Quando o amor acontece - Antony Santos

SÃO PAULO - CATAR

Era uma manhã de uma segunda, 21 de novembro de 2022, estava indo ver a copa do mundo lá aonde Judas perdeu as botas, eu era viciada em esportes? Não, nenhum pouco, porém depois de um término difícil e do qual eu já tinha feito o favor de pagar para assistir à copa em outro país juntamente da desgraça do meu ex, eu era obrigada a ir. Talvez o Gabriel ainda vá, mas se ele estava achando que eu ia pagar o que eu paguei e não ia para o Catar, ah, eu ia. Havíamos pagado para ir ver os jogos em 2020, e diferente dele, eu não nasci em berço de ouro. Enfim, estava eu, indo pro aeroporto de Guarulhos, nasci em São Paulo, porém morei grande parte da minha vida em Recife, até que por motivos de trabalho decidir voltar pra cá, mas era incrível como nunca me acostumei com a correria de São Paulo e nem com o tempo, que pelo milagre dos deuses estava quente.

Seriam quase 24hrs de viagem, e eu detestava andar de avião, mas estava indo pra espairecer, acho que se eu passar esse mês lá, vou me sentir melhor, estou de férias do trabalho mesmo e com as publis no meu insta acho que consigo me aguentar e curtir um pouco lá.

Chegando no aeroporto, fui fazer o check-in e aguardar o voo, tenho o costume de ir duas horas antes, mas os voos desse país, todos, sem exceção, todos atrasam, e hoje não seria diferente. Coloquei meus fones e fiquei esperando e com um bom livro as horas passaram rápido e logo eu estava no avião, pedi uma água, e já fui logo procurando o catálogo de filmes já que ia ficar um dia nesse avião. Logo fui atendida por uma moça morena com os olhos cor de mel mais lindos que eu já vi.

A viagem foi longa e o caminho inteiro eu estava reclamando do sinal, ou do catálogo besta de filmes ou dos assentos que já estavam doendo minha coluna. Mas depois de 23 horas e 19 minutos estávamos pousando no aeroporto de Doha no Catar, e logo ali eu já estava com o pensamento de "Meu Deus, o que eu tô fazendo aqui? Nem na copa de 2014 que foi no meu país eu assistir aos jogos e agora eu tô aqui num país desse homofônico e machista do caralho. " Mas segui o baile e ignorei esse pensamento, assim que desci do avião peguei meu celular e já fui logo me informando como pegava táxi, essas coisas, pois meu hotel ficava um pouco longe dali já que tinha pegado um hotel perto do estádio 974 aonde iam sediar metade dos jogos da copa.

Não demorou muito para achar, mas meu medo de pegar um carro desse sozinha com esses homens e eles me matarem? Não sei se foi sorte ou destino, mas vi uma moça muito bonita conversando sobre o hotel que eu iria ficar com uma amiga e fui perguntar né, se ela iria para o mesmo hotel que eu e adivinhem meus amigos quem era a amiga? Karoline Lima, nada mais, nada menos que a ex de um dos jogadores da Seleção Brasileira.

– Oi gente, desculpa tá aqui atrapalhando vocês, mas é que eu vi vocês conversando sobre o hotel de vocês que por coincidência é o mesmo do meu. Tem como a gente dividir um taxi? Não queria ir só. – ri e elas se olharam e fizeram o mesmo, logo em seguida a morena de cabelos longos disse.

– A gente tá esperando um ônibus da empresa que vai levar a gente. – e fez cara triste, claro que elas estavam esperando algum ônibus, provavelmente deviam ter sido convidadas, já que eram famosas.

– Ah sim, tudo bem, sem problemas, obrigada de qualquer forma. – agradeci e me virei já estressada do porque eu inventei de vim pra essa merda. Passei alguns minutos sentada numa parte aonde o pessoal esperava pelos taxi e esses ônibus ai e vi a menina morena vindo em minha direção.

– Karoline me pediu pra te chamar, ela conseguiu que você fosse com a gente. – e sorriu feliz da vida.

– Sério? Como? – eu perguntei e estava perplexa, elas nem me conheciam.

– Ela deu o jeito dela, agora vamos, se não a gente vai perder o ônibus.

Em seguida eu e ela fomos pro local aonde eu tinha encontrado com elas mas a diferença era que tinha um monte de celebridades e sub celebridades, gente do tik tok, até a Mirella estava lá.