Memórias - 12

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Memórias – 12

Dia seguinte 

Eu despertei meio agitado, despertei não, fui despertado. Uma faladeira, uma animação desproporcional para um domingo. Beatriz, estava ótima, sorridente, as meninas nem se falam. Eu estava tentando colocar meus pensamentos em ordem, quando Beatriz me entregou uma peça de roupa e me deu dez minutos para me arrumar . Que mulher mandona, pensei, enquanto ela falava e arrumava a bolsa. 

- Bom dia, para você também… – a beijei – … o que está acontecendo, por que toda essa agitação? – perguntei ainda perdido.

-Bom dia! – respondi. –  Você estava tão assanhado ontem, que nem tive tempo de te avisar. – sorri, passando a mão em seu rosto.  – Ontem fomos assistir o jogo com você, hoje, vamos fazer um passeio que as meninas escolheram. – expliquei.

- Posso saber aonde vamos ?  - perguntei enquanto olhava a roupa escolhida 

- Bom, escolheram uma trilha. Juravam que é tranqüila, que vamos fazer de boas, estou acreditando nelas – respondi – Não demora, quero sair logo. - pedi com uma certa urgência. 

- Tudo bem, não tenho outra opção – concordei me encaminhando até o banheiro 

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Forte do Leme 

– Que Lugar lindo!  – comentei olhando ao redor.

- Mãe, aqui além de ser lindo, tem história, tem ar puro. – falou Patrícia, bem conhecedora do local.

- Sim, aqui realmente é lindo! – Vitor concordou enquanto observava a paisagem ao redor.

- Essa paisagem que você está olhando, realmente é linda. – comentei abaixando meus óculos escuros olhando.

- Não começa Bia… – pedi a abraçando e rindo… – Impressionante, ela repara tudo! – pensei, enquanto ajeitava os óculos.  - Somos cinco. – falei para moça da bilheteria, enquanto pagava e recebia algumas instruções. 

- Vamos, quero tirar muitas fotos. – falou Janice, super animada. – Acho que esse é o nosso segundo passeio em família, que eu lembre. – comentou.

- É verdade, nem tinha me atentado a isso. – concordou Clarice.

- Eu considero o jogo de ontem um evento em família, afinal, fomos os cinco. – falei enquanto um mosquito tentava me tirar do sério. – Eu esqueci que aqui era mato é não trouxe um repelente – reclamei, enquanto era picada.

- Poxa mãe, acho que ninguém pensou nisso. – Patrícia, se lamentou, também sofrendo com os ataques dos mosquitos.

- Se vocês andarem mais rápido, não serão picadas. – Vitor, sugere, com um certo sarcasmo.

Após uma curta caminhada, chegamos ao forte. Um lugar bonito, uma vista deslumbrante. Vitor, parecia um professor de história , contando cada detalhe para as meninas, que ouviam atentamente. Eu os observava e minha cabeça não parava de fazer questionamentos. Porque nós mulheres, sempre nos cobramos tanto. Ele está ali, rindo, explicando as coisas é eu aqui, me cobrando por escolhas, que foram feitas após atos dele. Eu preciso virar essa página da cobrança, caso contrário, irei arruinar isso tudo e desta vez a culpa será exclusivamente  minha. Me aproximo deles, para ouvir mais sobre aquele lugar incrível. O braço de Vitor, toma minha cintura e eu sinto uma segurança. Realmente, não sei explicar minhas sensações. Me sinto insegura e segura ao mesmo tempo. Janice, pediu a um rapaz, para tirar uma foto nossa. Ela tem essa necessidade de registrar tudo e eu  a entendo, ela tem pouca memória da gente, como família. 

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