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'EXISTÊNCIA'
Capítulo piloto___________________________________________
Eu não existo.
Não tenho memória. Não tenho uma alma. Não tenho uma personalidade. Não tenho eu mesma.Não tinha ou ao mesmo não me lembrava até que o ar encheu meus pulmões. Um ar rarefeito, um ar difícil mas o primeiro que senti inspirar. Senti lentamente a ponta dos meus dedos dos pés, podia mexer os dedos das mãos e foi aí que vi que era necessário que eu abrisse os olhos.
Foi exatamente isso que eu fiz. Meus olhos se abriram e não tiveram muita luz para se acostumar. Desfocados mas prontos para ver duas silhuetas próximos. Uma masculina e outra feminina. Conversavam entre si.
-...isso não faz sentido, Bambina. - a voz masculina ressoou pelo lugar.
-Eu sei! Mas depois daqui, todos vamos nos juntar... aqui é o último lugar. Os outros também encontraram pessoas estão levando todos para ordem. -A voz feminina respondeu.
- Outro presente foi entregue... e se... se for ele... -O homem raciocinava.
- Não, não é o joui.... você sabe... ele....morreu. Então é a garota! Mas... qual foi o preço? Da última vez...
-Não vai ser como da última vez. - Ele prometeu. - O Capitão já tá voltando da ilha do pintor, o Rabiscado daquela porta do E.t, o Rubinho foi atrás de recrutas, e agora o nosso foi tão fácil assim?
A visão se focou nas silhuetas, o homem grande, vestia uma camiseta Polo roxa, uma cicatriz incapaz de não perceber no que era o ouvido com um bigode abaixo do nariz. A mulher tinha cabelos longos e presos em um rabo de cavalo, uma mecha azul se destacando no meio. Cheia de tatuagens e uma regata. Recolhiam várias folhas no chão.
Meus músculos se arderam ao eu tentar apoiar os braços no chão.
- Acho que o nosso vai ser o mais.... - a moça parecia estar chocada com algo e percebi que o "algo" era eu quando se virou para mim e ergueu suas facas de arremesso em defesa.
Achei que tinha enlouquecido quando seus olhos e a mecha colorida adquiriram para si um amarelo vibrante... brilhante...
-Zumbi de sangue? - sugeriu o homem e ergueu um machado... no mínimo bizarro... parecia vivo com veias e sangue.
Então percebi, para eles... eu era a ameaça. Seja lá oque zumbi de sangue significasse e estavam dispostos a exterminar a ameaça.
Minha mão conseguiu se apoiar no chão e a vi... estava vermelha... vermelha vibrante. Coberta inteiramente de sangue como todo meu corpo. Dos pés até a cabeça. Mal me lembrava como eu me parecia, assim... assim... com certeza parecia uma atrocidade. Se sentia fraca, mas não ferida. Da onde viera todo aquele sangue?
Então meu rosto voltou-se na direção da dupla que ia a matar se não fizesse nada. E puxei ar para os pulmões.
-Ajuda. -A garganta raspou tanto que ardeu falar essa mínima palavra.
Eles se entreolharam e vi a confusão nos olhos deles por um momento.
- Ajuda, por favor. -Repetiu e apoiou a outra mão no chão e a garota brilhante deixou o homem para trás e se aproximou cautelosa mas uma pequena esperança de vida brilhando em seus olhos claros.
-Você tá viva... -Ela sussurrou e olhou em volta.
Lentamente também segui seu olhar e entendi imediatamente sua fala. Estávamos em uma espécie de sala antiga, muito antiga. Tinha altares nas quadro paredes e era iluminado tochas com chamas de um tipo de fogo em cor branca. Mas... não era oque chamava a atenção. Havia ao menos dois corpos em cada um desses altares. Completamente destroçados. Todos com uma expressão de terror, medo estampada em sua feição de morte.
Eu estava no meio da sala. No maior altar. Sangue em toda minha volta e papéis espalhados por todo lugar. E por um relance de olhar, achei ter visto um enorme sino pendurado acima de mim mas não tinha nada.
- Óbvio que a garota tá viva! - Babulciou o bigodudo se aproximando e segurando meu braço tentando me apoiar sentada. Parecia tão leve para ele que até me senti um pouco mais acordada.
Meus olhos marejados deviam transparecer a confusão e pavor que sentia por que a garota parou de brilhar e limpou meus olhos com o antebraço. E meu impulso foi se encolher.
-Eu sou Carina, esse aqui é o Balu.
-Incrível Balu -Enfatizou o bigodudo.
-Não vamos te machucar. -Completou ela me olhando.
Mas fui interrompida por um barulho agudo de sinos. Vinha de todos lugares. Eram altos e me fizeram tampar as orelhas mas não adiantou. Batucava dentro de minha mente.
Se eles também ouviram, sabiam muito bem disfarçar porque não tiveram reação nenhuma além de me segurarem com medo que voltasse a ficar inconsciente.
-Precisamos tirar ela daqui, não temos mais oque ver aqui, vamos. -Carina disse e Balu falou algo sobre camiseta nova e no próximo minuto eu estava sendo carregada por corredores escuros nos braços dele. Os sinos diminuíam mas a cabeça ardia, estava com tanto... sono...
-Ei, precisamos saber.... quem é você?
Não consegui identificar qual dos dois falavam. Não tinha aquela resposta. Não tinha nenhuma resposta e isso a apavorada ainda mais. A última coisa que lembro ter dito antes do escuro novamente foi...
-Eu.... eu não sei.
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•ᴀ ɢᴀʀᴏᴛᴀ ᴅᴇ ᴛᴇɴᴇʙʀɪs•
Fanfiction______________________________________________ 𝑶 𝒐𝒖𝒕𝒓𝒐 𝒍𝒂𝒅𝒐 𝒏𝒂𝒐 𝒗𝒆𝒎 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒏𝒐𝒔𝒔𝒂 𝒓𝒆𝒂𝒍𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒅𝒆 𝒎𝒂𝒏𝒆𝒊𝒓𝒂 𝒇𝒂𝒄𝒊𝒍. 𝑨𝒐 𝒎𝒆𝒏𝒐𝒔, 𝒆𝒓𝒂 𝒐𝒒𝒖𝒆 𝒔𝒆 𝒆𝒔𝒑𝒆𝒓𝒂𝒗𝒂. 𝑶𝒒𝒖𝒆 𝒂𝒄𝒐𝒏𝒕𝒆𝒄𝒆 𝒒𝒖𝒂𝒏𝒅𝒐...