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Lilly Summers, filha da prefeita de Nova Iorque. Otimista, ama vestidos, salto alto, tempo de qualidade e o seu patinho de estimação. Tem um namorado incrível e um coração enorme. Tudo isso é verdade. Tirando a par...
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Ao chegar no meu apartamento, jogo minha mochila na cama e caminho até a cozinha, deixando o celular de lado para abrir a geladeira e ver o que eu posso preparar para o jantar de hoje à noite.
Minha mãe morou aqui quando ainda fazia faculdade. O lugar estava trancado até que encontrei a chave na sua caixinha de lembranças, enquanto procurava por algumas fotos do meu pai para queimar. Encontrei também uma receita de muffins de Amora, a qual estou louca para testar.
Meu celular vibra na mesa e a notificação me desperta dos meus próprios pensamentos. Como esperado, pego o aparelho assim que leio o nome de Maya na tela.
May: Priquitinha, você não sabe o porre.
May: Nossos pais estão namorando, devo pegar um champanhe ou me preocupar?
Você: Eles o quê?!
May: Acabei de ouvir uma conversa deles no celular, vão anunciar no jantar na casa da Bloom.
Você: Não vou estar lá. Julieta vai vir aqui pra casa.
May: Quer dizer que agora somos irmãs? hahaha isso é bizarro, puta que pariu.
Você: Boa sorte nesse jantar, caso você vá.
Desligo o celular e em seguida deixo alguns ingredientes na bancada durante o tempo que fito minha caneca estampada com a bandeira lésbica, sobre a mesa.
— Que porra, Bloom.
Não é que eu não goste do Sky, ou da ideia de ser meia irmã da Maya. Porém... é o caralho do pai da minha melhor amiga!
Minha mãe é uma peça no meu quebra-cabeça que ainda não descobri onde encaixar. Talvez pela minha infância, na qual Bloom não era tão presente por sempre estar trabalhando. Quando meu pai foi embora, a família dele também se afastou. Passei a maior parte da minha vida em colégios integrais e quando vim para o High School, Bloom quis me colocar justamente no colégio que é a diretora.
Há chances de eu ter me acostumado a me virar sem meus pais e, por isso, agora soa tão incômodo que Bloom queira fazer parte da minha vida. Estou habituada à sensação de me virar sozinha e tenho dinheiro para me manter até a maioridade, graças aos meus avós paternos covardes que preferem dar dinheiro ao invés de participarem da vida da neta.
Lá no fundo, só não quero aceitar que depois de uma ausência enorme na minha vida, minha mãe simplesmente decidiu ser acessível para as pessoas como se eu fosse menos importante.
Me sinto substituível.
✽✽✽
Julieta chega no meu apartamento lá pelas dezessete. Nós assistimos a um filme e jantamos. Ela somente se permite me dar alguns beijos depois que abre a primeira garrafa de cerveja. Tenho a impressão de que está estranha comigo.