3º Tinta no Casaco do Arnaldo

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     Arnaldo estava em mais uma de suas visitas ocasionais, ele deixa o casaco no cabideiro da porta e entrou seguindo direto para a biblioteca procurando seus favoritos. Ele cumprimenta todas as crianças e se abaixa para falar com as mais novas conversando e bagunçando seus cabelos animadamente.
     Gal fica de longe emburrado, ele já estava guardando magoa do adulto a algum tempo e não sentiu vontade de se aproximar, mas assistiu com um sorrisinho enquanto Henri corria até o ator e começava a falar animadamente. Arnaldo continua andando com as crianças e o moreno fica pra trás distraído com o casaco deixado desprotegido. Olhando em volta pra não ser descoberto, ele vai até uma das salas de recreação e pega as tintas que a Lillian deixou, e volta para a entrada para por seu plano em pratica.
     Arnaldo volta algum tempo depois para pegar algo em seu casaco e traz Gaspar e Lillian consigo, ele para de repente encarando seu casaco cheio de manchas e desenhos abstratos em todas as cores.
  — O que aconteceu aqui? – Arnaldo pergunta incrédulo.
     Gal "chega" e encara o desastre de casaco com um olhar surpreso e se aproxima com uma mão cobrindo a boca.
— Essas não são as suas tintas, Lilian? – ele pergunta com um tom fingido de confusão. – Porque você faria isso, Lillian. – Ele pergunta se virando pra garota.
— Não fui eu! – a garota se vir para o homem e segura sua manga com olhos marejados.
     Arnaldo surpreende todo mundo rindo e bagunçando os cabelos da garotinha afetuosamente. Ele assegura que tá tudo bem enquanto pega o casaco.
— É só um casaco, eu não ficaria bravo com nenhum de vocês por causa disso. – Arnaldo afirma olhando de canto para o garoto mais velho que parece chateado.
     Gal percebe que está sendo observado e desvia o olhar dando de cara com Gaspar que faz uma negação de cabeça parecendo decepcionado, o moreno apenas mostra a língua pra ele e sai com os braços cruzados, fazendo o homem esconder uma risada divertida enquanto volta ao que estava fazendo. 

5 vezes que o Gal culpou alguém (e 1 vez que ele assumiu a culpa)Onde histórias criam vida. Descubra agora