'Equipe T' [Cap 2]

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'EQUIPE T'
'Capítulo dois'

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O

ar de toda sala pareceu ficar mais denso. Aquela pequena palavra fez a feição de todos mudar e se concentrar em Arthur.

Um silêncio terrível de se presenciar.

Assim que ele fez a pergunta, algo dentro de mim rugiu como um leão com fome. Com raiva? Com medo? Não sabia identificar mas "Tenebris" me deixou inquieta no lugar.

A única que parecia calma e não aparentava não se afetar com aquilo foi Dara. Sua expressão estava vazia e por um segundo, me questionei se ela tinha uma alma.

- Sim. - Dara respondeu quebrando o silêncio.

- É mas nós não! - Exclamou Amelie e virou para Arthur - Que porra é essa?

- Amelie... olha a boca, caralho. -Falou pela primeira vez o rapaz, Olivier.

-Chiquinho... jovens do futuro me assustam. -O grandalhão Lírio sussurou para o pequeno.

-Nem me diga. -murmurou de volta, Chico.

Mas meus olhos ainda estavam pousados no líder. Em um segundo uma faísca de dor e nostalgia passou por suas pupilas ao ver os outros interagirem.

Eles continuaram conversando entre si até Arthur dar um basta e deixar Dara que confirmou dizer oque sabia.

-Quando fui... levada, eu vi coisas. Vi um pouco do outro lado. Haviam torres com sinos. Almas perdidas. Esse lugar me chamou e deveria ter ido.

-Não diga isso! -Rebateu Chico a voz levemente alterada como se já tivessem tido aquela conversas dezenas de vezes antes. Dara não se abalou, estava certa do que dizia.

- Sinos. -Ela e o garoto encapuzado trocaram um olhar dividindo alguma memória horripilante -quer dizer que tudo isso tá conectado? Tipo, nós 6?

-Está conectado a aqueles que ouviram ou sentiram os sinos de Tenebris. Todos vocês estão na jogada final por estar na hora e lugar errado. -minha própria voz dizer. Em um segundo eu tinha certeza do que estava fazendo, no outro, não sabia oque aquilo significava.

Todos os pares de olhos deles estavam em mim e me encolhi no lugar.

-Desculpe. -Pedi.

- Enfim... -Arthur me lançou um olhar indescritível - só imaginamos ser isso. E por isso precisamos de vocês aqui, na ordem. Porque nosso maior inimigo, Kian, um ocultista que a 4 mil anos tenta acabar com o paranormal matando todos aqueles que sabem do sobrenatural está atrás desse lugar.

Meus olhos subiram de volta a sua explicação como um imã.

-Kian, o primeiro ocultista. Realizou a desconjuração, passando de corpo a corpo. E então começou a Calamidade, o plano em ação.  Conseguimos dete-los, perdemos.... muito no processo. O- prendemos com as correntes da realidade mas de um modo, de algum jeito, ele escapou e na mesma época, nosso líder,  Senhor Veríssimo também sumiu. Então começamos a procurar, tanto Kian como Veríssimo. Todas as trilhas que seguimos, chegaram a vocês. Todas as pistas apontam para Tenebris.

Nos entreolhamos lentamente. Não por não acreditar na história mas por se tocar que o buraco era bem mais abaixo que poderíamos pensar. Arthur virou de costas, encarava o quadro do coliseu gigante atrás da mesa enquanto falava conosco.

-Quero ajudar vocês. Que entrem para nossa Ordem, que lutem contra isso e entendam oque está acontecendo.  Matar monstros, caçar isso. O negócio dos Veríssimos.  Mas principalmente,  impedir que a Calamidade recomece. E para isso temos uma nova pista.... mas só se aceitarem....

O silêncio reinou denovo. Eu não sei oque se passava na cabeça dos outros mas.... oque eu tinha a perder? Nem os trapos que estava usando eram meus. Minha mente não era minha. E se essa tal Tenebris tem a haver comigo perder quem sou.... eu quero ir atrás disso.

-Eu topo. - dei o estopim e silêncio novamente.

A decisão parecia pesar muito mais nos ombros dos que estavam ao meu lado. Um receio e creio que vi lágrimas seguradas nos garotos. Mas depois de um tempo.

- Por eles. - Sussurou Oliver em sua voz baixa, passando a luva sobre uma tatuagem. Era uma arma, um cachecol de garotinha, uma flor e um polvo.

-Estamos dentro. -Amelie disse pelos dois  depois de engolir em seco.

-Eu aceito. -Dara nem hesitou.

- Não.... -Chico murmurava balançando a cabeça- isso é demais para mim.

- Pelo Guizo... pelo skatista -Lírio tentou o convencer. - vamos buscar eles.

Chico olhou para ele e enfim concordou com a cabeça.

Arthur deu um sorriso culpado. Talvez não gostasse de fazer mais gente entrar para esse ramo. Oque era irônico.

-Então... serão de agora adiante a Equipe T. Equipe Tenebris. São da família e família cuida um dos outros. Dante está no salão principal... ele vai explicar oque mais precisam saber. Tirar suas dúvidas. Acreditem, ele é melhor pessoa para isso. Dispensados.

Meio desgonçadamente começamos a nos levantar. Saindo pela porta quando ouvi um chamado atrás de mim.

-Você fica. Precisamos... conversar. -Arthur se referia a mim e parei no lugar. Os outros sairiam. Arthur passou por mim. -Vamos lá, dar um passeio.

Em silêncio, segui logo atrás dele ele caminhou pelo corredor pelo lado contrário dos que os outros foram. Isso me deixou apreensiva, agarrei a barra do tecido que me cobria. Então abriu uma porta estranha, era de ferro e pesada. Aberta com digital e lá dentro podia ter certeza que tinha visto celas de relance.

Arthur se virou para mim e vi que me oferecia algo....doce, os ombros menos densos que estava naquela sala de reuniões.

-Quer trident?

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•ᴀ ɢᴀʀᴏᴛᴀ ᴅᴇ ᴛᴇɴᴇʙʀɪs• Onde histórias criam vida. Descubra agora