Um Mafioso na Minha Vida

1장

Há algum tempo, eu costumava pensar que não seria capaz de uma mudança total, mas continuei buscando meus objetivos e aprendi a ser melhor naquilo que faço. De todas as lágrimas que um dia derramei, a cada soluço que dei de madrugada, talvez com medo de algo que nem me pertencia, o 'Futuro', que de todas as formas é algo tão incerto. É sobre continuar tentando que um dia ainda chegamos lá. Hoje, eu estou aqui onde um dia quis estar, consegui um trabalho em uma empresa enorme. Por enquanto, vou começar de baixo no cargo, mas com o tempo vou conquistando mais, e também o salário é ótimo, e vou fazer o que gosto de fazer.

- Senhorita Jennie, o chefe vai estar à sua espera na sala dele. Quando chegar, aguarde um pouco do lado de fora - um dos funcionários vem me avisar, e agradeço com um sorriso no rosto. Entro na empresa e, de fato, é enorme por dentro. Também estou me sentindo até no paraíso, mas não faço ideia de onde seja a sala do chefe. Continuo andando pelos corredores e não faço a mínima ideia para onde estou indo.

- Moça, espera - ouço uma voz no fim do corredor. - Você é nova aqui? Sou Beom-Su. Você deve usar o seu crachá por segurança - diz ele com um tom de voz calmo, e ele é bonitinho. Rostos bonitos, garotos bonitos, é tudo o que eu encontro aqui na Coreia desde que cheguei. Acho que pensei demais e acabei não respondendo nada do que ele perguntou.
- Você está perdida? - pergunta ele sorrindo.

- Sim, eu sou nova aqui. Como chego na sala do chefe Tae? Desculpe, é Kim Taehyung - pergunto com um tom de voz calmo e depois me corrijo. Não acredito que já estou esquecendo o nome do meu futuro chefe.

- Volte para trás e vire à direita. Se for falar com ele, chegue logo. Ele é bem pontual e odeia atrasos - diz ele sorrindo, e agradeço. Volto para trás, de pressa, à procura da sala do chefe. Que merda, só falta eu perder o meu emprego logo no meu primeiro dia. Não tenho mesmo um pingo de sorte. O que estou fazendo... à direita é para lá. Quando viro meu corpo para a direção certa, esbarro em alguém que, por alguma desgraça momentânea, estava com um copo de café na mão, que caiu todo sobre nós. Olho para o rosto dele, e ele olhava para cima e suspirava com os olhos fechados; talvez estivesse tentando manter a calma. Que bacana, eu estou fazendo cagada no meu primeiro dia de trabalho. Só Deus sabe o tanto que lutei para chegar aqui e eu estou com um azar enorme.

- Me desculpe - digo. Começo a passar a mão pelo seu terno, tentando me redimir e limpar um pouco do café que derrubei. Espera, mais o que eu penso que estou fazendo? Eu estou passando a mão pelo corpo de um homem que eu nem conheço. Paro com os movimentos das mãos para pensar um pouco; acho que acabei ficando paralisada com a situação, e quando volto a olhar para cima, ele estava me encarando. Ele é lindo, meu Deus, que homem! Mas o seu rosto me parece familiar e eu não consigo me lembrar de nada a respeito dele. Novamente, enquanto eu pensava, mantive minhas mãos em seu abdômen e nossos olhos se encontravam em uma sintonia perfeita, o que me deixava com vergonha e sem graça. Quando percebo o tal ato, dou um passo para trás, encolhendo minhas mãos e ficando toda sem graça. O chefe Kim Taehyung já deve estar me esperando na sala dele há um tempão
- Perdão, eu não... - antes que eu terminasse de falar, ele me interrompe.

- Você sabe quantos paguei por esse terno? Você conseguiu manchá-lo com café em pouco tempo. Você já sabe que medidas vai tomar sobre isso? Não devia correr pelos corredores feito uma louca - ele diz ríspido. Consigo ver em suas reações o quão nervoso ele está agora. Foi sem querer, e eu não estava correndo, estava andando de pressa, e a culpa também não foi só minha. Fecho os olhos e tento respirar e contar até três para tentar me acalmar. Eu odeio quando as pessoas falam assim comigo; eu odeio quando me interrompem; eu odeio quando são ríspidos comigo. Chego a sentir vontade de matar elas de tanta raiva que chego a sentir. Sinto como se tivesse alguém próximo ao meu rosto; eu podia sentir a respiração até eu ouvir a voz dele novamente.