Assim que escureceu, o garoto se esgueirou por uma das janelas do primeiro andar, ele tropeçou em um arbusto e quase deu de cara no chão, mas se recompôs e olhou em volta pra garantir que não havia ninguém olhando e ajeitou sua camisa dos Dragões Metálicos antes de caminhar portão a fora em direção ao show.
Foi só bem perto do amanhecer que ele voltou, com os cabelos presos por uma faixa temática e usando um batom que nem ele lembra aonde conseguiu. Chegando no mesmo lugar que usou pra sua fuga ele parou de repente olhando em choque para a janela, ou melhor, olhou para o que estava embaixo da janela. O jardinzinho da Jasmim.
O jardim favorito da Jasmim, pelo qual, ela já brigou com outras crianças por bagunçar as folhas ou arrancar flores sem tomar cuidado machucando as plantas. E esse jardim estava todo pisoteado, com as marcas exatas de seus coturnos.
— Eu tô fodido. – Ele murmura enquanto observa as plantas quebradas.
Gal começa a se mover lentamente e decide ignorar a bagunça pulando a janela e volta para o quarto evitando qualquer um que possa estar perdido pelos corredores a essas horas. Chegando no quarto ele acha um lugar pra esconder a pulseira do show aonde o padre não poderia encontrar e se deita pra dormir.
Na manhã seguinte o orfanato é acordado com um grito raivoso da Jasmim que encontrou suas preciosas plantas destroçadas. Gal se aproxima da janela que dá para o jardim e inclina a cabeça olhando para a bagunça.
— Nossa... o que aconteceu aqui? – ele pergunta fingindo surpresa.
A garota o encara com um olhar raivoso e se aproxima um passo para olha-lo de perto, e ergue uma sobrancelha encarando os sapatos do moreno que ainda tinham terra e algumas folhas presas na sola.
— Alguém pissou no meu jardim. – Ela responde o encarando com a expressão séria.
— Eu não quero acusar ninguém, mas... – Gal começa com um tom dramático. – Eu acho que foi a Rana.
— Ãnham.... – Jasmim concorda com a cabeça e cruza os braços nem um pouco acreditada. Os dois ficam se encarando por um longo momento antes da Jasmim se virar de volta para as plantas – É deve ter sido ela. Com certeza... – Jasmim responde sarcástica. - E vai limpar os pés antes de sujar o orfanato todo.
O moreno a encara por um instante e se vira com o nariz empinado e sai marchando dramaticamente antes de sussurrar revoltado.
— Não tem como esse lugar ficar mais sujo.
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5 vezes que o Gal culpou alguém (e 1 vez que ele assumiu a culpa)
أدب الهواةUm compilado de histórias onde o Gal aprontando no orfanato e jogando a culpa em outra pessoa, e um extra onde ele assume a culpa por outra pessoa.