4°》 O grande baile

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" Aquele momento me partiu o coração, vê-lo tão despedaçado e sem vida. "

Casa dos Elliot, 15 de junho, 1898. Às 08:00 da manhã. (FLORENCE)

Não sei o motivo das pessoas amarem tanto os bailes. Desde pequena meu pai queria que eu fosse uma dama como a das outras famílias, no entanto eu não era. Nunca gostei de bailes e vestidos bufantes, nem de dançar.

Minha mãe era diferente, não queria que eu fosse uma garotinha fraca e indefesa, ela queria que eu fosse forte e independente. Por isso, me ensinou a lutar, a criar estratégias, a ser boa em jogos, ler todos os tipos de livros. Meu pai só não era mais rígido comigo por que tinha Theodore, meu irmãozinho mais velho sempre foi a sombra de meu pai, e o orgulho dele também.

Agora, por causa de uma investigação, vou fazer tudo o que sempre me fez fugir no passado. Ir ao baile, vestir roupas bufantes, dançar e ainda por cima ganhei um noivo. Irônico não é? Vocês com certeza se lembram do motivo de minha fuga? EU FUGI DE UM NOIVO!!! E agora, tenho outro. Parece que o destino resolveu brincar comigo.

E aqui estou eu, parada em frente ao grande portão da mansão Elliot, para encontrar meu "noivo" e me preparar para o bendito baile.

Se não fosse pela investigação, eu nunca teria concordado em ir a esse baile.

Passo pelo lindo jardim da casa. É realmente muito bonito, tem lindas flores e árvores. Além de ter um lago. Amo lagos.

Chego em frente a porta e não preciso nem bater. Olívia abre e me faz um sinal para entrar.

- Olá senhorita Brave. -me cumprimenta.

- Bom dia Olívia. Arthur... quer dizer, o senhor Elliot está? -ela sorri.

- Ele está lá em cima querida. Posso chamá-lo para a senhorita. -a mãe de Arthur aparece na hora.

- Não se preocupe Olívia, eu a levo até lá. -ela me olha e sorri. - Senhorita, venha comigo.

Me leva até as escadas e volta a falar.

- Não nos apresentamos direito ontem, eu me chamo Jane, sou a mãe de Arthur. E você, como de chama? -me olha com expectativa.

Arthur me disse que meu nome seria... seria... Ok memória, colabore comigo. Ninguém esquece o próprio nome.

- Eu me chamo... É... -a expressão da senhora Jane muda e parece preocupada.

- A senhorita está bem? Está palida?

Certo, o que me resta é apelar para meus talentos artísticos. Eu preciso de drama, suspense e muito drama.

- Desculpe senhora, é que minha cabeça dói sempre que tento falar meu nome para outros. Meu nome é igual o de minha vó e ela faleceu de uma maneira terrível. -abaixo a cabeça para enxugar as lágrimas inexistentes.- Eu me sinto tão mal por minha vozinha, ela não merecia morrer daquela forma e ainda por minha culpa. -arrisco olhar para a senhora Elliot e a encontro... chorando?

- Sinto muito por você! Não imaginei que seu nome a machucava tanto. Vou chamá-la apenas de...

- Brave, pode me chamar de Brave.

- Ok senhorita Brave. -continuamos andando em silêncio, talvez por causa de minha atuação muito convincente, apenas sinto os olhares de pena da senhora Elliot.

Paramos em frente a uma porta.

- Chegamos. -ela me olha e sorri.

- Onde estamos? -olho para a porta, será que é onde Arthur está?

Os mistérios de Florence BraveOnde histórias criam vida. Descubra agora