Innocent?

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POV Zoe


A luz que passava pelas gretas da cortina branca incomodou meus olhos em um breve momento que os abri, só então notei que eu estava dormindo. Franzi a testa antes de puxar o cobertor para tampar o rosto, resmungando por conta da dor de cabeça que me atingiu. Tentei dormir de novo, mas a tentativa foi falha, então retirei o cobertor de cima de mim e encarei o teto antes de ter coragem de levantar da cama.


Beber era muito bom antes de a ressaca chegar.


Olhei em volta, então parando o olhar em minhas roupas; eram as mesmas do dia anterior. Eu não me lembrava de me deitar, nem de como saí do Ave.


Fechei os olhos com força, sentindo uma pontada na cabeça. Abri a gaveta do criado branco ao lado da cama, pegando um remédio e tomando a seco.


Respirei fundo de olhos fechados, lembrando-me de alguns flashes da noite anterior. Eu me lembrava de estar nos braços de alguém, de ser carregada até em casa. Lembrava-me de conversar com essa pessoa, mas não sabia o que havia dito, nem conseguia ver o rosto claramente.


Quem poderia ser? Talvez fosse só algum dos moradores que me ajudou, porém algo me dizia que tinha mais para me lembrar.


Bufei, balançando a cabeça e afastando aqueles pensamentos. Eu não iria conseguir me lembrar tão cedo, era sempre assim.


Estava indo para o banheiro de meu quarto quando ouvi as batidas na porta. Bocejei antes de me arrastar até lá e abri-la, encontrando uma mãe sorridente.


— Por que você está tão feliz? — fiz uma careta, deixando a porta aberta e me jogando na cama. — Não deveria estar me xingando por chegar bêbada de novo?


— Era sexta-feira, vou deixar passar dessa vez — ela estreitou os olhos, observando-me de cima a baixo.


Eu devia estar parecendo uma mendiga.


— Eu estava indo tomar banho, o que quer? — bocejei novamente.


— Só passei para te lembrar de que daremos uma festa esta noite, ou seja, nada de sair com seus amigos.


— E por que mesmo eu devo estar presente?


— Porque você é a filha do prefeito dessa cidade e deve mostrar apoio ao seu pai.


— Mas ele já tem o apoio de todo mundo — revirei os olhos. — Ames ama o prefeito Edgar Mitchell.


— Acontece que não estamos em uma situação muito boa, você sabe — começou, sentando-se em minha cama. — Com a chegada daquele delinquente à cidade, precisamos mostrar que estamos ao lado do povo e faremos de tudo para protegê-los.


— Que delinquente? — ergui uma sobrancelha.


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