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𝐒𝐓𝐄𝐋𝐋𝐀 𝐎𝐍'

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𝐒𝐓𝐄𝐋𝐋𝐀 𝐎𝐍'

📍𝐀𝐞𝐫𝐨𝐩𝐨𝐫𝐭𝐨 𝐝𝐞 𝐏𝐚𝐫𝐢𝐬, 𝐂𝐡𝐚𝐫𝐥𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝐆𝐚𝐮𝐥𝐥𝐞
     08:34 𝐩𝐦

O celular em meu ouvido cai no chão gelado do aeroporto.

'Sua mãe está morta'

Um parente meu tinha dito antes do aparelho colidir no chão. 'Isso não pode estar acontecendo' penso em meio aos meus pensamentos conflituosos. Eu tinha acabado de desembarcar do avião, ainda nem tinha pego minhas malas, mas a notícia não esperou que eu chegasse ao hotel que eu tinha reservado.

Com as mãos tremendo, me agacho e pego o celular. Algumas pessoas ao meu redor notavam a minha cena e olhavam curiosas para saber o que tinha acontecido.

'Ela estava doente, ficou internada no hospital na última semana em que você esteve fora, infelizmente ela acabou falecendo nessa manhã'

—— M-mas como ninguém me avisou? Eu sou a única filha dela! Vocês deveriam ter me dito eu teria pago o tratamento mais caro á ela! —— falo desesperada deixando que as lágrimas escorressem pelo meu rosto.

'Ela nos fez jurar que não contariamos, e você sabe como ninguém o quanto promessas eram importantes para ela'

Para minha mãe promessas eram sagradas, eu achava esse pensamento bobo, afinal ninguém conseguiria manter algo por muito tempo.

'Antes dela falecer ela pediu para que você fosse para Barcelona e morasse com seu pai e o perdoasse, ela também disse que aquele era seu último desejo e que só conseguiria morrer em paz caso você o realizasse'

Eu sentia minha visão vacilar, mesmo com dificuldade me apoio em um banco e sento nele. Pego minha garrafa e dou um gole na água que estava gelada.

Meu pai teve um caso fora do casamento com uma mulher, essa mulher era minha mãe, graças a irresponsabilidade deles eu nasci. Ele dava carros e apartamentos de presente para ela, fazia promessas de amor e ganhava jogos por ela. Porém, nunca foi um pai presente, eu entendo ele tinha a família dele, tinha outros filhos, mas e eu?

Nos dias dos pais, ele nunca aparecia nas minhas apresentações escolares, nunca contava histórias para eu dormir, nunca me ensinava coisas bobas como andar de bicicleta, nunca me ajudava nas lições de casa.

Não fazia sentido minha mãe querer que eu perdoasse um homem que mal olhava na nossa cara.

Respiro fundo e tento controlar minha respiração, as pessoas ao meu redor já tinham tomado seus rumos novamente. Isso me tranquilizava, nunca gostei de ser o centro das atenções.

𝐒𝐔𝐈𝐓𝐄 14 - 𝑃. 𝐺𝑎𝑣𝑖 𝑥 𝑂.𝐶Onde histórias criam vida. Descubra agora