16 de julho.

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  Hoje o dia estava fresco e quente também. O ar estava bem gelado, porém o ambiente meio abafado, de certa forma eu gostei de como tudo se encontrava hoje.

Primeira coisa que eu fiz do meu dia foi acariciar os meus gatos, A beluga e a azul, o nome delas foram em homenagem às baleias que têm o mesmo nome. Logo após isso, coloquei Djavan para tocar e comecei a limpar a casa, estava animada para à festa e por algum motivo eu sentia que algo interessante ia acontecer. Continuei limpando, e quando terminei já era três horas da tarde. Liguei para o Rafael, perguntando se queria vim aqui em casa, para que a gente pudesse fumar alguma coisa e logo depois se arrumar, ele obviamente aceitou. Um tempo depois, ele chegou feliz como sempre e logo se sentou no sofá e pegou a erva na onde ele sabia exatamente onde estava. Enquanto ele bolava e falava sobre como a festa seria maravilhosa, fui na cozinha pegar Jurupinga porque a gente amava tomar ela pura. Era algo de outro mundo.

Fumamos, bebemos, cantamos e quando a gente viu já era cinco horas e a festa começaria às 19:30, considerando que era uma viagem de duas horas até o local, eu fui às pressas tomar banho para que ele pudesse tomar também. Escovei os dentes, passei creme de corpo, desodorante, perfume e por fim fui colocar as minhas roupas. Decidi ir sem sutiã e com uma blusa branca transparente de botão e deixar os três primeiros botões abertos, uma calça preta bem folgada e tênis da mesma cor. Coloquei uma corrente, três anéis espalhados pelas mãos e um brinco pequeno nas orelhas. Passei um pouco de gel no cabelo, não que precisasse, mas senti vontade então passei. Rafael foi com um short bege até a altura dos joelhos, um cropped folgado e nos pés um tênis da nike branco. - Você parece hétero - Ele revirou os olhos e continuou se arrumando. Peguei o meu cigarro, meu celular e saímos faltando meia hora para festa começar. Chegamos lá às nove e de prontidão estava lotada de gente, subi os degraus da casa e fiquei olhando em volta com curiosidade. Tocava um funk pesado e algumas pessoas se encontravam se beijando pelos corredores, outras conversando alegremente e eu gostei do ambiente. Saí em busca de algo para beber, achei algumas cervejas e fui me encostar em uma parede qualquer enquanto observava o movimento. Me destraí por um tempo e logo tinha uma mulher na minha frente com os peitos quase de fora, fiz uma cara de estranheza e esperei ela falar.

- Você é?- perguntou rindo - Sou o quê? - respondi.

- Ah, você sabe. - disse mexendo no cabelo - Lésbica, bissexual..

Ri da pergunta e respondi que era lésbica, ela pareceu feliz com a resposta e veio se aproximando de mim para me beijar, empurrei ela e a chamei de maluca. Saí andando pensando que precisaria de um álcool bem forte para aturar aquela noite.

Me encontrava do lado de fora com uma garrafa de vodka e o meu cigarro, sentei em um muro e peguei um para fumar, logo percebi que tinha esquecido o isqueiro. Vi que no mesmo muro que eu, tinha uma menina mais a frente fumando, fui nela e perguntei se tinha um isqueiro para me emprestar, quando ela olhou para cima eu vi que era ela. Ela estava com tranças, uma maquiagem não muito forte, ombre limps, uma argola de tamanho mediano e um vestido preto meio rasgado, achei estranho, e nos pés estava com um conturno preto. Fiquei paralisada e o meu coração acelerou. Ela arregalou os olhos um pouco, mas logo voltou ao normal. Com a voz um pouco rouca, disse baixo: - Tenho. - Logo pegou ele da bolsa que estava ao seu lado e acendeu ele perto do rosto, depois de um tempo percebi que eu tinha que abaixar para acender o meu cigarro. Coloquei ele na boca e me abaixei devagar até o seu rosto ficando cara a cara com ela. As bochechas ficaram um pouco coradas, mas os seus olhos pareciam vidrados em mim, do mesmo jeito que eu estava nela. Acendi o meu cigarro e disse obrigada depois de soltar a fumaça pela boca. Ela sorriu. Perguntei se podia sentar ao seu lado, ela apenas se arrumou e eu entendi isso como um sim.  Ficamos paradas uma do lado da outra sem dizer nada por pelo menos dez minutos que foi o tempo de eu e ela terminar o que estávamos fumando.

Depois de um tempo, eu queria ouvir mais a voz dela, então perguntei se ela estava gostando da festa, ela disse que sim, mas estava achando muito barulhenta por isso que se encontrava no lado de fora.

- Você veio sozinha? - Perguntei virando o rosto para ela - Não, vim com algumas amigas da faculdade. Elas disseram que seria uma otima oportunidade para se fazer amigos, mas não acho que uma festa com dança seja muito boa para fazer amizades. A conversa devia estar na moda.

Pensei um tempo no que ela tinha dito e resolvi responder:

- Mas dança pode ser agradável se você tiver a parceira certa para isso. E pode ser mais tolerável do que conversar com alguém.  - Ela olhou pra mim - As vezes as pessoas tem opiniões que são muito diferentes das nossas, então fazer amizades por meio da conversa, pode ser um tiro no escuro, ao meu ver.

Ela pareceu pensar no que eu disse e ficou calada. Para não perder o prazer de conversar com ela, acrescentei: - Você dança?

- Não se eu puder evitar. - disse enquanto ascendia um cigarro - Aliás me chamo Alice, e você?.

- Letícia.

- Bonito nome. - disse enquanto virava completamente para mim interessada em continuar conversando. - O que que você acha que é a melhor opção para se fazer amizades ou conhecer alguém?

- Dançar.

Ela sorriu.

olá! obrigada pelas 15 visualizações fiquei muito feliz :)

apenas quem leu/viu orgulho e preconceito vai entender as referências, adaptadas, nesse capítulo.

obrigada e beijinhos!! desculpa qualquer erro!!

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⏰ Última atualização: Dec 03, 2022 ⏰

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