you attack my heart

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meu coração bate cada vez mais.
vou te dar tudo, pegue meu coração.
você, com certeza, é o meu destino.
brilha e preenche o meu coração.
acho que isso deve ser o que uma sensação estonteante é, amor.
eu me apaixono por você cada vez mais.

você ataca meu coração.

heart attack, loona (chuu).

❤️

A pior decisão que Taehyun tinha tomado em seus desesperadores vinte e um anos de vida foi recomendar Kai, o seu melhor amigo desde o primeiro dia de faculdade — porque o Taehyun calouro foi inocente o bastante para fazer amizade com o garoto que passou a palestra de acolhimento inteira buscando pelo Instagram da coordenadora do curso deles, pois tinha enfiado na cabeça que ela já tinha namorado uma das suas tias e queria achar provas —, para a vaga de recepcionista que tinha aberto na academia de artes marciais que frequentava, quase três meses atrás.

Agora, além de ter que lidar com Kai na faculdade, também era obrigado a aguentar o melhor amigo em seu pé durante as uma hora e meia semanais que passava na academia, fosse para os seus treinamentos diários ou para as aulas de kickboxing que tinha todas as segundas e quintas. E, pior ainda, ter Kai na academia significava que o segredo que Taehyun vinha guardando tão cuidadosamente desde o começo do ano tinha sido descoberto, o que tornou situações como a atual mais do que corriqueiras.

— Um dia você ainda vai acabar desidratando o Beomgyu-ssi de tanto que fica secando ele — comentou Kai, com o queixo apoiado em sua mão e um sorriso travesso estampado no rosto corado.

— Do que você está falando? — Taehyun se fez de desentendido e desviou o olhar do ponto que encarava há uns cinco minutos para o seu amigo inconveniente, que ergueu as sobrancelhas sugestivamente diante da sua fala escapista.

— Você sabe muito bem do que eu tô falando — pontuou Kai. — Faz dez minutos que tô falando sem parar aqui e você não ouviu uma palavra porque não consegue parar de olhar pro Beomgyu-ssi carregando caixa do outro lado da rua.

As bochechas de Taehyun esquentaram — talvez pela fala do amigo, talvez pela lembrança de Choi Beomgyu carregando caixas do outro lado da rua —, mas ele ignorou a sensação em prol da chance de retrucar em um tom contrariado:

— Eu estava ouvindo o que você estava falando, sim!

— Ah, é? Então o que eu tava dizendo? — rebateu Kai, no mesmo segundo.

De fato, Taehyun não estava ouvindo uma palavra do que Kai vinha tagarelando nos últimos dez minutos. Talvez tivesse algo a ver com o último filme lançado da Marvel ou uma fofoca sobre um dos clientes da academia — que sempre lhe confiavam relatos e confissões, uma vez que Kai era ótimo em puxar assunto com qualquer ser desavisado que se aproximava da recepção do local.

Fosse o que fosse, Taehyun resolveu não arriscar um palpite de imediato, pois queria evitar as reclamações do amigo sobre como ele nunca prestava atenção nos seus monólogos ou, mais provavelmente, as suas provocações sobre como Taehyun era obcecado por Choi Beomgyu, o filho único de Choi Youra, a dona do brechó Requinte, que ficava do outro lado da rua, bem em frente à academia, e tinha no seu quadro de funcionários apenas mãe e filho — e, às vezes, o melhor amigo de Beomgyu, Yeonjun.

Na verdade, se não fosse por Yeonjun, Taehyun nunca teria prestado atenção no Requinte ou em seu atendente de sorriso radiante e cardigãs de cores terrosas. Tudo começou quando, certo dia, um mês depois que ingressou na academia, Soobin lhe deu uma carona até o lugar, depois da aula deles, e a dupla esbarrou em Yeonjun na calçada.

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