1ª Cola no Cabelo do Padre Ronaldo

845 62 10
                                    

    Gal se escondeu no quarto e pegou uma sacola escondida embaixo da cama e pegou o pote de cola que ele roubou e um pote vazio de shampoo que ele pegou do lixo do padre. Ele enche o pote até quase a metade e guarda o resto da cola no mesmo lugar. O plano começou quando o padre ameaçou cortar os cabelos do Henri porque ele não conseguia deixa-los arrumados por muito tempo.
     O garoto espera em seu quarto até ouvir o padre passar em direção a capela para fazer seus "deveres sagrados", ou sabe-se lá como ele chama o que ele faz. Ele espera mais um pouco antes de seguir pelo corredor se esgueirando nas sobras até o quarto do padre que, assim colo ele esperava, estava trancado.
     Gal se abaixa próximo a porta e puxa um clip e começa a forçar a fechadura com uma facilidade conquistada através da prática. Ele consegue entrar e vai até o banheiro na ponta dos pés, tomando cuidado para não mexer em nada, mas procurando qualquer coisa que pudesse interessar. Gal troca o shampoo pelo pote de cola e sai quase correndo do quarto e fecha a porta antes de sair correndo para outra parte do orfanato.

     Leva um bom tempo antes que algo aconteça e o garoto ouça a voz do padre ecoando pelo corredor seguido pelo som dos passos ecoando em direção a sala onde eles estavam.
— Quem, EM NOME DE DEUS, fez isso! – o padre exclama entrando no cômodo e encarando as crianças.
     Todos na sala ficam em silêncio tentando não rir da expressão cômica do homem vestido as pressas e com os cabelos espetados para todos os lados com pedaços grudados no rosto e em formas estranhas. Lentamente eles olham um para os outros até parar com todos olhando pro Gal, que se faz de desentendido enquanto encara de volta e abre um sorriso olhando para o padre antes de apontas de lado para o Gaspar que estava quieto lendo.
— Foi ele. – O moreno responde inabalado com os olhares acusatórios.
— Você realmente está tentando fazer isso? – o padre encara o garoto com um olhar furioso.
— É a minha verdade. – Gal dá de ombros.
     Não importa no final porque ele acaba de castigo e trancado no quarto. Dormir sem jantar era ruim, mas valeu a pena quando ele saiu do quarto e encontrou o padre Ronaldo com os cabelos quase raspados na tentativa de se livrar da cola extra forte. 

5 vezes que o Gal culpou alguém (e 1 vez que ele assumiu a culpa)Onde histórias criam vida. Descubra agora