Prólogo;

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Era para ser uma manhã normal, onde eu acordaria com Kurama se esfregando em minha cara para que eu deixasse de ser um vagabundo e abrisse a porta para que ele pudesse sair, como eu disse, era, se não fosse por um barulho infernal no vizinho de cima, de pés batendo e móveis se arrastando.

Olho para o relógio ao lado, ainda eram quatro da manhã em pleno sábado.

Viro em uma tentativa de voltar ao sono profundo, e talvez eu conseguisse, se o barulho não estivesse bem acima da minha cabeça. Tento tampar os ouvidos com o travesseiro, sem sucesso. Ok, talvez eu tivesse que apelar para bater na porta.

O que se passa na cabeça de uma pessoa que se mudar em plenas quatro da matina? Acendo a luz do abajur na tentativa de me encontrar, minha visão estava embaçada, que se dane, eu só precisava trocar umas palavras e voltar a dormir. Encaixo meus pés em minhas pantufas e vou em direção a porta, batendo sem querer meu pé em algum vaso.

— Porque aquele velho tarado tem tantas plantas, merda. – resmungo.

Continuo andando com mais calma, afinal eu mal enxergava meus pés, quem dirá o que estava na minha frente. Eu não diria que eu era miope, mas o sono era tanto que que eu poderia facilmente fechar os olhos e apagar alí mesmo.

Eu estou aqui apenas para tomar conta das preciosidades do meu padrinho, esse lugar não era para pelo menos ser silêncioso?!

Chego até a porta abrindo-a e fechando atrás de mim, não me importando em colocar a senha e tranca-la, eu só esperava que fosse rápido.

Ando pelo corredor frio em direção ao elevador que levaria ao andar de cima, parando para pensar, era o apartamento mais caro por aqui, ficava na cobertura em um prédio que cada andar normal ocupava uns seis apartamentos, ricos. Esse prédio em si é bem caro, eu nunca conseguiria pagar um desses sozinho.

A porta do elevador abre, aperto o botão para o último andar e logo me encosto no metal frio para me manter acordado, mas não demora pra voltar a abrir e então eu posso ouvir o barulho ainda mais alto, será que ninguém reclamou na portaria…pensando bem, por que eu não reclamei na portaria? Parabéns Naruto Uzumaki, por que eu sou tão idiota?

Saio em direção a porta com o número 202 onde se encontrava minha perturbação, bato na mesma, nenhuma resposta, bato novamente, nada, eu teria que gritar? Puta merda, essa pessoa deveri…

A porta é aberta me dando uma visão muito peculiar, para não dizer extremamente atraente de um peito desnudo e forte, Uzumaki você gosta de homem, mas não precisa ficar secando o cara assim, foco, você veio aqui por um motivo. Mas era meio impossível com o peito forte e grande na minha frente.

Quando olho para o rosto eu jurei que poderia desmaiar, essa era a hora que eu achava algum buraco para me enfi…ah não não não, seu idiota, olha as coisas que você pensa…

— Posso ajudar?

Misericórdia, que tom de voz era esse? Naruto Uzumaki estava prestes a meter seu rabo entre as pernas e voltar de onde não devia ter saído.

Lógico que não! Volta pra terra idiota. Limpo minha garganta mal percebendo o rubor em minhas bochechas e o quanto o clima deve ter ficado estranho com essa olhadinha que eu dei.

— Eu sou o vizinho do apartamento de baixo, meu nome é…

— Não me importa quem você é, apenas fale logo o que você quer. – Curto e grosso, será que seu pau é assim também? Jurava que estava rolando um clima.

Limpo a garganta e volto a falar.

— Bem, você poderia fazer menos barulho? São quatro da manhã e tem pessoas tentando dormir. – Falo no mesmo tom, a última coisa que um Uzumaki faria era se rebaixar a alguém.

Ao invés de uma resposta como qualquer ser humano normal daria, a porta é fechada na minha cara.

Uau, se minha primeira impressão não era boa, agora piorou. Ouço então o barulho voltar.

Será que era tarde demais para tentar contatar a portaria? Apesar de tudo, eu tinha o pressentimento que não funcionaria.

Volto para o apartamento encontrando Kurama me esperando em frente ao seu pote de ração vazia.

— E aí, com fome? Eu também, vamos assistir alguma coisa? Acho que não vamos conseguir dormir tão cedo. – Falo em um desabafo desanimado ao ouvir o barulho no apartamento acima.

Essa madrugada eu não dormiria, o dia mal começou e eu já estou de mau humor, ótimo.

Apartamento 202Onde histórias criam vida. Descubra agora