Hora da refeição

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-Estão todos dispensados.- O rei fala se levantando do trono e vindo em minha direção.

Eu estava tão apavorado que nem saio do lugar, eu iria morrer ali naquele momento e ninguém iria sentir minha falta. No entanto o rei passa direto por mim sorrindo.

- É hora do meu jantar. Siga-me.

Então ele... Era o tipo de gato que brinca com a comida... Eu já me considerava a refeição dele tão fácil assim? Tudo por causa de uma sacanagem que fiz "sem querer"... Ele iria me torturar primeiro...

-Eu... sinto muito. -Eu falo em prantos seguindo-o sobre os olhares da guarda real e dos nobres.- Eu ofendi a sua deusa e disse aquelas coisas imperdoáveis, eu não, não acreditava que isso era possível. Eu estava furioso com minha vida e achei que era outra pessoa querendo sacanear comigo. Eu... Eu não quero morrer aqui...

O rei para de andar e se vira para mim. Ele vê que eu estava chorando. Ele se abaixa para ficar do meu nível e enxuga minhas lágrimas com sua mão peluda e quente.

-Não é a mim que você precisa pedir desculpas.- Ele fala com um sorriso. - Não se lamete pelos seus erros. Assuma-os e aprenda com eles.

-Você não vai gostar do meu gosto! Eu sou um humano e tem um péssimo cheiro e um gosto ainda pior! Sou tão magro que só tenho couro e osso! Um rei não deveria comer porcaria e eu... Eu não tomei banho!!!!

Ele começa a rir na minha frente.

-Como você é imprevisível! Chama a si mesmo de porcaria!? - Ele continua rindo.- Faz meses que alguém não me faz rir desse jeito. Acredite se quiser, mas o seu cheiro deixa qualquer um com água na boca. Seu gosto deve ser ainda melhor. Tenho certeza que seria o suficiente para me satisfazer. E quanto ao banho... tem uma piscina de água morna perfeita aqui no castelo.

Não adiantava nada eu falar aquilo... afinal eu iria morrer de qualquer jeito, sendo refeição ou não. O rei chega a sala de jantar, onde havia uma enorme mesa retangular cheia de iguarias que nunca vi. Tinha mais de vinte cadeiras ao redor e todas eram de madeira refinada com enfeites de diamantes e um estofamento de veludo vermelho.

O mordomo, um homem pinguim puxa a cadeira na copa para o rei se sentar, ele começa a comer e vejo que o único tipo de carne presente sobre a mesa era de peixes.

-Não seja tímido, junte-se a mim garoto.

-Eu...

Ele se levanta e puxa uma cadeira para mim ao lado da cadeira dele.

-Não vai ficar só olhando vai? -Ele da um sorriso.

Se eu estava condenado à morrer, que fosse ao menos de barriga cheia. Sento-me na cadeira e começo a provar coisas que nem sabia o nome ou o que eram além dos vários pratos de peixes e ovos. Os nobres e aqueles que eram próximos ao rei , como seus guardas, sentam ali também. Eles conversavam sobre vários assustos e se divertiam, um homem tigre até me ofereceu uma bebida. Pelo cheiro eu sabia que era alcoólica. Recusei pois não bebia nada tão forte. O rei conversa com o mordomo pinguim e logo ele vai para a cozinha. Alguns minutos depois ele volta e coloca sobre a mesa uma vitamina de frutas com mel para mim. O gosto era maravilhoso com frutas que eu nunca provei. Não pensei em mais nada e saboreei aquele momento único na vida. Em certo momento eu os ouvi falar algo importante.

- Dizem que os heróis invocados são sempre quatro e cada um possuí afinidade com um elemento diferente. É estranho que tenham invocado cinco desta vez.

-Pois é, pelo que vi, Ruan tem a espada das chamas, e Will recebeu o escudo da terra, aqueles ninjas tem as kitaras negras da tempestade que representa o mar e o vento. Mas parece que aquele jovem não recebeu nenhuma arma! Ele é tão poderoso que nem precisa de uma!

Mike hero no isekai yaoi furryOnde histórias criam vida. Descubra agora