Capítulo II

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Provavelmente era alta madrugada ou de manhã cedo, Richarlison não sabia e nem ligava: Ele ainda estava sentado à beira da sua cama, grogue e completamente bêbado. Não fazia a menor ideia com quem tinha acabado de falar e nem se tinha sido a poucos minutos ou há horas atrás e mais uma vez, ele não se importava.

Estava realmente concentrado nesse vídeo de gato que tinha conseguido deixá-lo triste no qual havia acabado de ver, poderia ser uma idiotice, mas estava sensível demais para não deixar de sentir pena do pequeno filhote e tentou procurar, apesar da sua visão um pouco embaçada, outra parte do vídeo para saber se o pequeno bichano teve um final feliz.

Não era exatamente um super fã de gatos, mas ele não queria ficar sem saber o que aconteceu com ele ou perceber que ele havia tido um destino ruim.

Após procurar e não conseguir achar, Richarlison suspirou e largou o celular na cama atrás de si, frustrado por não ter o que queria. O platinado pensou em levantar do chão e até tentou, mas seu braço vacilou no momento que tentou colocar um pouco de peso e caiu novamente.

Ele levou uma das mãos ao seu rosto e deu um sorriso idiota. Que merda ele estava fazendo mesmo?

Era óbvio que não tinha mais força para isso, na verdade, nem deveria ter tentado, já que mal conseguia levantar o braço. O tempo havia passado e tinha conseguido esquecer o motivo pelo qual tinha começado a beber para começar e até resmungou que quando fosse dormir e acordar, sua cabeça iria doer como o inferno.

Apesar disso, ele deu mais um gole na lata aberta ao seu lado.

Então de repente, escutou a campainha da sua porta. Richarlison tenta novamente fazer algum esforço para levantar, se apoiando na cama dessa vez. Usando as paredes e qualquer coisa que parecesse firme como apoio, ele cambaleou com dificuldade através do próprio quarto, chutando algumas latas vazias pelo caminho. Chegou à sala de estar e finalmente abriu a porta.

Apesar de a sua vista estar bastante prejudicada, saberia conhecer Heung-Min Son a quilômetros de distância e com os olhos vendados. Ele sorriu ao ver um amigo de confiança, mas jurava mentalmente que, se ele fosse a pessoa da chamada, o outro teria ido atrás de um gato... Era isso, certo?

— Richie... — A forma como seu apelido soava no seu sotaque era como uma deliciosa melodia e de repente, queria que o outro o chamasse assim mais vezes.

— Ah... Sonny? Oi... Você não tinha ido salvar um gato?

O coreano riu e levou um dos braços do brasileiro a seu ombro de forma que Richarlison pudesse se apoiar nele ao invés do batente da porta, ajuda essa sendo muito bem-vinda enquanto entravam de volta.

— Talvez você seja o gato... — Murmurou olhando ao seu redor, vendo algumas latas soltas no caminho da sala para o quarto — Céus, você bebeu isso tudo? — Questionou assustado enquanto caminhavam para o quarto do outro e Richarlison apenas assentiu com a cabeça.

Na visão de Son, o brasileiro estava numa situação deplorável, com os olhos e nariz vermelhos, provavelmente de tanto chorar. Ele expressava um sorriso besta no rosto e ainda vestia o casaco azul-escuro da Seleção, como se beber fosse a primeira coisa que havia feito no momento que havia chegado. Quando chegou dentro do quarto, havia provavelmente mais de dez lates vazias jogadas pelo chão e outras ainda fechadas num balde de gelo.

Se ele continuasse naquele ritmo, acabaria conseguindo o feito de entrar em um coma alcoólico antes do sol raiar. Não era nada que Son deixaria acontecer agora que havia chegado.

Ele andou e deixou Richarlison sentado na cama, que apenas deitou e tentou pegar uma lata já aberta do chão, mas antes que pudesse beber seu conteúdo, o coreano tirou a lata de cerveja da sua mão, recebendo alguns murmúrios em português, que Son apenas entendeu como palavrões.

Painful - 2sonOnde histórias criam vida. Descubra agora