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Olá, queridos
Depois de 10 meses estou de volta postando mais este capítulo, acho que ainda teremos uma sequência de dois a quatro capitulos e vou tentar não demorar o mesmo tempo que esse de postar porque já estão em andamento assim como novos capítulos para love's so confused e é isso. Um beijo para todos e aproveitem a leitura💕

Querido Arthur,
Sei que parece exagero, só estou a alguns meses aqui, mas é um inferno viver sem ti. 
O Japão é um lugar bonito, amo esse país, mas não me sinto bem sem estar em sua companhia, sinto saudade da sua voz. 
Chuuya fez vários amigos, mas sempre o vejo com uma garota de cabelos cor de rosa e um menino grisalho. Lembro-me de quando tinha sua idade, era um menino quieto, sem motivações, só me ensinavam como eu tinha que ser excepcional, um prodígio, ao certo. Vivi assim por mais anos do que uma criança poderia aguentar, mas, por um acaso que sempre vou me gabar sobre, pude te conhecer. Tornei-me alguém que segue um objetivo por si mesmo, e não pelos outros.
Perdoe-me pela nostalgia, mas senti a necessidade de lhe contar, meu amor. Adoro-te e espero que em breve possa voltar para para os seus braços, mas, por enquanto, estarei muito ocupado e não poderei estar muito em contato, nem por cartas e nem por telefonemas, devido a faculdade, porém saiba que não há momento o qual eu não esteja pensando em você.

Com amor e para sempre seu,
Paul Verlaine.

Quando iniciei meu curso, alguns dias depois de uma semana aqui, percebi os vários olhares em mim. Não tenho características japonesas, sei que pensam que sou um estrangeiro e, de certa forma, eu sou. Algumas moças vinham falar comigo, eu me mantenho educado com elas mas chega a ser irritante. Não me importo que conversem comigo, se interessem por mim ou coisas banais como essas, mas insistir ou perguntar sobre a pessoa de que namoro, que nunca tentei esconder, já estava passando dos limites.

Me irritei quando se atreveram a supor que estava sendo traído. Os rapazes japoneses deviam ser mais éticos, claro que não é o certo generalizar quando só um grupo me veio com tal suposição, mas ainda me enraiveço quando tiveram tal atrevimento. Meu Arthur, meu querido e adorado Arthur. Tal nunca se pôs a olhar alguém além de mim, apesar de saber que ele gostou, uma vez distante, de uma garotinha de sua idade, na época, mas agora isso não importa, uma vez dito, eu acredito em suas palavras. “O quê? Se me atraio por outro alguém?- lembro de seus olhos me encarando com ira e paixão ao mesmo tempo - Não me interesso por outros seres, o único que me cativa é você.” Minha mente não me sabotaria em acreditar que ele mentiu, então não me preocupa a imaginação alheia de meu amado me trair devido minha ausência.

Voltei para casa mais cedo do que planejei, um professor teve de se ausentar e todos puderam ir embora devido isso. Cheguei em casa e não tinha ninguém além de Kouyou e os funcionários. Fui de supetão até o telefone da casa e disquei o número que fiz questão de decorar.
Eu estou atolado de tarefas, mas alguns minutis de conversa fiada não farão diferença.
Na França agora são umas nova da manhã, então ele deve estar acordado.

Não esperei ele terminar de dizer alô. Como se fosse alguém que não conhecesse, me coloquei a comprimentar Arthur de imediato, da forma poética e brincalhona como amamos.

_ Com licença. Gostaria de falar com um rapaz chamado Arthur Rimbaud, sabe me dizer se está aí? Ele tem longos cabelos negros, olhos amarelos e veste roupas de inverno.

Ele riu.

_ Não sei lhe dizer, senhor. E você? Poderia me informar onde está meu querido namorado, Paul Verlaine? É um homem que emite elegância, mas é só um idiota. Sabes que é um idiota? Ele é, certamente. Mas sabe, ele é tão belo. Sim, bonito. Muito bonito. Meu Deus, como é bonito.- Soltei uma risada seca, Rimbaud sempre tinha as melhores respostas.

_ Ah, é? Então ele é só um idiota com rostinho bonito?

Tenho certeza que ele sorriu.

_ Isso. Só um rostinho bonito.- Rimbaud disse.

Je Te Laisserai Des MotsOnde histórias criam vida. Descubra agora