Porta errada

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O céu indicava que a aurora da manhã já havia aparecido, a embriaguez do farmacêutico havia parado de fazer efeito por volta de uma hora atrás, finalmente conseguiu sentir um pouco do gostinho das consequências da ação que tomou no início da madrugada. Assistia o avião passar por cima das nuvens, do lado de dentro aparentavam voar tão vagarosamente, sendo que na verdade voavam numa velocidade de aproximadamente 850 km por hora. A aeromoça havia acabado de sinalizar que estavam chegando ao destino e Senku seguia vidrado observando as nuvens à medida que estudava a possibilidade de conseguir uma audiência com algum gerente da empresa desde que recobrou a consciência. Estava sendo mentalmente carregado pelos pensamentos de arrependimento, mas sua parte lógica do cérebro organiza o caos da parte emocional colocando as pecinhas sobre a mesa como um quebra cabeça para ter um vislumbre do próximo passo a ser tomado, para analisar quais peças formam a imagem que ele deseja.

Chegando ao aeroporto conseguia enxergar a imensidão de Tóquio, o que fazia aquilo que estava prestes a fazer mais irreal ainda, a pista onde os aviões decolam são tão gigantes que fazem você se sentir minúsculo.

Senku começou a ver seu reflexo no vidro e começou a refletir se sua aparência não está tão arrebentada ao ponto de o mandarem embora antes de dizer seu nome. Bem, não é como eles saberem seu nome ou não fosse mudar alguma coisa, as chances de o mandarem embora no momento que pisar na sede da Substazen é de dez bilhões por cento.

Ainda meio sonolento pois o mesmo só havia dormido mais ou menos uma hora e meia dentro do avião ele começa a passar a mão pelo comprimento de seu cabelo o penteando para baixo, toda vez que penteava seu cabelo arrepiado ele se curvava, mas logo se levantava novamente, não tinha jeito de deixar seu cabelo arrumado, não agora sem nenhum prendedor ou gel de cabelo.

Enquanto se ajeitava em frente ao espelho notou que já não tinha meio de parecer mais apresentável do que estava, e que perder tempo se arrumando não ia ajudar em nada se não conseguisse entrar na empresa. Então o albino apenas desiste de cuidar da sua aparência acabada e começa a procurar qual seria o trem que o levaria até as proximidades da sede da empresa, sorte que seu celular estava com bateria o suficiente, pois com certeza não vai conseguir se locomover na grande cidade sem um guia virtual.

Algumas horas haviam se passado, e o início da manhã já estava cantando, o sol já estava totalmente de pé, o barulho de carros, pássaros, buzinas, pessoas conversando e se locomovendo pela cidade enchiam seus ouvidos. Senku estava sentado no banco da frente de um táxi, abraçado na sua mochila que estava em seu colo, de acordo com o motorista faltava bem pouco para chegar, e mesmo com o medo de ficar completamente sem dinheiro pelos próximos seis meses também sentia descomunal excitação em seu coração por poder finalmente visitar a sede da Substazen, onde trabalhavam renomados cientistas que Ishigami com certeza gostaria de trocar uma ideia.

Mais alguns minutos se passaram e seu coração já batia forte para hora de enfim chegar, era um misto de ansiedade e empolgação.

Quando se deu conta entre outros prédios conseguia avistar uma enorme construção, uma empresa em formato de torre, que era muito maior do que tudo ao seu redor, fazendo tudo envolta parecer inferior, era como um grande cilindro que tinha um cilindro mais largo no topo, assemelhava-se a uma peça de xadrez gigante. Quanto mais o motorista se aproximava com o carro, maior parecia a grande torre. No topo da entrada do prédio havia um letreiro escrito "Substazen". A empresa tinha um gigantesco estacionamento, vários carros à frente deles também tinham como destino a Substazen, chegando mais perto podia ver estacionados muitos carros e caminhões, e todos esses pareciam ter que passar por alguns seguranças na porta do estacionamento e mostrar seus documentos e para quem iria a pé a mesma coisa, haviam inúmeras catracas e uma mulher verificando documentos e depois entregando um cartão para passar pela catraca. Era um verdadeiro engarrafamento para conseguir chegar até lá na entrada, tinham muitos carros saindo e entrando ao mesmo tempo. Pelo o que deu para entender não ia conseguir de forma alguma entrar pela catraca e nem pelo estacionamento, parece que só entra quem tem horário marcado, e o horário dele era nunca na sua vida entrar lá, então sem chance! No momento que estavam chegando perto das catracas ligeiramente o jovem abre sua bolsa e tira da sua carteira por volta de 700 ienes e entrega para o taxista dizendo:

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