CAPÍTULO 3

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...

- Olha lá, se não é a "mulherzinha" do grupo que vai passar pelo tratamento de choque, é impossível ela aguentar. - Umas vozes baixas, mas nada disfarçadas são ouvidas ao seu fundo, eles riem baixo e brincam entre si.

  Você estava prestes a passar pelo temido teste de choque, os seus superiores seguravam os seus braços forte, na intenção de caso você não aguentasse , eles pudessem te segurar.
  Mas foram anos até chegar aqui, você sabia que isso seria realizado para teste de pessoal. Por isso treinava, você e mais alguns outros colegas de batalhão, treinavam em si mesmos os tiros, para ver se aguentariam uma descarga da arma de choque.

- Pronta? Vou atirar. - Um de seus superiores diz, logo apertando o gatilho daquela arma que faz os fios grudarem em suas costas.

  O choque era forte, descargas de até 90 mil voltz eram jogadas em seu corpo, mas você havia treinado e não só isso, o seu ego e vontade de mostar para aqueles que riam atrás de si, que você conseguia  eram muito maiores.

  Com os olhos fechados, apertados em negação, a boca com os dentes cerrados, e lábios abertos, as mãos fechadas numa força descomunal e grunhidos de dor, foi assim que você provou que conseguia passar por aquilo.

...

- EI EI, MILLY LEVANTA, ACORDA!! - Escuto uma voz gritando ao fundo, mas é tão longe que preciso me concentrar para apenas ouvi-lá direito.

- Droga, LEVANTA LOGO MILLENA!! - A voz fica mais brava, e com os segundos passando, eu retorno minha consciência.

As crianças estavam abraçadas entre si um pouco mais a minha frente, choravam alto e o mais velho tentavam acalmá-las, seguindo de uma silhueta que hora olhava pra elas, hora olhava pra mim. Era soap que também falava ao rádio, pois percebi sua boca mexendo.

- Você 'tá' bem? - Uma voz grossa vindo do meu lado me tira a atenção, viro-me em direção a voz, mas sinto uma dor ao realizar tal ato.

- Não se mexe muito, a bala saiu mas ainda deve doer. - Era Ghost que abaixado ao meu lado olhava para mim com seus olhos antipáticos. - Aquele garoto te deu um tiro no ombro... - Ele começa a me explicar. - Depois que eu perdi você de vista quando entrou no milharal, decidi sair do meu posto, cheguei aqui logo depois que você havia caído, tirei a arma do moleque e agora eles 'tão' ali chorando.

- E Soap e Gaz, eles acharam mais alguma coisa no prédio? - Eu digo me levantando, para ficar, não mais deitada e sim sentada. Gaz que estava atrás de mim me ajuda a sentar naquele gramado molhado.

- Não tinha mais ninguém lá dentro, - Ele fala enquanto me ajuda. - Tinha só mais alguns papéis e computadores, acho melhor deixar a inteligência resolver isso.

- Você podia ter morrido sabe disso né? - Ghost diz olhando para as crianças, mas ainda falando comigo. - E outra, o que vamos fazer com essas crianças?

- Tenente? - A voz de capitão Price sai pelo rádio no ombro de Ghost, que o reponde:

- Sim, senhor?

- Como ela 'tá'?

- Pergunte a ela mesmo. - Ele diz levando seu ombro até perto de mim, o rádio saia do colete, mas por algum motivo ele não quis tirar.

- Eu tô bem senhor, nada que nunca me ocorreu. - Eu digo na tentativa de acalmá-lo.

- Eu sei que você é forte, e que tomou a melhor decisão para a missão, mas lembre de pensar em você às vezes. - Ele diz sério.

- Pois é, quem o general Shepherd iria chamar 'pras' suas missões suicidas caso eu morresse? - Digo soltando uma pequena risada que é correspondida pela risada de Price.

- Bom, sobre as crianças acho melhor trazer elas para cá, depois a levamos a um orfanato, é o melhor que podemos fazer por elas.

- Certo senhor, já estamos voltando.- Ghost diz, desligando o rádio, e voltando a se sentar normalmente.

- Você consegue andar né? - Ele me pergunta se levantando e colocando seu braço entre minha cintura, para me levantar junto.

- Claro, já estou melhor. - Falo enquanto finalmente olho para meu ombro, o tiro tinha sido no ombro aonde o meu rádio estava, saia um pouco de sangue, mas estava enfaixado por algumas gases que provavelmente algum deles estancou.

De pé, balanço a cabeça em afirmação para Ghost que ainda olhava pra mim  talvez preocupado, mas deixei claro que estava bem.

- Vocês vão vir com a gente, tudo bem? - Soap falava agora ajoelhado para as crianças assustadas, ele sorria e dava seu máximo para deixar as crianças mais confortáveis. Elas ainda choravam mas o mais velho as acalmava. " É a nossa única opção, temos que ir com eles, vai dar tudo certo eu prometo", ele dizia para os menores.

- Então podemos voltar? - Ghost diz se aproximando de Soap, que já tinha um pouco da confiança das crianças.

Assim que Ghost se aproxima, a menina com o ursinho de pelúcia olha para sua máscara e sorri, ela estica os braços na tentativa de pedir seu colo.

- Acho que ela quer seu colo L.T. - Soap diz sorrindo a Ghost que o olha agora incrédulo, seus pequenos olhos deduravam que ele não queria fazer isso. - Vamos tenente são poucos km, e é melhor 'pra' criança, ela deve estar assustada.

- E se aparecer algum inimigo, e eu estiver com as mãos ocupadas porque 'tô' segurando uma criança? - Ghost diz na tentação de se esquivar dessa missão impossível, segurar uma criança no colo.

- Você sabe que não vai aparecer ninguém, e olha só... - Soap se abaixa e pega uma das crianças em seu colo, era o segundo menino, não sabia a idade mas deveria ser o irmão do meio, ele não chorava mais por conta das palavras de seu irmão mais velho, ele aceitou ficar no colo de Soap até mesmo o abraçando quando já estava no alto. - Viu, não é difícil. - Soap continua, agora retribuindo o abraço da criança.

- Droga... Vem logo. - Ghost se abaixa e estende o antebraços direito para a menina subir, ela aceita e é levantada tão rápido e tão alto que começa a sorrir, estava enfim se divertindo. - Vamos logo, ele diz olhando a você e Gaz que estavam mais atrás.

  Ele nem espera a resposta e já começa a sair do milharal, com a menina nos braços que ria e tocava em sua máscara de caveira, até mesmo puxando um pouco tentando tirar, o que era interrompido pela voz assustadora de ghost dizendo "tira a mão daí", mas a menina só soltava e sorria mais.

  Soap o segue, com o menino também em seus braços, que ainda o abraçava. Você e Gaz tambem saem, Gaz te ajuda a andar te segurando pela cintura com a mão esquerda e pegando na mão do irmão mais velho com a direita, que começa a acompanhar vocês para fora daquele lugar.

Vocês estão voltando ao quartel, mas ainda assim você não se sente totalmente bem, não pelo tiro, mas sim pelo fato de estar envolvida em um caso de tráfico humano, "o que será dessas crianças" era o seu pensamento principal no caminho de volta.








Vocês estão voltando ao quartel, mas ainda assim você não se sente totalmente bem, não pelo tiro, mas sim pelo fato de estar envolvida em um caso de tráfico humano, "o que será dessas crianças" era o seu pensamento principal no caminho de volta

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⏰ Última atualização: Dec 18, 2022 ⏰

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