O Dono do morro e a advogada

Capítulo 01

📍Rio de Janeiro, Leblon
10:29am

- Giulia Mancini ⚖️

Uma advogada com uma vida não muito boa, ser advogada criminalista é difícil principalmente por se tratar de ficar ao lado de bandido

Nasci na favela e fui criada lá, morei na maré até os meus 15 anos e depois que meus pais se acertaram vim morar em Niterói com a minha mãe, infelizmente a minha pretinha já se foi

O sonho dela é que eu fosse uma advogada ou policial mas se eu fosse da pm que eu ficasse longe da favela pra não morrer cedo, por isso ela preferiu advocacia

Ela ainda me faz muita falta mas a gente aprende a viver só com a saudade, ela não mata mas também não trás felicidade nenhuma

Conheço quase todas as favelas do Rio de Janeiro, tenho um escritório na barra e não tenho envolvimento com facção nenhuma deixo isso sempre avisado a eles

Só piso em favela quando se trata de trabalho levo isso a sério, terminei meu antigo relacionamento porque sofria muito abuso, além de agressão era muita opressão

Um dos cara que tava sendo meu cliente descobriu e mandou matar o cara no mesmo dia, fiquei aterrorizada mas me senti em paz depois

Meu celular tocou e atendi vendo que era ligação da Pietra a minha best

Ligação

Giulia 👅:  Fala gata

Pietra 🍒: Tá em casa boneca

Giulia 👅: Vai vir me ver pipi, tô em casa gostosa

Pietra 🍒: Eu já falei que amo ouvir tua voz né, tu é muito fofa amg

Giulia 👅: Tu quer o que em pipi

Pietra 🍒: Vamo em uma festa hoje, é por aqui por perto e tu vai gostar giu tu precisa sair um pouquinho né

Giulia 👅: Sabia que era isso, tá quando estiver pronta me liga bjs

Ligação Off

Eu conheci a pietra na faculdade e desde então não desgrudamos mais, ela é incrível e maravilhosa

Arrumei a casa e fui estudar um pouquinho, marquei de ir em uma ONG de crianças todo ano participo desse projeto para ajudar os pequenos principalmente no frio

A ONG foi feita em um lugar bem estruturado e com proteção máxima, não deixo faltar nada para eles tem crianças, adultos, jovens e adolescentes, os idosos levamos direto pra um asilo infelizmente

Eu marquei de ver meu pai hoje mas nem fui, acho que ele vai vir aqui mais tarde ele trabalha pra caramba e principalmente depois do falecimento da minha mãe ele se prendeu no trabalho pra ocupar a mente

Vou terminar tudo por aqui e partiu academia, lavei bastante roupa e troquei as roupas de cama e toalha sem contar que lavei dois banheiros daqui e ainda cozinhei

Tomei um banho e coloquei minha roupa de academia, fiz um rabo de cavalo e peguei minha bolsa com meu celular e minha garrafa de água

Entrei no carro e manobrei tirando da vaga que tava e dei sinal com o farol para o porteiro sinalizando que eu ia sair, dei seta para o lado direito e fui

Odeio fazer Tríceps e agachamento meu senhor tenho dó, saio daqui toda arregaçada, meu personal bota pra fude mermo sem dó

Finalizei mais um dia na minha luta, aqui eu choro desconto toda raiva e depois de meses eu vejo o resultado de tudo valendo a pena

5 litros de água já foi, quase um galão de água né entrei no carro cantando pneu pra casa com o som do carro no último volume, lembrei que coloquei uma caixa de som no porta-malas e eu posso ser presa por poluição sonora

Sim o mundo está cheio de apocalípticos que não deixa ninguém ouvir um modão no último volume no carro mais

Buzinei na portaria do prédio e o portão abriu, as vezes o porteiro tá cochilando, passei minha digital e entrei, estacionei o carro na vaga livre no fundo e subi

Entrei em casa e fui direto pro banheiro, tomei um banho e coloquei um pijama escutei a campainha tocar e vi no olho mágico da porta que era meu pai

Giulia: Tava esperando eu chegar foi – dei espaço e ele entrou –

- Tu tava aonde, saí do escritório nesse instante e vim direto pra cá garota

Giulia: iii seu Renato relaxa boy, eu tava na academia inclusive o senhor tá precisando ir também né – bati na barriga grande dele e rir –

Renato: lá diminuí a língua também, porque a tua é maior que tu e olha que tu só tem 1.60 ou menos

Giulia: pra que inimigo né seu barriga, sem mau humor hoje – debochei dele e virou a cara todo serio –

Renato: Tem comida aí ou tu encomendou, sabe nem cozinha uma piolhenta dessa

Giulia: Para o seu desprazer eu fiz comida sim, inclusive fiz uma lasanha que está muito gostosa mas o senhor não vai comer só porque me criticou

Virei as coisas debochando dele, eu e meu pai somos dois adultos que mais parece crianças nos aproximamos muito depois da partida da minha mãe

Precisávamos um do outro e só restou nós dois, os parentes nunca fizeram questão de vir aqui ou ligar e nunca me procuraram pra nada nem questão de herança

Fui me arrumar, coloquei um cropped preto e um short jeans claro e fiz uma make básica bem leve