it's hard for me

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Dois dias depois

"Harry?" Louis entrou no sótão pela pequena porta.

"Oi." o de olhos verdes se sentou no colchonete em que esteve dormindo o tempo que ficou na casa de Louis.

"Vim conversar. Você fica aí sozinho, deve ser bem entediante."

"É sim. Mas muito obrigado, de verdade, por ter me deixado ficar aqui." Harry sorriu largo. "Alguma notícia importante?"

"Nada..." Louis abriu e fechou a boca, querendo falar algo, mas não sabendo se deveria ou não. "Hm, não quer me falar o que houve entre você e sua mãe?"

"Eu... Eu não sei se posso dizer isso."

"Prometo que não conto para ninguém qualquer coisa que disser." Louis esticou seu dedo mindinho para frente, o estendendo para Harry. "Pinky Promise."

"Tudo bem." Harry riu, entrelaçando seu dedo no de Louis. "Então... aquele acontecimento de alguns dias atrás. O helicóptero. Foi tudo uma grande invenção dos Baixa. Foi uma invenção da minha mãe."

"Oh." Louis ficou sem reação. "Por que fariam uma coisa dessas?"

"Ela disse que os Alta estão nos ameaçando... Mas isso não justifica!"

"Os Alta? Por que nós estaríamos ameaçando vocês?"

"Para a maioria, nós não precisávamos estar em Pars. Não servimos para nada além de viver contra seu modelo de governo. Seria mais fácil nos exterminar."

"Mas eu não acho isso cert-"

"Mas seu pai acha. Sua mãe acha. Todos acham isso certo." Harry o interrompeu.

"Sinto muito. Eu não sei o que posso fazer em relação à isso. Meus pais ao menos me escutam. Eles apenas escutam seus egos. Isso está errado, eu sei. Não posso fazer nada a respeito."

"Louis, quando coisas ruins são implantadas nos cérebros das pessoas, digo, coisas ruins em relação à nós, aos Baixa... Elas são difíceis de ser retiradas."

"Sinto muito."

"Não sinta. Conseguimos lidar com isso. Nós apenas queríamos que vocês Altas, soubessem que não somos monstros como pensam que somos." Harry deu um sorriso triste.

"Louis?" Johannah gritou do lado de fora da porta. "Posso entrar? Trouxe biscoitos."

Harry arregalou os olhos comicamente, procurando algum lugar para se esconder rapidamente.

"Mãe, estou ocupado! Será que você não pode me dar um pouco de privacidade?" Louis falou com uma voz esganiçada, aparentemente nervoso.

"Oh, desculpe filho. Mas se estiver vendo pornô gay de novo, vou confiscar seu computador!"

"Mãe!" as bochechas de Louis ganharam um tom avermelhado, enquanto Harry tampava a boca tentando não rir.

"Eu estou falando sério! Vou deixar seus biscoitos aqui fora." os passos de Johannah foram se distanciando.

"Eu juro que tive que prender a respiração para não rir."

"Isso não é o que parece..." Louis falou, envergonhado.

"Acho que alguém ficou sem graça." Harry cutucou a barriga do outro.

"Hey!" Louis riu. "Faz cócegas!"

"Então descobri seu ponto fraco." o de olhos verdes movimentou suas mãos pela barriga do menor, o fazendo se contorcer.

"H-Harreh!" Louis gargalhou. "P-pare!"

"Só quando você implorar!"

"H-Harreh, por favor! Ohh!" algumas lágrimas caíam dos seus olhos do tanto que estava rindo.

"Tudo bem, eu paro." Harry cessou seus movimentos. "Mas sobre o que sua mãe disse... Está tudo bem. Não vou parar de falar com você por causa disso."

"Obrigado. Aqui na Alta é meio incomum isso, sabe? Ser... gay." Louis fungou. "Ninguém nunca me apoiou. Algumas pessoas sabem, mas meu pai nunca poderá saber. Se ele descobrisse, seria bem provável que ele me expulsaria daqui."

"Na baixa nós não temos isso. Cada um é quem realmente é."

"Às vezes é difícil para mim." Louis chorou, agora não por ter rido muito. "Me esconder. Do meu pai, dos meus amigos, de todos."

"Saiba que você não precisa se esconder para mim." Harry o abraçou, não se importando com nada.

Não se importando com sexualidade, religião, raça, ou qualquer outra coisa. Harry sabe que as pessoas são diferentes umas das outras, e isso pra ele é a melhor coisa que existe. Mas para os Alta, todos precisam ser iguais.

utopia | larry mpregOnde histórias criam vida. Descubra agora