III

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Uma semana depois.

- Ei, que tal a gente sair? - perguntei ao Jim, que estava sentado no tapete usando o computador na mesinha de centro. - E cadê o resto do pessoal?

- Sei lá. Devem estar... - Logo, os 4 vieram descendo as escadas como crianças quando a hora do recreio bate.

Carlos, Felipe, Lilian e Fernanda.

Carlos e Lilian são os únicos que não moram aqui. Eles são um casal, mas são nossos amigos também por isso quase sempre estão aqui.

- Sentem todos. - ordenei e eles fizeram como eu disse. - A gente vai sair.

- Vai? - Jim.

- Onde a gente vai? - Lilian e Felipe perguntaram.

- Balada. - Fe respondeu por mim.

- Como você sabia?

- É sempre isso. - Ela tinha o tom de voz entediado.

~Lucas

Neste exato momento, estou numa festa com Chris e Mauro.

- Óia que gatas. - Chris disse.

- Até se um flamingo aparecer na sua frente você vai dizer isso. - Olhei para o Chris, sério.

- Verdade. - Mauro riu.

- Pelo menos flamingos são bonitos também. - Chris.

- Mas continua contando daquele dia lá; que a menina quebrou o Chris todinho. - Mauro parecia estar interessado com a história.

- Ah, é! Ai ela pulou emcima dele, e eles começaram a gritar um com o outro, tipo...

- Olha! A doente mental! - Chris me interrompeu, apontando com o queixo para o balcão.

Eu olhei direito, e uma menina se aproximou do balcão e pediu uma bebida. Ela com certeza era a Sofia, parecia muito. Tinha o cabelo longo e liso, nariz empinado e fino, lábios pequenos...

Assim que pegou a bebida, colocou o canudo na boca, olhou para os lados e me viu. Ela ergueu as sombrancelhas e sorriu na mesmo hora, me fazendo sorrir também, e me encarou durante alguns segundos. Fiquei surpreso em ver que sua reação ao me perceber ali foi a mesma que a minha.

Depois de algum tempo, fui tentar falar com ela. Me meti no meio daquele monte de gente até ver ela. Esbarrei "sem querer" em seu braço.

- A-ah! Lucas! - ela sorriu.

- Oi Sofi. - fingi estar surpreso em lhe ver também.

- Eu já ia falar com você. Ah, e me desculpa por aquele outro dia.

- Tudo bem. - ri fraco.

Ela parecia sem graça.

- É... Você fica lindo de azul escuro. Quero dizer, você já é lindo! Mas de azul escuro fica mais ainda! Não que eu ache que você seja bonito. MERDA! É que, você é muito, mas... ai você fica gosto... na verdade, é que...

- Sofi, eu entendi. - Lhe enterrompi. - Você já é linda, mas fica mais ainda de preto.

Ela sorriu.

- Obrigada!

Passamos mais algum tempo ali, conversando, rindo. A Sofia se soltou mais. Ela realmente não parece do tipo "tímida" e acabei de descobrir que ela só é com pessoas que realmente não fala muito. Agora ela está bem mais animada, falando o que quer e fazendo o que quer.

- Vem cá. - ela me puxou para fora da balada.

- Que foi?

- Vamos na sorveteria?

- Agora?

- Sim! Sentir chocolate na boca, na minha opnião, é melhor que sentir bebida alcoólica e amarga.

Fomos na sorveteria. Conversamos bastante. Sobre ela, sobre mim. Meu trabalho e o trabalho dela. Dá para acreditar que ela é garçonete de um bar, mas ao mesmo tempo a melhor cantora que aquele bar já teve?!

Desordenados - (T3ddy)Onde histórias criam vida. Descubra agora