Capítulo 4. [Último]

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No outro dia, Jimin estava em seu psicólogo. Ele marcou uma consulta inesperada com o Doutor Yoon Yoon, e apesar de não gostar muito da personalidade do gato persa cara de bolacha fofa, ele era um bom ouvinte.

Então, foi para a mansão ao lado e entrou no consultório, um castelinho de arranhador amarelo e felpudo.

O persa estava deitado entre as patas, em seu cama redonda e macia, enquanto escutava atenciosamente Jimin andando de um lado para o outro, sem parar de falar.

-E ele continua dizendo mentiras e mentiras, me pergunto se ele se beneficia me deixando para baixo.

-Hum, entendo seu ponto de vista, mas por que acha que são mentiras?

-Porque se fosse verdade, ele teria se sentindo mal me rejeitando quando ele fazia, nunca pude ver nada de angústia nele.

-Há pessoas que sabem esconder muito bem a dor, porque se acostumaram com ela diariamente.

-Está defendendo ele? - Parou de andar para encarar o persa, Jimin não sabia que ambos eram amigos, porém desconfiava.

- Não estou defendendo ninguém, é só um palpite do que possa ter acontecido, lembre-se, aqui sou um profissional sério e imparcial. Não julgo você, não julgo ele, não julgo suas decisões, pelo contrário, tento ajudá-los a resolver os conflitos.

- Está bem, isso pode ser certo, mas ele não é a vítima da história, sou eu, o idiota que está se sentindo enganado. - Suspirou cansado, quando veio as lembranças do jantar. - Eu pensei que superaria em mais alguns dias de depressão, mas ele volta assim do nada, todo bonitinho com aquela gravatinha azul bebê da Chanel, com aqueles olhos verdes lindos de cafajeste... esse vagabundo que me trocou por um gato mais vagabundo ainda, os dois se merecem.

- Vossa Alteza, tenta amenizar esse rancor, treina todos os dias, respira fundo. Fale para si mesmo que não vale a pena ficar se remoendo por isso.

- Eu tento, mas é recente, ainda não consigo. Quando ele começou a falar que me ama, comecei a lembrar dos motivos por quais chorei feito um filhotinho. Me ama o miauralho, Yoon Yoon.

- Vossa Alteza, olha a linguagem imprópria. - Yoon Yoon o advertiu. - Bem, nosso horário acabou.

Olhou para o persa, depois de soltar mais algumas coisas que não soltou no jantar da noite anterior, sentiu-se mais leve, ainda zangado, mas mais leve.

- Até mais, Doutor Yoon Yoon. Obrigado.

- Que obrigado o que, nada é de graça.

Jimin revirou os olhos.

- Tudo bem, mais tarde Alfred te trás as ostras canadenses. Não me deixe esquecer.

- Não vou.

Jimin partiu para sua mansão, saindo pela grade com seu corpo incrivelmente flexível, parando em seu jardim traseiro.

Ambos tinham o terreno bem colocado, Taehyung era amigo do dono de Yoon Yoon, então sempre encontrava o dono naquele lugar, até ia para buscá-lo quando ele bebia muito e tardava para voltar para a hora de dormir.

Yoon Yoon levantou-se de sua caminha confortável, e pulou para o segundo andar do castelinho, Jungkook estava lá todo esses tempo, deitado e pensante, escondido, desta vez estava igualmente arrasado como na noite anterior. Tudo ficou mais claro, escutou tudo.

Yoon Yoon lhe deu um tapa de pata fofa na cabeça, fazendo o mesmo resmungar.

-Olha os cocôs que você faz e não enterra, Jungkook, agora estão fedendo pra' miaucete.

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