíveis. Obrigado à todos por comparecerem.

Harry saiu do palco sendo aplaudido pelas pessoas, não tinha sido tão mal, ao que ele nem teve tempo de ensaiar as suas falas.

-Foi bem, filho. - Anne afagou suas costas carinhosamente, os dois caminhando para a saída do auditório. - Pelo que eu percebi, a comunidade gostou de você. Isso é ótimo!

-Sim, eu estou muito feliz, acho que... - Harry foi interrompido por uma família que o abordou.

-Senhor Harry - o pai fez uma reverência, o filho de aparentemente três anos estava escondido e agarrado à sua calça de alfaiataria marrom esfarrapada. - O senhor disse que ajudaria no máximo de problemas possíveis. E nós queremos que você nos ajude.

-Fique à vontade. - Harry sorriu largo.

-Se não se importa... - pigarreou - À três anos e meio, quando minha esposa ainda estava grávida de meu filho, nós viemos para cá. Desde então, vivíamos como podíamos, tínhamos emprego e salário fixo. Mas, infelizmente, durante uma forte tempestade, nossa casa caiu. Literalmente.

-E em que eu posso ajudá-los? - Harry não entendeu o ponto onde o homem queria chegar.

-Você poderia nos dar uma... Pequena ajuda financeira?

-Desculpe. Eu não posso fazer isso... - Harry negou, um pouco relutante.

-Moço, você falou que ajudaria em toooooodos os problemas! - o garotinho falou, com um tom infantil, franzindo o beiço.

-E-eu vou ver o que posso fazer, ok? - Harry não conseguiu negar àquela pobre criança que perdeu sua moradia. - Me falem o nome de sua família que irei ajudá-los - ele pegou um papel e anotou.

Algumas pessoas próximas à eles que escutavam a conversa, se aproximaram.

-Senhor Harry, eu também preciso de ajuda! - uma mulher grávida tocou seu ombro, o virando em direção à ela. - Anote meu nome!

-O meu também! - um homem se aproximou.

-E também o meu! - uma idosa se colocou na sua frente.

Depois de pouco tempo, Harry se viu cercado de pessoas pedindo para que anotasse seus nomes. Ele se sentiu sufocado.

-Por favor! Isso está fora de controle! Parem! - Harry implorava, cada vez mais as pessoas se empurravam encima umas das outras.

Depois de alguns minutos em desespero, Harry sentiu suas pernas cederem, sua mãe o viu na hora, ficando preocupada.

-Parem agora! - Anne gritou com autoridade, e finalmente, o grande alvoroço havia acabado.

-Meu Deus! - Harry reclamou indo para perto de Anne. - Isso é muita pressão, eu me sinto caustrofóbico!

-Eu disse que seria difícil.

-Mãe eu... Sabe que não gosto disso não é? Isso está sendo muito difícil, e eu mal começei!

-Eu sei, Haz - sorriu para o filho, que deixou uma lágrima tímida cair de seus olhos. O apelido de infância reconfortou-o. - Faça isso pelo seu pai, aposto que está muito orgulhoso de você. - acariciou a maçã do rosto do filho com o dedão, secando as lágrimas, logo depositando um beijo em sua testa. - Vamos para casa.

Os dois caminharam pelo bairro até chegarem aonde moravam.

A rua que é a divisão entre as sociedades. Moravam ali porque, quanto mais perto dos Alta, menos ruínas haviam e mais comuns eram as moradias. Eles tinham essas condições melhores por serem as figuras mais importantes dos Baixa. Mas nunca ousaram de atravessar para o outro lado.

Harry só queria chegar em casa e tirar a grande pressão que estava sendo imposta em seu cargo de vice-representante.

-x-

N/A: Hey leitores!

Desculpem pela demora de atualização, eu fiquei por muito tempo sem internet - quase morri sem twitter - mas o que importa é que estou aqui de volta, não é?

Enfim, espero que tenham gostado do capítulo, se tiverem alguma dúvida/crítica/elogio, comente aqui!

P.S.: Sim, o título é por causa da música do Queen, - pra quem nunca ouviu, recomendo - e sim, Freddie Mercury é rei.

Obrigada,
larryvirgens :))

utopia | larry mpregOnde histórias criam vida. Descubra agora