6 de nós

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Aurora — E é isso, gente. Espero que provem esse creme maravilhoso... Ela diz, com sarcasmo, enquanto joga o frasco no lixo. Merda de produto barato!

Tati — Com os olhos arregalados, incrédula. Tá de brincadeira, né? Eu vi a live! Você me convenceu a comprar três de uma vez!

Aurora — Ela solta uma risada seca. E o meu trabalho, Tati? É isso que eu faço.

Tati — Ela respira fundo. Vim te chamar, a Dank pediu para você, Luca, Daniel, Luiz, Luiza, Lisa e eu irmos até a sala dela.

Aurora — Ela se joga na cama, pensando por um momento. Um? Quer dizer que a gente vai para a companhia?

Tati — Acho que deve ser sobre isso, sim.

Aurora — A voz dela se torna mais calma, mas com um toque de desafio. Vamos?

Tati — Ela hesita um pouco antes de responder, a ansiedade visível. Auro, eu preciso de mais...

Aurora — Afastando os olhos do celular, ela a observa atentamente. Mais?

Tati — Ela olha para suas mãos, que tremem ligeiramente. Se a gente for chamada, eu vou precisar de mais remédios. Estou começando a sentir que não vou aguentar sem.

Aurora — Ela solta um suspiro, entendendo o desespero de Tati. Eu entendo que você quer essa oportunidade, mas precisa de um tempo. Vai na enfermaria, resolve isso antes que se piore.

Tati — Ela dá um passo à frente, um brilho de determinação nos olhos. Aurora, você sabe que se eu for, vão me substituir. Eu preciso disso. Não estou pedindo favor, vou pagar. Eu só... preciso disso!

Aurora — Ela a observa, os olhos mais sérios agora. Tá bem. Mas vai com calma, entendeu? Só até a companhia ir embora, eu juro.

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Na sala da diretoria...

Sr. Dank — Sua voz grave ecoa pela sala, sua expressão séria. Parabéns, meninos e meninas, vocês foram selecionados para a apresentação em colaboração com a escola. Mas a senhorita Tatiane... Ele pausa, olhando para Tati. Frederico mandou que você continue praticando. Será reserva de Luiza ou Lisa. Se houver algum problema, podem se retirar.

Tati — Ela morde o lábio, forçando um sorriso. Tá bem, senhora.

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Tati — Ela entra no corredor, a cabeça baixa, visivelmente frustrada. Eu pensava que ia conseguir...

Aurora — Ela se aproxima de Tati, com um olhar desafiador e um sorriso enigmático. Eu também pensava, Tati. Mas agora é torcer para a brasileira quebrar a perna, literalmente. O celular de Aurora vibra, interrompendo o momento de tensão. Tati, pode ir, depois eu te acompanho.

Felip — A voz dele, descontraída, sai pela tela. Loirinha?

Aurora — Ela ri baixinho, desafiadora. Oi, Felip. Como tá por aí?

Felip — A voz dele é mais séria agora. Não tenho muito tempo, mas uma tal de Luiza andou perguntando sobre o motivo de você ter ido embora.

Aurora — Ela franze o cenho, pensativa. Obrigada pela informação. Qualquer outra coisa, me avisa, tá?

Felip — Ele sorri de forma maliciosa. Pode deixar. Te amo.

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Aurora — Ela murmura, irritada, enquanto coloca o celular de volta na mesa. Brasileira dos infernos...

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Luiza — Ela sorri, tentando manter a calma, mas com uma dor evidente no rosto. Você foi bem, Aurora. Na próxima, tenho certeza que você vai conseguir.

Helo — Ela a abraça, sorrindo. Obrigada, amiga. Sai do banheiro, deixando Luiza sozinha, massageando seu tornozelo.

Aurora — Ela entra no banheiro com uma expressão fria e controlada. Luiza, esqueci de te parabenizar por estar na companhia.

Luiza — Ela solta uma expressão forçada de gratidão. Obrigada... Ela se senta, tentando aliviar a dor no tornozelo.

Aurora — Ela a observa com um olhar atento. Tudo bem?

Luiza — Ela se inclina ligeiramente para frente, tentando desconectar a dor. Eu tô tentando tirar o nó do meu tornozelo desde cedo. Dormi de mau jeito.

Aurora — Ela dá um sorriso, um brilho de superioridade nos olhos. Aquele conselho sobre o frappé?

Luiza — Ela olha para Aurora, sem entender o que está por vir. Claro...

Aurora — Ela se aproxima e se agacha, colocando os pés de Luiza em seu colo, como quem prepara uma tempestade. Bem simples. Ela começa a apertar o tornozelo com mais força do que o necessário. Posso tentar te ajudar com o nó primeiro e depois com o frappé?

Luiza — Ela fecha os olhos, aceitando o toque de Aurora. Pode.

Aurora — Ela começa a pressionar o tornozelo com uma precisão perigosa. É aqui, certo?

Luiza — Ela geme de dor. Sim...

Aurora — Ela aperta mais, com uma força calculada, e Luiza solta um gemido de alívio, mas também de terror. Eu só quero que você entenda uma coisa, Luiza. Eu posso ser uma ótima amiga, mas não me queira como inimiga. A voz de Aurora é como uma lâmina, cortante. O que aconteceu em Paris... fica em Paris.

Luiza — Ela grita, mais pela pressão do que pela dor. Solta, Aurora!

Aurora — Ela sussurra, quase ameaçando. Tem um tendão aqui, Luiza, se eu apertar o suficiente, suas chances de voltar para o ballet são praticamente nulas. Ela mantém a pressão por um instante mais longo, antes de, com um movimento ágil, torcer o tornozelo de Luiza com um estalo nítido, e então soltar. Deixe meu passado em paz. Se não, a próxima ameaça não será tão sutil.

Luiza — Ela cai de costas, ofegante e com dor, o rosto torcido pela raiva e frustração. Sua maluca...

Aurora — Ela dá um sorriso malévolo e se levanta. Acho que a companhia vai ficar para a próxima. Ela caminha até a porta, deixando Luiza sozinha, com a dor em sua mente e o medo em seu coração.

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Luiza — Ela corre até a sala de Dank, com os olhos brilhando de raiva e dor. Senhora Dank, ela fez isso comigo!

Sr. Dank — Ele a observa com um olhar indiferente. Você tem provas?

Luiza — Ela aponta para seu joelho, ainda inchado. Olha, meu joelho tá com um rompimento. Vou ficar três semanas sem dançar.

Sr. Dank — Ele suspira, aparentemente entediado com o drama. Sem nada que possa provar, o que posso fazer é ligar para Frederico e dizer que Tatiane vai te substituir.

Luiza — Ela se despedaça por dentro, as lágrimas caindo em seu rosto. Que droga, essa era a minha chance...

Sr. Dank — Ele a observa com um olhar impessoal, sem qualquer vestígio de compaixão. O único conselho que posso te dar é: fique longe dela. É o melhor para você.

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