Capítulo 21

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O medo de mais uma vez ser rejeitado me dominou, a ponto deu voltar a ofender as pessoas apenas para extravasar a minha raiva
A ideia de não ter Eliza ao meu lado me apavora,ela se tornou o meu porto seguro,estar ao lado dela tem feito valer a pena cada segundo da minha vida,e quando ela disse estar apaixonada por mim, foi como tocar o céu,já não tenho medo de dizer o quanto eu a quero e o quanto já amo aquela mulher

O que me atormenta é o fato deu poder voltar a ter uma paralisia total,onde não vou poder fazer nem mesmo o básico que tenho conseguido sozinho

Em meio a tantos problemas ainda preciso lidar com a Bárbara,não há nada que faça com que essa mulher me deixe em paz,ela tem ligado insistentemente querendo falar comigo e eu sempre recuso suas ligações
-Você sabe que ela não vai parar até que você a atenda e descubra o que ela quer,precisa resolver logo as coisas com essa mulher_Eliza está comigo no escritório revisando alguns contratos enquanto o telefone toca insistentemente

-Como pode ter tanta certeza de que é ela?_tiro meu, óculos esfregando meus olhos

-Por que só hoje ela já ligou dez vezes,e das quatro primeiras vezes fui eu quem atendeu e ela foi bem infatica ao dizer que não irá desistir até que você a escute _ela revira os olhos

-Ela sempre liga pelos mesmos motivos, mais uma viagem, outro carro novo ou qualquer outro capricho,não te incomoda o fato dela ficar insistindo em falar comigo?_volto minha atenção para os papéis em minha frente

-Não muito, só no ponto deu imaginar colocá-la de cabeça baixo presa pelo cabelo _ela sorri sem mostrar os dentes

-Não fazia ideia de que era ciumenta_sorrio achando graça de suas falas

-Na verdade, eu também não sabia,mas eu juro que essa mulher me tira do sério_ela diz séria

-Não tem com o que se preocupar,eu só tenho olhos para você _pego sua mão a beijando

-Por que não me contou que aqueles homens estavam soltos?

Eu sabia que mais cedo ou mais tarde ela me faria essa pergunta
-Eu queria te poupar de algo tão ruim,ainda não me conformo da justiça alegar falta de provas

-Mesmo que eu não consiga nada eu vou levar isso até o fim,não vou me calar diante de uma sociedade que não escuta a voz de uma mulher

-Eu me sinto péssimo quando você esfrega a verdade assim na minha cara, afinal eu era igual a eles,fazia parte dessa sociedade podre

-Mesmo sendo um homem machista você jamais, faria qualquer coisa do tipo,você só estava um pouco perdido _ela vem até mim e se senta em meu colo

-Meus exames já foram marcados,viajo daqui a dois dias,gostaria que fosse comigo_cheiro seu cabelo

-Claro, só preciso me organizar para não ficar nada sem fazer na fazenda _ela encosta a cabeça em meu peito

-Se eu voltar a ficar como antes,você ainda vai me querer?_me sinto patético por parecer um garoto assustado com medo de ficar longe da mãe

-Augusto pare,você não vai ficar com antes vai dar tudo certo,você vai votar a andar e logo sairá dessa cadeira_ela segura meu rosto olhando em meus olhos

-Mas eu quero saber,se nada disso acontecer você ainda vai estar ao meu lado?_sinto meu coração se apertar no meu peito

-O que eu faria da minha vida sem você?eu saberia lhe dar com as saudades,eu sentiria sua falta mesmo se você não existisse Augusto _seus olhos estão marejados

-Eu não te mereço sabia?mas sou mesquinho demais para te deixar ir_beijo sua boca

Seu beijo é a melhor coisa que já provei, me sinto vivo e apaixonado a cada vez nossas línguas se tocam,ela vira seu corpo ficando de frente para mim, colocando uma perna de cada lado

Estou tão excitado que poderia gozar apenas de olhar para ela
Abro os botões de sua blusa deixando seu sutiã de renda a mostra,toco a renda branca e delicada que faz um lindo contraste com sua pele
-Nós ainda temos que terminar todos aqueles relatórios_ela aponta para a mesa ainda me beijando

-Você acha mesmo que agora que comecei irei parar?quando coloco minhas mãos em você é impossível te soltar_levo a mão em suas costas soltando seu sutiã

— Vou pedir para a Ana me ajudar com as minhas coisas _ela beija meu pescoço

-Esta me dizendo que vou ter você todas as noites na minha cama?_beijo o vão entre seus seios

-Só as minhas coisas que vão para lá,eu já durmo com você todos os dias_ela geme baixinho me deixando louco

A porta é aberta abruptamente nos dando um grande susto
Bárbara entra e fica tão assustada quanto nós, Eliza esconde o rosto em meu peito deixando que Bárbara veja apenas suas costas
-Mas o que está acontecendo aqui?_ela grita nervosa

-Preciso mesmo dizer?_beijo o ombro de Eliza a tranquilizando de que está tudo bem,subo sua blusa a abotoando em seu corpo

-Augusto ela é sua empregada,como pode se rebaixar desse jeito?O que as pessoas vão dizer?o que nossos sócios irão dizer?_ela fala descontrolada

— Você quis dizer os meus sócios,acredito que eles ficaram felizes por mim,afinal eu nunca fui tão feliz como agora_Eliza vira seu corpo, mas sem sair do meu colo

-Naquele dia eu supus que tudo era mais uma de suas armações para me afastar,eu queria acreditar que você poderia se envolver com isso_ela olha para Eliza com desdém

-Olha como fala da minha mulher,eu não vou permitir que você a ofenda_digo já perdendo o meu controle

-Deixe que ela fale meu amor,ou melhor, que ela lata a vontade _Eliza diz rindo

Augusto, você não pode deixar que ela fale comigo dessa maneira,eu ainda faço parte da sua vida_ela se faz de ofendida

-Você faz não por minha vontade,mas sim por uma ordem judicial

-Eu preciso muito falar com você,a sós por favor é algo muito sério _ela faz um drama digno de novela

Olho para Eliza que balança a cabeça em negação
-Prometo que será rápido,você mesma disse que eu precisava resolver logo isso_dou um selinho nela que concorda nos deixando a sós

-Augusto não faz sentindo que você fique com uma mulher como ela_ela tenta se aproximar de mim, mas eu me afasto

-Se não tem mais nada para dizer pode ir embora _cruzo meus braços

-Tudo bem,eu preciso que você me ajude,papai investiu todo o dinheiro que tinha em uma bolsa de valores e acabou perdendo tudo,eu tentei cobrir as dívidas com o que eu tinha, mas não foi o suficiente,eu estou sem nada Augusto vou perder o meu apartamento e não tenho onde ficar,para piorar papai está muito doente_ela chora

-Eu já te dou uma boa quantia,tente se virar com o que já tem todo mês _abro a porta para que ela saia

-Eu estou usando o que você me da para ajudar o meu pai Augusto,as despesas médicas são caras e ainda tem as dívidas dele que estou tentando cobrir,preciso que você me deixe ficar aqui na fazenda,já me informei com meus advogados e tenho direitos você não pode me desamparar,não depois deu largar tudo para cuidar de você e ficar sem nada você sabe que perdi tudo,perdi a minha carreira a minha vida por você

-Isso nunca,você pode ficar com tudo o que é meu, mas aqui você não fica_falo alto chamando a atenção de Ana e Eliza que estavam tentando escutar nossa conversa

-Essa demônia ficar aqui?,eu prefiro me jogar de uma ponte_Ana a fuzila com os olhos

-Isso não vai acontecer nunca,prefiro dar todo o meu dinheiro para ela do que deixar ela voltar para a minha vida _digo olhando para ela

-Pois se prepare,por que eu não abro mão dos meus direitos afinal essa fazenda também é minha_ela sai deixando o cheiro enjoativo de seu perfume para trás

-Ocê tem que fazer alguma coisa _Ana está assustada

-Eu não vou deixar que ela volte para essa fazenda,eu prometo fazer de tudo para evitar isso_tento acalma-la

Eliza senta em meu colo me abraçando, seu abraço é tudo o que preciso agora já que as lembranças se fazem vivas em minha memória

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