1960

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- Mais forte negro, mais forte ou ela morre – ordenou o filho do fazendeiro enquanto segurava uma arma apontada para a cabeça de uma garotinha negra. A criança, amordaçada e amarrada em uma cadeira, chorava muito.


Aquela era mais uma das brincadeiras de Pedro, o primogênito de um poderoso produtor de café e senhor de escravos. O garoto gordo de dezessete anos, com o aval do pai, tirava diversão do sofrimento dos escravos que viviam nas senzalas da família.


- Vamos, eu mandei você bater mais forte negro sujo! – dizia o garoto, segurando a arma cada vez mais próxima à cabeça da menina amordaçada.


- BATAAA, POR FAVOR – gritou a mulher negra, que estava nua, amarrada no tronco, levando chicotadas de seu marido, enquanto sua filha estava sobre a mira de um revólver. Sua costa era sangue escuro e cortes.


Com os olhos cheios de lágrimas, trêmulo e sem saída o negro balançou o chicote mais uma vez, só que mais forte. Naquela noite a brincadeira foi até tarde.


- Muito bom, me diverti bastante, espero que vocês também tenham gostado – disse Pedro, enquanto saía de um cômodo feito de barro escoltado por capangas do pai. No local, ficaram o pai, a mãe e a filha de uma família negra que vivia e trabalhava na fazenda.


Mais tarde, na escuridão de seu quarto, Pedro se masturbou enquanto pensava na brincadeira que havia feito – ARGH... ARGHHH

 

Ele gozou e ficou satisfeito, por enquanto. 



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- Eu não tive culpa pai, eles é que são fracos – retrucou Pedro quando soube da notícia de que a negra que havia sido chicoteada sob suas ordens, morrera. Suas feridas infeccionaram sete dias depois.


"Eles custam dinheiro, não quero que isso aconteça de novo" disse seu pai, mas ele não podia evitar.


- Mais tarde irei cavalgar, chame um negro para cuidar de meu cavalo e um capataz armado para fazer a escolta – ordenou Pedro á um funcionário do pai.


E foram. No cair da tarde, Pedro, um capataz e um jovem negro cavalgaram para longe da sede – Quero parar aqui – disse o gordo quando chegaram a uma grande árvore, ao lado de um riacho.


Enquanto Pedro estava parado no lombo do cavalo, o negro que os acompanhou cuidava de estender um pano e descer cestas de alimentos para baixo.  


- Muito bem, leve os cavalos para tomar água, quero ficar sozinho – Cinco pães, algumas fatias de queijo e manteiga tinham sido devorados em pouco tempo e ainda restavam mais duas cestas cheias de alimentos. Estou entediado...

 

Já estava quase anoitecendo quando o capataz veio dizer que já deviam voltar, mas o gordo tratou de despacha-lo. – Eu decido quando é hora de voltarmos, quero ficar sozinho com aquele negro, vá dar uma volta – disse ao homem, que fez o que lhe foi mandado sem titubear.

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⏰ Última atualização: May 14, 2015 ⏰

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