Não prometa, muito menos jure

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( Esse capítulo se passa um tempo depois do capítulo um, coisa de um ou dois dias. )

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Quando Ranpo viu-o à sua frente não pôde acreditar. Um homem de rosto sério mas estranhamento amigável, mãos atrás de suas costas, e levemente curvado sobre sua mesa. Seus fios de cabelo brancos realçavam suas roupas também brancas e lindamente decoradas em dourado, ele tinha como sempre adornos de prata em seus fios de cabelo, e uma porção de acessórios em seus braços apesar de usar roupas de mangas longas. Vestes claramente caras e de boa qualidade, que pareciam combinar com o seu olhar esperto e gentil.

Ranpo lembrava-se claramente de que não o via há quase quatro anos. Aquele era seu amigo de infância, Sigma.

— Sigma… Quanto tempo — Seus olhos arregalaram-se levemente, sentiu uma leve euforia em seu corpo, podendo ver que agora crescia um sorriso no rosto do homem.

— Edogawa — Chamou-lhe pelo primeiro nome, tal como fazia a anos atrás. Ranpo sorriu brevemente.

— O que te trás aqui? — Debruçou-se sobre a mesa, vendo a figura de cabelos claros dar alguns passos para trás, ainda sorrindo levemente.

— Sinto muito por te procurar para algo assim, ainda mais após tanto tempo que não nós vemos, mas temo que apenas você possa me ajudar — Disse sincero, Ranpo ajeitou sua postura pouco a pouco, parecendo um pouco interessado.

— É um caso?

— Quase isso. Algo importante para mim desapareceu. Roubaram de mim — Desviou o olhar, encolhendo os ombros, parecendo chateado.

— E você quer minha ajuda para achar?

— Sim — Respondeu, seu sorriso desaparecendo e ele aparentava envergonhado.

— Por mim tudo bem. Não faz mal ajudar um amigo de infância — Deu de ombros, encostando-se na cadeira — Terá de me contar o que aconteceu.

— Certo — Sorriu levemente, voltando a aproximar-se da mesa. Ele coçou a nuca antes de abrir a boca para voltar a falar — Roubaram-me um objeto de muito valor. Eu não tenho certeza, mas acredito que roubaram enquanto eu estava trabalhando no cassino. Provavelmente pegaram-no enquanto eu atendia os clientes, não gosto de mantê-lo à vista pois o colar chama muita atenção, então deixo-o trancado em um cofre.

— No seu cassino então? Você tem um cofre apenas para o colar? — Perguntou curioso.

— Oh, é um colar de família — Sorriu, assegurando-lhe. Ranpo não pareceu engolir que era "um colar de família", mas deu de ombros, julgou que talvez apenas estivesse pensando demais — Eu não viria te procurar se não fosse algo tão importante… E tenho algo mais para dizer — Desviou o olhar brevemente, parecendo agora um tanto ansioso, isso fez Ranpo inclinar-se um pouco para frente na cadeira — Mataram um dos meus clientes no dia do roubo. Eu acho que possa ser o assassino da Bush, pois quando chamei meus guardas, eles disseram que a arma do crime foi uma faca Bush — Ele parecia mais nervoso que antes, Ranpo pode ver isso pelo jeito no qual Sigma rodava o seu anel.

— Então, ele deu as caras mais uma vez. E agora em seu cassino? — Franziu o cenho, parecendo pensar.

— É o que parece. Como soube que você está liderando a investigação do caso da Bush, achei que talvez seria bom caso eu te procurasse. Eu sei como você é inteligente, o melhor detetive eu diria — Elogiou-o. Ranpo sorriu sem graça, e levantou-se em um instante. Andando em passos rápidos até estar em frente a Sigma. Colocou uma das mãos nos ombros do garoto.

— Irei investigar — Seus olhos abriram-se, mostrando de fato sua determinação. Sigma sorriu alegremente.

— Obrigado — Seus braços alcançaram Ranpo, fazendo um barulho alto, devido a quantidade de acessórios de prata que utilizava. Então, eles compartilhavam um abraço — Sabia que iria me ajudar — Murmurou, escondendo o rosto na curvatura do pescoço de Ranpo.

Quatro histórias, um fimOnde histórias criam vida. Descubra agora