Capítulo 09

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Estava ventando forte quando cheguei perto do mar, voava areia para todo lado, mal consegui abrir os olhos, mas quando começou a chuviscar o vento diminuiu, eu peguei meus tênis e segurei para molhar meus pés na água salgada e gelada. Fiquei parada sentindo o suave soprar do vento levantar meus cabelos, enquanto o mar agitado levava meus sentimentos ruins para longe, com ele. 

Eu fiquei parada por alguns minutos, prestando atenção no local, até eu estremecer com o alto som do trovão, e começar a forte chuva, que me fez ter que ir para longe do mar. Saí de lá e fui correndo em direção de uma pequena lanchonete que havia logo a frente, entrei descalça mesmo. Havia poucas pessoas por ali, sentei-me e causei um dos tênis. Logo um homem sentou-se ao meu lado e me cumprimentou, ele parecia ter uns 23 anos... Olhei para seu rosto e assenti com a cabeça, dando um leve sorriso para parecer mais simpática, e continuei a colocar o outro par do tênis, quando terminei, me ajeitei na cadeira e chamei o atendente para eu fazer meu pedido. 

-Boa tarde Anna, oque vai querer hoje? O mesmo de sempre?- Disse Alex , um jovem simpático que já me conhece, pois eu ia com frequência para lá. Eu respondi-o que sim, queria pães de queijo e suco de laranja. 

Quando Alex foi preparar meu suco, me debrucei no balção e o moço de antes tentou puxar papo:

-Você mora aqui por perto, senhorita Anna?- Disse rindo.

-Sim, uns minutos daqui. E você, senhor...?- Perguntei rindo timidamente, esperando que o moço revelasse seu nome.

-Leonardo, mas me chame de Leo se quiser. Eu moro em outra cidade, estou aqui só para refrescar a cabeça... Entende?

-Ah sim, sei como é, eu queria poder sair daqui para morar em outro lugar e "refrescar a cabeça" como você, Leo.- respondi-o e Leonardo deu um gole de seu café. Ele parecia ser bem sucedido, estava bem vestido, com uma calça de alfaiataria preta e uma camisa de botão branca meio aberta, ele carregava o blazer em seu ombro, pois, estava calor, apesar de estar chovendo. Ele é atraente, e oque mais chamou minha atenção foram seus largos olhos sedutores de cor  castanho mel, Leonardo é moreno, tem o cabelo castanho também, curto e bem arrumado, em seu rosto há um bigode bem feito, e seu corpo alto e definido, parece que ele gosta de academia...

Alex logo chegou com meus pães de queijo e meu suco, eu agradeci-o e dei uma mordida no pão de queijo que eu tanto amo. Permaneci em silêncio, enquanto comia meu lanche, eu estava torcendo para parar de chover logo, pois precisava ir para minha casa antes de anoitecer, que é menos perigoso. Leonardo ficou no celular, até eu terminar de comer, eu estranhei, pois ele já havia terminado seu café e ainda estava ali. Quando acabei, paguei Alex e fui até a porta, estiquei o braço, para ver se chovia muito, e sim, estava chovendo muito! Quando olhei para o lado desanimada, avistei Leonardo parado ao meu lado, me encarando, e ele perguntou:

-Se quiser eu te dou uma carona Anna, já que você disse que mora perto. Quer?- Eu fiquei sem jeito com a pergunta, e em dúvida, pois, acabei de conhece-lo. Mas se eu for sequestrada por um bonitão desses...Tudo bem para mim. Olhei para o moço e sorri, respondendo-o:

-Se não for te incomodar, eu aceito.

Leonardo sorriu mostrando seus brilhantes dentes... Ele foi até o balcão e pegou um guarda-chuva, e abriu para sairmos juntos sem se molhar. Eu segui-o, fomos até seu carro que estava perto, quando chegamos fiquei encantada com sua Amarok, acho-a tão linda! Leonardo me deixou com o guarda-chuva e foi correndo para seu lado, abrir o carro, logo entrei e agradeci-o por tanta gentileza. 

-Não pude deixar você ir para casa na chuva, mas não se acostuma...- Disse Leo, rindo ironicamente. Eu retribui da mesma forma. 

Ele perguntou sobre minha vida pessoal e eu fiz o mesmo, aproveitei pois estava curiosa a muito tempo! 

-E você Leo? Trabalha com oque?

-Sou advogado criminalista, venho de uma geração de advogados.-Respondeu-me.

-Nossa, que legal, sempre achei interessante.-Falei interessada no assunto. Mas infelizmente cheguei em minha casa antes mesmo de eu fazer mais perguntas, Leonardo desceu do carro e abriu a porta para mim, com o guarda-chuva em mãos.

-Muito obrigada Leonardo, devo uma pra você!- falei rindo. 

-Quando quiser compensar meu favor, me liga então...-respondeu Leonardo com malícia no olhar, me entregando um cartãozinho com seu número. Eu ignorei essa parte da malícia, e me despedi do moço. Quando eu me virei para minha casa, vi meus pais na janela. 

-Não é possível que cuidem tanto da minha vida! Já vai começar as perguntas exageradas quando eu entrar.-pensei.

Talvez não sejam apenas sonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora