O pisar de Rafaella era duro, como se seu corpo todo estivesse exausto e fosse cair a qualquer momento, de certa forma isso não estava errado. Realmente estava cansada, seu voo de volta para o Brasil foi de madrugada e ela não havia dormido nem sequer um minuto.
Mas não iria cair ou passar mal de exaustão, isso nunca iria acontecer. Rafaella não era do tipo de pessoa que cai, ela aguenta até o fim como sua mãe dizia que era certo.
O dia era chuvoso em São Paulo e estava com alguns ventos fortes. Por isso usava um blazer grosso para evitar de ficar com frio, só tinha uma coisa que era chata em Rafaella, sua imunidade era completamente baixa. Então para precaver qualquer doença, tinha que cuidar daquele detalhe.
Renato tinha insistindo em ir lhe buscar na pista de pouso e quando desceu do jatinho, o carro do irmão já estava ali. Caminhou devagar carregando a mala com a mão que não estava machucada.
Ah, sim. Rafaella havia resolvido o problema do infiltrado na FREIKA e tinha novidades para contar pro pai. O homem que estava passando informações e mercadoria havia morrido pelas mãos da Kalimann mas antes de efetuar o fim daquele rapaz, a mineira lhe concedeu uma bela surra de presente e isso havia lhe custado uma mão machucada e enfaixada.
Entrou no carro colocando a mala pequena sobre o banco de trás e fechou a porta. Renato antes de arrancar com o automóvel, olhou pra a mão da irmã e lhe encarou.
"Tô vendo que você resolveu o problema."
"Quando eu deixei de resolver algo?" Focou os olhos na rua.
"O pai está ansioso pra você chegar desde que disse que tinha novidade."
"Com certeza não vai continuar muito animado quando descobrir o que é."
"É por isso que você está com esse humor terrível?" Brincou sorrindo para a irmã mais velha que lhe devolveu o sorriso.
"Tô um pouco cansada." Murmurou olhando o perfil de Renato. "Não dormi nada, meu corpo dói e eu sinto minha cabeça rodar as vezes."
Rafaella deixou a cabeça pender para trás, suspirando e sentindo-se totalmente mole. A mão de Renato foi até o seu pescoço para verificar sua temperatura.
"Está com febre."
"Era só o que faltava pra me foder de vez." Revirou os olhos.
Renato acelerou mais o carro com intenção de chegar logo em casa e Rafaella diminuir a febre. Com os olhos fixos na estrada, o homem se lembrou de quando a mãe deles cuidava das gripes de Rafaella.
Tudo se resolvia com um chocolate quente. Era o que ela costumava dizer para consolar a primogênita quando adoecia.
"Lembro de como a mamãe cuidava de nós." Falou baixo.
"Legal você lembrar dela."
"Eu sei que também pensa nela." Estacionou o carro em frente a mansão e virou-se para Rafaella.
"Não quero falar sobre isso agora, Renato. Minha cabeça dói tanto. Só quero acabar com tudo isso e poder ir pro meu apartamento." Fechou os olhos fortemente.
"Ok, vamos."
Saíram do carro e caminharam em direção a entrada da casa. Encontram Bianca, Rodrigo e Leonardo na sala, sentados sobre o sofá enquanto conversavam sobre alguma coisa.
"Chegamos." Renato anunciou.
"Rafaella!" Rodrigo se levantou caminhando até a filha lhe dando um abraço apertado. "Vem, vamos nos sentar."
Rafaella não olhou para Bianca, sentia o olhar da mulher sobre ela mas a evitou a todo custo. Sentou-se sobre o estofado de frente para o pai.
"Conte-me. Vejo que você se saiu bem." Apontou para a mão enfaixada.
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Supremacia
RomanceOs Kalimann's viviam um verdadeiro jogo. Aquele de xadrez que te deixa ansiosa pra saber quem vai dar um xeque-mate primeiro, várias peças se movendo pro um único interesse: ganhar. Nesse caso, a família milionária se movia pelo poder. O único conf...