Capítulo 13 - A traição de Kalimann

746 85 51
                                    

Adrenalina é um hormônio produzido nas adrenais que está relacionado com diferentes funções, como o aumento do nível de glicose e do ritmo cardíaco. A adrenalina é produzida em situações de medo e excitação.

Algumas pessoas descrevem a sensação de adrenalina como algo que queima, algo que chega às vezes sorrateiramente ou imediatamente, que faz suas veias pulsarem, o que é contraditório porque as veias nem pulsam. Mas é essa sensação que se inunda em seu interior quando está em alguma situação que ative esse hormônio, seu coração acelera, suas mãos suam e sua pele formiga.

Rafaella por inúmeras vezes gostou da sensação de adrenalina, essa é a verdade. Por pior que possa parecer, gostava do perigo e do combate, isso pareceu aumentar depois da morte de Laura porque a Kalimann não tinha medo e não ligava mais se iria voltar viva de algum confronte ou não.

E talvez já tenha sido citado por aqui, mas aquela mulher se excitava quando era desafiada. Por grandes partes, pode ter herdado aquilo de seu avô, não conheceu o velho mas sempre escutava que aquele homem nunca fugiu de uma luta.

Por isso, aceitou de bom grado o convite de Petrov, por isso se envolveu com Bianca, por isso queimou a mansão, por isso prendeu Rodrigo. Por puro desafio. Porque assim como gostava de ser desafiada, Rafaella gostava de desafiar.

Agora, encostada na parede de concreto enquanto escutava o desconhecido engatilhar sua pistola, Rafaella não estava sentindo a sensação de adrenalina que costumava sentir, sua cabeça só conseguia pensar em um único nome: Bianca.

E torcia internamente para que a carioca já estivesse fora do casarão e dentro do carro blindado, em segurança. Porque se Bianca não estivesse bem, cabeças iriam rolar.

As mãos de Rafaella tremiam furiosamente e seu corpo se arrepiava sem controle cada vez que escutava a respiração do homem se misturar com a sua. Um espaço grande, mas que naquele instante parecia tão pequeno.

Seus dedos estavam esbranquiçados tamanha força que empunhava ao redor das Sig Sauer. Seus olhos fechados em forma de concentração para que a sua audição se sobressaisse, para que ela conseguisse escutar caso aquele desconhecido decidisse se aproximar mais.

Após o confronto frente a frente, onde vários disparos foram feitos, ambos se escoraram numa parede de concreto para se proteger. Fazia alguns segundos que estavam daquele jeito. Rafaella havia percebido que ele era bom, atirava bem porque seu braço sangrava da bala que lhe acertou, mas ninguém era capaz de ser tão bom quanto a Kalimann.

Concentrada em seus pensamentos, Rafaella escutou quando o sapato social fez barulho sobre o piso de madeira e deixou que ele aproximasse mais. Engatinhou para o lado contrário que ele estava vindo e teve visão de suas costas, suas mãos trêmulas guardaram as pistolas no coldre e seu corpo se preparou para pegar o impulso. E então, Rafaella correu e quando estava perto o suficiente do mascarado, pulou e rodeou suas pernas no pescoço do homem o derrubando no chão.

A pistola dele também caiu, ficando sobre o chão não tão longe dos dois. Rafaella se abaixou perto do rapaz e o braço lhe prendeu o pescoço enquanto a sua outra mão segurava no próprio braço.

"Sabia que eu nunca matei um Russo?" Rafaella perguntou baixo e levemente ofegante. "Vai ser uma primeira vez e eu particularmente gosto de primeiras vezes."

O aperto se tornou mais firme e o homem se contorcia para tentar, inutilmente, se livrar dos braços de Rafaella. Ele já sentia o ar lhe faltar e a veia da sua testa se saltava enquanto seu rosto adquiria uma coloração avermelhada.

E então, num movimento que Rafaella não conseguiu prever por talvez ter seu ego elevado demais por achar que já tinha ganho aquela luta, o mascarado conseguiu alcançar a faca na própria meia e em um ato rápido penetrou a lâmina nas costelas da mineira.

SupremaciaOnde histórias criam vida. Descubra agora