Capítulo 1

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Perdida em meus sonhos, ouço ao longe meu despertador tocar. Meus olhos se abrem com dificuldade enquanto meus dedos desligam o som repetitivo e irritante que vinha do celular.

- Bom dia, Kala.- Ouço minha cadela se espreguiçar perto dos meus pés.

Levanto da cama ainda sonolenta, sendo seguida por Kala, que me espera na porta do banheiro e me encara com seus olhos cor de citrino. (Pedra de quartzo de cor amarela)
Kala era uma fêmea da raça Cane Corso, sua pelagem era cinza escuro com uma mancha branca em seu peito e orelhas pontiagudas.

 (Pedra de quartzo de cor amarela)Kala era uma fêmea da raça Cane Corso, sua pelagem era cinza escuro com uma mancha branca em seu peito e orelhas pontiagudas

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Papai me deu Kala de presente pouco depois do acidente acontecer, ele disse que ela me protegeria caso algo acontecesse, pois era muito forte. Por isso dei o nome de Kala, que significa forte em árabe.
Após sair do banheiro sigo para a cozinha onde vovô já estava fazendo seu chá de Camélia.

- Bom dia vovô.

- Bom dia Layla.- Ele toma um gole do chá.

Após o café da manhã, troquei de roupa para ir ao trabalho.

- Por que você não segue os costumes de seu povo? É a sua cultura.- Vovô resmunga da cozinha ao me ver em roupas comuns de "estrangeiro", segundo ele.

- De novo não, vovô. Por favor.- Pego minha bolsa e meu jaleco.- Vou indo se não me atraso. Até mais tarde, amo você.

- Certo, eu também amo você, querida.- Ele fala ao perceber que aquela conversa não teria continuidade.

A caminhada até o trabalho levava cerca de vinte minutos, ou vinte e cinco se eu parasse na barraca do sorvete, como era de costume.
Enquanto aguardava na fila, eu observava o sorveteiro fazer pegadinhas com os estrangeiros que compravam sorvete. Ele colocava o sorvete na ponta de um bastão para o cliente pegar, mas quando o cliente estava quase encostando no sorvete, o sorveteiro desviava. O cliente era um senhor de idade que aparentava ser alguém importante por suas vestimentas, tentei ver seu rosto para tentar reconhecer, mas ele estava de costas para mim. Ao seu lado se encontravam três homens que aprentavam ter minha idade. Um deles, moreno, alto e com o cabelo descolorido, tenta ajudar o senhor de idade, mas o sorveteiro acaba driblando os dois.

- Quero ver driblar nós lá no campo.- Ele faz uma cara engraçada.

Dou risada da situação, o que acaba chamando atenção do moreno, que volta seu olhar em minha direçã. Trocamos olhares por alguns segundos até que seus amigos o chamam para ir embora.
A fila anda e logo é minha vez de comprar.

- Bom dia Hussain.

- Bom dia Layla.- O sorveteiro me cumprimenta.- Sorvete de creme com morango?

- Sim. E sem pegadinhas, por favor.

- Pode deixar.

- Quem eram os rapazes que acompanhavam aquele senhor?- Olho para a multidão para tentar encontrá-los, mas eles já haviam desaparecido.

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