Perfeitos um para o outro《 RICHARLISON 》

Cap - 02

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Aurora

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-Vei, como assim nenhuma mala? -Richarlisson pergunta surpreso enquanto nos dirigimos a nossos quartos, coincidentemente são no mesmo andar e bem próximos um do outro

-É uma longa história... trouxe uma muda de roupa na mochila, compro o que precisar depois -Digo e ele ri

-Riquinha -Me zoa e bato levemente em seu ombro

-Você deve ser o rei das malas então, um mala você é -Brinquei e ele se fingiu de ofendido, gargalhei com sua atuação

-É o que rapaz? -Ele ri e coça a nuca -Rei só se for da bagunça. Mas isso 'cê também tem cara de ser

Levanto as mãos em rendição, ele acertou. Organização não é meu ponto forte

O elevador abre e caminhamos até nossos quartos

-Quero ver se 'cê é boa como diz mesmo, se perder vai ter que pular na piscina, princesinha -Me desafia e arqueeio as sobrancelhas com o apelido

-Aceito. Mas o mesmo vale para você -Ele concorda e sorri antes de entrar em seu quarto. Adentro o meu e respiro fundo, sinto-me feliz por não sentir tanta angústia, impressionante como Richarlison me tirou risadas tão facilmente, meus músculos faciais doeram com a falta de uso.

Largo a mochila na cama e vou direto ao banheiro, entrando rapidamente dentro da enorme banheira nele presente

Deixo a água cobrir meus corpo e tento relaxar ao acender uma das velas aromáticas que o hotel havia fornecido

Minha mente volta aquela noite...

Sangue, dor, choro, gritos

Meu corpo treme, minha cabeça lateja a cada passo, os gritos martelam minha mente, meus ouvidos cessam, sinto-me afundando

O pulmão ardendo, o desespero me consume por completo

Minha mente retrai, meus sentidos começam a falhar, meu corpo simplesmente começa a perder a vida...

Afundando

Afundando

Afogando...

Levanto de supetao, percebendo ter caído no sono na banheira e acordado de um pesadelo. Minha respiração falha, não consigo respirar

Tento me acalmar, o que apenas me deixa mais desesperada. Levanto e ando até minha mochila, deixando o chão molhado por onde passo

Avisto de deslumbre minha mochila, a visão turva fazendo meus olhos doerem e minha cabeça girar e girar

Agarro-a e procuro cegamente meus comprimidos. Ao achá-los, engulo três e deito-me na cama abraçando os joelhos

Lágrimas caem e se misturam a água em meu rosto, meu estômago revira e sinto-me cada vez mais próxima de um desmaio, o ar some cada vez mais e doem meus pulmões ao tentar puxar o oxigênio que definitivamente não entra